Série
Pensar e Reconhecer
XI
A construção epistemológica
da transformação*
A referência a "tijolo sobre
tijolo" denota a construção gradual e estruturada, implicando na necessidade
de um alicerce sólido para suportar as futuras camadas de inovação. Nesse
sentido, é possível interpretar tal analogia como representativa da acumulação
de conhecimento e experiência ao longo do tempo, fundamentando a evolução, as
passagens, as mutações e descobertas constantes.
A sobreposição de "pedra sobre
pedra" sugere a formação de uma base robusta, reforçando a estabilidade e
durabilidade do edifício. Em termos epistemológicos, essa sobreposição pode ser
interpretada como a integração de teorias, conceitos e paradigmas, consolidando
uma estrutura cognitiva sólida para o desenvolvimento do pensamento.
A alusão a "pensamento sobre
pensamento" destaca a importância da reflexão contínua e da revisão
crítica de ideias preexistentes. Essa sobreposição de pensamentos representa a
necessidade de uma constante reavaliação do conhecimento, visando o
aprimoramento conceitual necessários.
Ao mencionar "sonho sobre
sonhos", sugere-se a incorporação progressiva de aspirações e visões futuras.
Essa sobreposição de sonhos pode ser interpretada como algo que sempre destacamos em nossa condição
humana, estimulando a imaginação e a criatividade..
A referência a "utopias sobre
utopias" destaca a importância da imaginação e da idealização na
construção do novo. A sobreposição de utopias implica na concepção de futuros
alternativos e na busca incessante por modelos ideais de sociedade que temos a
forte convicção que a encontraremos no futuro.
Este pensar sugere que é por meio
dessas sobreposições que "o novo irá se configurando". Isso implica
que essa construção não é um evento isolado, mas sim um processo contínuo, interativo,
dialógico e conflitual no qual cada camada sobreposta contribui para a evolução
e redefinição do cenário futuro.
Em síntese, o que propomos nessa abordagem é
estabelecer os primeiros passos na construção do novo. Sob uma perspectiva crítica,
esta metáfora pode ser interpretada como uma representação simbólica da
complexidade e interconexão dos elementos que compõem o processo de transformação
do conhecimento e da sociedade.
*Paulo Bassani é
cientista social
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