Poemas Contemporâneos
Pelas beiradas*
A vida coloca-nos em caminhos
Incertos, duvidosos, desconhecidos.
Nessa estrada, nessa caminhada
Sabemos não haver um trajeto único,
Tão pouco perfeito, seguro, certeiro.
Há trajetos, percursos, trilhas
Que nos amedrontam,
Que nos alegram
Que nos frustram
E até nos satisfazem.
Porém as trilhas
Com maiores possibilidades
Estão delineados fora de nossa vontade.
E aí residem as maiores incertezas.
Mas há como percorrer pelas beiradas.
Sim há beiradas que podem
Ser consequentes para nosso andar
Há beiradas em que não necessito
De muitas explicações, permissões
Dúvidas religiosas ou morais
Pois ao trilhar nesse percurso
Encontro minha identidade
Meu eu maior,
E a lealdade com minha alma.
Demarcadas pela marca de meus pés
Fixadas no pó da estrada
Pelas marcas que deixo no caminho
Pelas pedras que tropeço,
Pela sensibilidade que nela descubro
Pelas sombras de árvores no qual repousei
Pelas gotas de suor absorvidas pelo vento,
E em todos os contornos indeléveis que deixo no percurso.
Minha luz e minha escuridão me
acompanham
Há sombras e claridades
Não há nada que possa abalar o trajeto.
Somente o eu e minha condição incompleta
Meu espírito, minha singularidade
Minha alma e o caminho a seguir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário