Série
Pensar e Reconhecer
XX
“Se
permanecer em silêncio não significa que esteja de acordo com está sendo dito.
É que o nível de estupidez me deixa sem palavras, sem poder expressar algo
educado, crítico e profundo, equilibrado. As falas em voga são repletas de
hipocrisia e desconhecimento, são falas carregadas de pré-conceitos, de
mentiras, de meias verdades.”
O
silêncio necessário*
Essa ideia reflete
uma profunda frustração com o estado atual do diálogo público e a qualidade das
conversas que estão ocorrendo, principalmente junto as redes sociais.
O silêncio não é
sempre um sinal de concordância. Às vezes, é uma resposta à incapacidade de
encontrar palavras adequadas para enfrentar o nível alarmante de estupidez que
permeia as discussões contemporâneas. É um reconhecimento de que as palavras
são impotentes diante da hipocrisia, do desconhecimento e da falta de coragem
para admitir essas falhas, essas distorções.
O que está em voga
são discursos saturados de pré-conceitos, mentiras, meias-verdades e
generalizações simplistas. São repletas de hipocrisia e desconhecimento e, não
tem possuem a coragem de admitir isso. São falas carregadas de pré-conceitos e
de uma generalização burra, ao dizerem que as coisas são assim mesmo, pois
sabemos que não são. Participar de tais diálogos seria legitimar essa superficialidade,
preconceituosa e perpetuar o ciclo de ignorância, como opiniões vulgares, baixa
leitura e um pragmatismo tolo, hoje como característica de nosso tempo.
Portanto, minha decisão é não contribuir para essas distorções, esses ruídos
causadores de tanto mal para a linguagem, para o pensamento, para a democracia.
Em vez disso, busco espaços onde o discurso seja educado, crítico e profundo,
onde haja um tempo construído para uma verdadeira troca de ideias e um
compromisso com a honestidade intelectual, como os valores universais de nossa
condição humana finita, numa Casa Comum rara, bela, finita e limitada.
Hoje estou determinado que a vida é curta para nos preocuparmos com insensatez, ódio, vingança, vaidades, inveja. Devemos colaborar com tudo e com todos que queiram construir de uma forma ou de outra um mundo melhor para se viver, sem guerras, sem fome, sem miséria. Com oportunidades de emprego, renda, saúde, educação acesso cultural e os cuidados com a biodiversidade planetária que dependemos, pois esta é a única morada para espécie humana, ainda por muito tempo. para tanto devemos "criar uma nova ética de responsabilidade partilhada, de cuidado e de sinergia com a Terra," como afirma Leonardo Boff.
Quero
falar e ouvir temas que agregam, temas que tentam explicar nossa frágil
condição de seres vivos pensantes, imaginativos e criativos. E que nós seres
humanos devemos encontrar além da difusão das condições de vida de qualidade,
estabelecer uma relação respeitosa para com todos os seres vivos, além dos
humanos. Sempre considerando que devemos Pensar e Reconhecer nossos
potenciais e nossas limitações.
*Paulo
Bassani
OBS: Com esta postagem de número XX, finalizamos esta Série
Pensar e Reconhecer