TESTE POP

domingo, 30 de novembro de 2025

 Série 

A Arte de Pensar


                                                                         Paulo Bassani




E agora a COP acabou!*

 

Um conjunto de encontros

Pensamentos, debates, pesquisas

Muitos diálogos, negociações

Muitas propostas.

 

Muitas reuniões

Muitos acordos,

Muitos protocolos

Muitas promessas.

 

E agora José!

A festa acabou

Vamos em frente

Como tudo ficou.

 

As vozes da floresta

A sensibilidade verde vida

A expressão de humanidade

A última oportunidade.

 

Não podemos adiar

Não podemos protelar

Nem tão pouco ignorar

Há um fato a revelar.

 

Um aguardo de decisões

Um sopro de intenções

Um grito sufocado

De um tempo aguardado.

 

Agora temos em mãos

Decisões importantes

Leituras de um mundo

Com baixo carbono.

 

Não teremos como mudar

O passado que vivenciamos

Porém temos as condições

De vivenciar o futuro que queremos.

 

Podemos viver esse tempo!

Podemos decidir por esse tempo!

Queremos ingressar nesse tempo!

Ou não teremos mais tempo.


*Paulo Bassani



terça-feira, 25 de novembro de 2025

 EVENTO

Paulo Bassani


Santo Antônio da Platina, Pr
25/11/2025



COP 30: Os difíceis caminhos a seguir*


    Acumulamos, ao longo dessas 30 COPs, referendada e anunciada pela COP 30, informações, conhecimentos que poderão ajudar futuras gerações a entender como escolhas humanas influenciaram um possível colapso da civilização. O destino da humanidade pode estar traçado sem que tenhamos condições de reverter um processo inexorável de auto-destruição.

    Vamos destacar alguns aspetos como o proposto pelo Mapa do Caminho construído pela COP 30, o qual estabelece as diretrizes, formas e prazos para que cada país faça sua transição para o fim dos combustíveis fósseis, como limites de prazo até 2045. Trata-se de um roteiro, um plano de trabalho real, de compromissos que precisa nos mostrar o caminho, de onde estamos, para onde precisamos chegar, e como chegaremos nesse ideal.

    Entendemos que a COP não é o fim de uma discussão ela é uma linha aderente aos modelos sustentáveis de construção de futuro, de um mundo com baixo carbono e de temperatura estáveis para a vida, todos os tipos de vida, em toda sua plenitude. Conhecemos os problema hoje, temos que equacioná-los e buscar soluções, este é o caminho metodológico das COPs.

Não temos no documento final o Mapa claro da urgência de acabar com a extração e emissão dos gases oriundos dos combustíveis fósseis. No Pavilhão de Ciências Planetárias afirmam o ideal ser até 2040 no máximo em 45. Como se refere Carlos Nobre do INPE “A COP30 tem uma escolha a fazer: proteger as pessoas e a vida, ou a indústria de combustíveis fósseis” Pois estamos chegando a um ponto de inflexão planetária. Essa pressão dos países produtores de petróleo associados à retirada total, de qualquer encaminhamento sustentável das intenções do governo norte Américo, levam mais uma vez a um estado de incertezas.

    Os oceanos estão em perigo sua acidificação através de nossa poluição compromete o principal regulador da temperatura, assim comprometendo a vida marinha e todos os sistemas das barreiras de corais.  pois diminuirá sua capacidade de absorção do  CO2, pois retiram mais de 1/3 dos gases emitidos. Associado com o derretimento das geleiras e glaciares a tendência é de sua elevação. Lembrando que cerca de 71% da planeta é coberto por oceanos, e cerca de 29% de terras emersas sendo que 9% são áreas desérticas. Logo entender a importância de preservar os oceanos que são os grandes definidores da vida planetária.

    A demarcação das terras indígenas, além de um dos direitos desses povos, se coloca com um avanço climático, pois como guardiãs das florestas os povos originários protegem pelo seu modo de vida, a biodiversidade desses territórios. Isso significa, também, que preservar as florestas tropicais e subtropicais da Terra será não apenas importantes para conter o aquecimento, mas preservar toda rica fauna e flora lá existente.

    O aumento do investimento de recursos para chegar à casa de 1,3 trilhões de dólares para conter, regularizar, mitigar e adaptar, sobretudo as áreas degradas nos países que mais sofrem as conseqüências desse processo descrito, torna-se uma condição imprescindível, ainda em negociações.

Mesmo com os dementes e negacionistas climáticos, os lobbys da empresas petrolíferas e de todos os que não acreditam no aquecimento global, temos nós cientistas, pesquisadores, cidadãos planetários, entender e acreditar nas teses apresentadas pelas COPs fundados em estudos, pesquisas do IPCC, do INPE das principais Universidades e Centros de Pesquisas mundiais. Sabemos, de forma consciente, que temos que seguir em frente, acreditando, mobilizando processos de conscientização, de educação de eco cidadãos que não deixem de acreditar na ciência e na capacidade de mobilização dos povos e dos governos. E entender definitivamente que o rumo atual de desenvolvimento de emissão dos gases e calor gerado pelos combustíveis fósseis, assim como pelo desmatamento e queimadas, teremos um planeta nas próximas décadas altamente comprometido para a reprodução da vida, de todo tipo de vida.

    Temos que erguer as bandeiras da sustentabilidade necessária e acreditar que rumo a COP31 na Turquia algo mais possa ser feito, entendendo que até lá as deliberações e encaminhamento ficarão a cargo do comando brasileiro que poderá propor e instigar, pelo seu exemplo, a cumprir e atingir as metas propostas.

*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental

 

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

 EVENTO


  Paulo Bassani


Santo Antônio da Platina, Pr
24/11/2025
https://www.portaltanosite.com/noticia/193080/cop-30-carta-de-belem


COP 30: Carta de Belém

 

Finalizando a COP 30, os países membros participantes cerca de 200 estão elaborando a Carta de Belém. A muitas questões complexas e que serão consideradas de maneira periférica e novamente fugindo das questões centrais.

A primeira diz respeito ao financiamento climático dos países dos I° mundo que mais poluem para as adaptações e as mitigações dos pises que menos poluem, porém mais sofrem com as mudanças climáticas. O valor pleiteado é o mesmo não atendido na COP 29 do Azerbaijão, ou seja, cerca de 1,3 trilhões de dólares.

Outra questão diz respeito a data limite de extinção dos combustíveis fósseis e ao mesmo tempo estabelecer uma transição rápida, justa e democrática desse tipo de energia fundada no petróleo, carvão e gás natural. Para energias renováveis com eólica, solar, biocombustíveis, biometano, hidrogênio verde, entre outras.

Mas há um dado assustador que remete a decisão de países ricos e produtores/exportadores de petróleo. Segundo dados da ONU da plataforma  Worldmeter, consultada pelo autor, nesta semana há somente com as descobertas realizadas até hoje mais de 14 mil dias para o fim do petróleo, mais de 38 anos, 56 mil dias para o fim do gás natural,  resultando em 153 anos, e mais de 147 mil dias para o fim do carvão  ou seja 402 anos. Sob olhar econômico de quem detém essas reservas parecem pouco voltados ao final dessa exploração, colocando em risco a sobrevivência da vida no planeta.

 Porém sabemos e os estudos remetem a esse saber que senão contermos e acabarmos com essa emissão de combustíveis fósseis que hoje representam cerca de 75 % das emissões gerais no planeta, segundo dados do IPCC confirmados pelo INPE, aventa-se que até 2050 teremos um aumento de cerca de 2,0 ° na temperatura da Terra, os dados científicos indicam que até o ano 2100 a temperatura poderá subir até 3,5 graus, e que  até 2050, teremos um aumento de cerca de 2,0 ° na temperatura da Terra.  Se isso se confirmar será trágica a vida humana e outros tipos de vida nesta Casa Comum. Lembrando que os dados que nos chegam através do banco mundial a Indústria Bélica gasta cerca de 2,4 trilhões de U$ (2024) e a Indústria Petrolífera cerca de 4,5 trilhões de U$ (2024).  Com isso queremos dizer que não há falte de dinheiro e nem tão pouco ausência de estudos e pesquisas que comprovam a emergência climática que vivemos. Cabe uma decisão política e ética em termos do que investir para garantir a vida como opção para o caminho da sustentabilidade planetária.

Hoje com 8,2 bilhões de pessoas, somos responsáveis por todos os humanos desse tempo e do tempo futuro. Não podemos pensar em sustentabilidade sem ouvir os povos originários, povos da floresta, os indígenas. Eles em Belém se fizeram presente na Cúpula dos Povos, nas ruas, nas manifestações em redes sociais e nas conversas com muitas lideranças mundiais. Eles sempre foram sustentáveis e habitam áreas que ainda que os biomas estejam conservados. São modelos e devem ser ouvidos.          

Em cada COP estamos pensando e propondo outra/nova relação entre os humanos e a natureza. Temos que insistir, persistir, investir nossos esforços, acreditar em ideias vão moldando novos mapas, novos sonhos, novas utopias. Isso porque como escrevi recentemente em um artigo “A sustentabilidade não faz parte da história oficial, do processo hegemônico, ela sempre esteve com a história oculta, e somente se concretizará  plenamente na história futura”.  Esse será sempre nossa tarefa e desafio  orientados por uma ciência sustentável  edificar um novo padrão civilizatório.     

*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental                         

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

 EVENTO



Paulo Bassani



Santo Antônio da Platina, Pr
18/11/2025
https://www.portaltanosite.com/noticia/192708/cop30-assinar-acordos-e-estabelecer-metas




COP30: Assinar acordos e estabelecer metas*

          A Conferência das Nações sobre Mudanças Climáticas que se realiza em Belém do Pará entre 10 a 20 de novembro de 2025. Terá nesta segunda semana do evento a chegada de representantes dos países membros, correspondente a quem de fato decide como os ministros do Meio Ambiente de cada país. Trata-se de chegar aos acordos e as metas definidas para os próximos anos e décadas.  Há um senso de urgência no ar, o tempo já não esta a favor de um novo adiamento de decisões.

       Essa COP 30 não pode falhar em seu planejamento, em suas metas, em seus acordos. As decisões de hoje estão contidas nas intenções colocadas ao longo desses 30 anos desse modelo de organização e de certa forma ganha maior visibilidade a partir da COP 21 com o Acordo de Paris, muito bem elaborado, porém com seus descumprimentos por parte dos países maiores poluidores.

        Há necessidade ética das lideranças de nosso tempo de chegar a um acordo global. Sabemos das inúmeras dificuldades para tanto. Porém trata-se de acertar um denominador de humanidade, vida e urgência. Humanidade por somos uma única espécie interessada nesse acordo. Porque queremos preservar a vida, todo tipo de vida, inclusive a vida humana, e a urgência devido aos sintomas que o planeta vem demonstrando constatado pela ciência que estuda pesquisa, e apresenta seus relatórios que nos fundamenta em decisões práticas.  

        O que implantar como tronar concretas as propostas apresentadas, debatidas e comprovadas.  Lembrando que desde o Acordo de Paris em 2015 muitos estudos já demonstravam que poderíamos chegar a este estado de atingirmos 1,5 ° de temperatura já na metade da década de 2025.  Temos muitos indicadores de adaptação de mitigação, muitos deles no caso brasileiro, já trabalhados, debatidos e deliberados nas Conferencias climáticas municipais, estaduais e a nacional, todas realizadas durante o ano de 2025.

          Uma decisão esperada dessa COP é o financiamento climático dos países maiores poluidores para investimentos e ações concretas nos países onde ainda há preservação ambiental em bom estado, mas que necessita de ajuda financeira para o desenvolvimento de projetos para se adequar a um quadro possível de sustentabilidade necessária. Esse financiamento  climático  deverá ser aplicado para a adaptação, as perdas e danos cometidos pela pisada humana sob a lógica capitalista dos modos de produzir e consumir. Os valores que já foram sugeridos na COP 29 do Azerbaijão, não foram atendidos hoje, nesta COP de Belém, novamente surgem os valores de 1,3 trilhões de dólares para tal intento. Lembrando que esses valores tão necessários para que os acordos possam se cumprir trata-se de apenas ¼ do valor investidos hoje na indústria bélica e petrolífera. Como vemos dinheiro há, trata-se de uma inversão de valores, com uma decisão política e ética para garantir um futuro sustentável de vida nessa Casa Comum.

        Chegou o momento de nos reconhecermos como humos, terra fértil que nos derivou a humanidade nessa mãe Terra. Somos os que podem decidir sobre nosso destino, nosso futuro. Não serão seres de fora do planeta a decidir, seremos nós responsáveis e sabedores dessa responsabilidade. Sabemos das explicações científicas do quadro que nos levou a este estado de Emergência Climática, temos os recursos, temos a capacidade técnico-científica para dar esse salto qualitativo necessário para reiniciar um novo modo de lidar com toda a biodiversidade no qual dependemos. Os valores de nossa continuidade de vida estão lançados nas mesas de negociação, sabemos que a vida não é um jogo, mas um propósito que podemos interromper o sonho desta continuidade com equilíbrio e qualidade. Sabemos também que se essas atitudes forem tomadas teremos com garantir as gerações futuras um modo de vida saudável, sustentável de ser, de existir.

 

*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental

 


sábado, 15 de novembro de 2025

 EVENTO





 
Santo Antônio da Platina, Pr
14/11/2025

https://www.portaltanosite.com/noticia/192302/cop-30-cupula-dos-povos


COP 30: Cúpula dos Povos *


        Uma das reuniões mais aguardadas na COP 30 de Belém do Pará neste ano de 2025 é a reunião da Cúpula dos Povos que pretende reunir mais de 30 mil pessoas. Representa o coração político e ético das lutas socioambientais diante da crise climática.

        Na manhã do dia 12 de novembro, no terceiro dia da COP mais de 200 embarcações com cerca de 5 mil pessoas navegaram pela águas da baía do Guajará na cidade de Belém, desta forma estabelecendo a abertura simbólica da Cúpula dos Povos, que se constitui num evento paralelo, mas com grande significado político organizacional de 62 países participantes. O grande objetivo dessa Cúpula é pautada no direito dos povos, dos povos originários, da justiça climática e soberania alimentar.

        Lembrando que todos os estudos científicos apontam que os maiores afetados pela emergência climática em curso serão os povos vulneráveis, de baixa renda, e que vivem em locais onde as catástrofes climáticas de cheias, inundações e secas extremas acorrem com maior intensidade.

     A Cúpula dos Povos reafirma que a verdadeira transição ecológica nasce das bases das comunidades tradicionais, dos povos indígenas, quilombolas, pescadores, agricultores familiares e movimentos urbanos. No Brasil os povos indígenas, os povos da floresta, as populações ribeirinhas, os trabalhadores urbanos e rurais, são os maiores representantes dessa Cúpula. Somente o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem terra) estão presentes com cerca de 1.300 representantes, defendendo a Reforma Agrária, a segurança alimentar, a agro ecologia e a justiça climática.

        A fala de Ailton Krenak com sua leitura de mundo, em  entrevista publicada no sábado (08) pelo El País, o escritor e líder indígena afirmou que a conferência foi “sequestrada pela perspectiva econômica” e que “o clima virou mercado”. E se pergunta diante disso:  “somos realmente humanos”.  A lembrança da luta de Chico Mendes com e  pelos povos da floresta, dos ribeirinhos.  A sabedoria do cacique Raoni e o grito dos indígenas originários deste continente que lutam pela demarcação e o respeito de suas terras. O movimento negro, os trabalhadores rurais sem terra, os trabalhadores urbanos.  

        O clamor dos povos na sua expressão popular terá na Cúpula da Terra um alerta aos governantes que tomaram decisões nessa COP.  Lembrando e na mesma luta do Fórum Social Mundial que teve seu inicio em 2001 em Porto Alegre no RS, que tinha como lema: “Outro mundo é possível” um mundo onde caibam todos, sem um pensamento único e com respeito a diversidade  que nos caracteriza como seres humanos. E o alerta que ecoa desse clamor: Foram três décadas negociando, estabelecendo metas, acordos, sempre no campo das promessas. Agora é hora de mudar.

     A Cúpula é território de resistência e proposição. Nela, o conhecimento ancestral dialoga com a ciência contemporânea, reivindicando outro paradigma civilizatório que entende a Terra não como recurso, mas como mãe.  Há uma voz silenciosa que reivindica seu espaço, há uma luta contínua pelo direitos a viver num planeta que tenha condições de abarcar todo tipo de vida.  Não há como negar nenhum tipo de vida presente, todos merecem viver, todos merecem conviver, todos merecem fazer parte do grande banquete de vida, trabalho, terra, água potável, nascentes e rios, floresta, animais micro e macro todos formando a grande Teia da Vida.

        Entender-se parte desta Teia, alertar a todos participes dela é a grande voz que se ergue na Cúpula da Terra. Trabalhadores, indígenas todos unidos num grito pela Terra, nossa única Casa Comum. O almejam é um futuro em que a humanidade se reconheça novamente como parte da natureza, e não como sua dominadora Que seja ouvido, que seja respeitado, que sejam atendidos nessa importante COP 30 pela primeira vez no Brasil, no coração da mata.


*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental   

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

COP 30 - Programa Fala Comunidade entrevista o Professor Paulo Bassani


Entrevista TV BRAGA BRASIL - 13/11/2025

Paulo Bassani Cientista Social e Pesquisador Ambiental

"COP 30  e os desafios da relação entre os humanos e a natureza 
em tempos de Mudanças climáticas"

 EVENTO

   Paulo Bassani

Santo Antônio da Platina, Pr
13/11/2025
https://www.portaltanosite.com/noticia/192176/cop-30-transicao-energetica-em-cena


COP 30: transição energética em cena*

 

    Temos que acelerar a transição energética ética de forma ética, limpa, sustentável mais rápido possível. O mundo moderno foi edificado sob a dependência energética, pelo carvão, pelos combustíveis fósseis, pela energia elétrica, e pela energia nuclear. A transição energética é um dos processos mais decisivos do século XXI. Trata-se da passagem de um modelo baseado em combustíveis fósseis  carvão, petróleo e gás natural para um sistema fundado por fontes renováveis. Portanto o que esta em jogo é uma transformação estrutural, econômica e cultural que redefine a forma como a sociedade produz, consome e como estabelece sua dependência energética.

    Hoje necessitamos uma nova matriz energética fundada em elementos da natureza que estão abundantes e que através de seu uso pouco ou nada impactam.  Estamos falando da energia solar, também conhecida como fotovoltaica, da energia eólica, do bio gás, do aproveitamento do movimento das ondas do mar, dos bio-combustíveis,  do hidrogênio verde, entre outras.

    Se esta transição energética ocorrer, associado a outros fatores, o Brasil poderá zerar as emissões até 2040 dependendo das atitudes concretas que estão e serão tomadas. Aos ecos cidadão teremos nosso compromisso de mudarmos nossas atitudes no espaço privado e no espaço publico, ambos os comportamentos sustentáveis, poderão acelerar esta transição para um mundo sustentável de forma concreta. Temos que debater, elevar nossa consciência e tomar atitudes concretas para que isso tudo possa se tornar realidade, com prática efetiva em nosso cotidiano.

    Em grande escala as energias alternativas vem barateando seus custos e vem sendo introduzido por pessoas e por empresas. Necessitamos acelerar esse processo e a credibilidade de este tipo de energia não irá escassear e tão pouco comprometer os sistemas que dela necessitam. O Brasil, dotado de abundância em patrimônio natural, com inúmeras pesquisas e exemplos nessa corrente energética limpa, ocupa posição estratégica para dar exemplo e liderar esse processo.

    A ciência está ai para nos orientar que não bastam paliativos, atitudes concretas de governantes, empresas e indivíduos são necessários. Precisamos de decisão, investimentos, ou seja, mudar a matriz energética e investir em sustentabilidade em todos os segmentos da vida moderna. Conter e acabar com a indústria bélica e os combustíveis fósseis será uma tarefa difícil, porém necessária. Se apenas 1/4 do que é gasto com indústria bélica/guerras/combustíveis fósseis podemos reverter esse processo. Nesta ênfase, a transição energética é uma transição cultural um chamado à humanidade para repensar seu modo de ser e estar no planeta e reinventar a relação entre tecnologia, natureza e sociedade.

     Hoje se solicita na COP 30 cerca de 1,3 trilhões de dólares para reverter esse processo impactante sobre à Casa Comum. Entender eticamente que investir em proteção, preservação, recuperação, equilíbrio e melhor para toda a humanidade.  A transição energética poderá ganhar novos impulsos se os países maiores poluidores investirem os recursos solicitados, assim poderemos ter significativos avanços no campo energético até abdicarmos totalmente os combustíveis fósseis. 

    A transição energética emerge como uma necessidade ambiental, mas também como uma oportunidade  de uma opção civilizatória de estabelecer um novo começo, uma oportunidade de reorganizar as bases produtivas, sociais, culturais rumo a um modelo de sociedade de baixo carbono, justo, inclusiva e sustentável.


*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental 

 

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

 EVENTO


 

                                                                          Paulo Bassani

Santo Antônio da Platina, Pr

12/11/2025
https://www.portaltanosite.com/noticia/191867/cop-30-pontos-de-nao-retorno#google_vignette

COP 30: Pontos de não retorno*

U        Um dos temos que preocupam a todos nessa COP 30 são os chamados “pontos de não retorno”. Hoje conhecemos mais de 20 pontos de não retorno na natureza. Essas são analises obtidas de Centros de pesquisa como o INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do IPCC- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU.  Temos que prestar atenção nisso. Ou seja, os pontos de não retorno passaram a ser utilizados na ciência como uma explicação de nossa forte pisada humana sobre a natureza, são os biomas que já passaram do limite de sua capacidade de regeneração. Suportaram, adaptaram-se, sofreram e, agora, não conseguem mais se regenerar, recuperar, sobreviver. Isso significa perda do patrimônio da humanidade, patrimônio da natureza que foi descuidado por nossa forma de explorar, dominar e desenvolver. Não a entendemos como patrimônio e sim como recursos para serem utilizados de forma infinita e impactante. Não entendemos e nem respeitamos seu equilíbrio, sua forma de ser. Porém hoje sabemos de que este equilibro da natureza é o que nos garante viver nesse planeta, que estamos comprometendo as possibilidades de reprodução da vida.

      Ai os eventos extremos ocorrem com a maior intensidade, caso não conseguirmos ficar abaixo do aumento de 1,5 graus de temperatura. Se isso ocorrer irão desaparecer todas as espécies as barreiras de corais oceânicas, muitas delas embranqueceram e sem vida, lembrando que elas   contem cerca de 18 a 25 % de toda a biodiversidade dos mares. Com o derretimento dos mantos de gelos dos glaciares e do Ártico, Gloelândia isso fará com que aumente o nível das águas do mares. Poderemos, segundo dados do IPCC, passar a mais de 1 metro até 2100. Isso juntamente com a acidificação, o aquecimento das águas, teremos consequências danosas, entre as quais:  Bilhões de pessoas que vivem em áreas litorâneas terão que buscar outros lugares para viver;  teremos mais Tufões e outras manifestações que poderão comprometer não apenas as populações rebeirinhas dos mares, mas das populações continentais; aumento de plástico nos oceanos devido aos resíduos que para lá se destinam, comprometendo a alimentação dos peixes e de inúmeras espécies marinhas.

O    Outro ponto de não retorno é o Permafrost.  Este compõem 25% da superfície terrestre, na Sibéria, Groelândia, norte do Canada, Alasca é o solo que passa grande parte do tempo congelado, e o qual com seu derretimento causará a emissão de milhões de toneladas de gás metano, muito mais agressivo no efeito estufa que o CO2, na atmosfera. Isso devido a enorme quantidade de material biológico (árvores, animais) que por milhares de anos permaneceram congelados, esse descongelamento causará danos irreversíveis .

A         A Amazônia local onde se realiza a COP30, também é uma questão seria. Pois o desmantelamento, incêndios, grilhagem, garimpeiros ilegais,  secas prolongadas, estão tornando a região  2 a 3 graus mais quentes. Se o desmatamento passar de 20% desse bioma, poderemos perder a amazónica, como captadora hoje de cerca de 140 milhões de toneladas de CO2, teremos comprometimento dos rios voadores que alimentam as chuvas, especialmente no centro sul do Brasil, e o aparecimento de áreas desérticas nas próximas décadas.  

         A pandemia da COVID 19, foi uma demonstração clara de que podemos reverter esse quadro. Com diminuição da queima de combustível fósseis, sobretudo de carros, caminhões, ônibus entre outros, as emissões mundiais diminuiriam em cerca de 5 a 7 %. Entretanto  em 2024 chegamos a registrar o ano com as maiores emissão já registradas.

T     Temos hoje o desafio de apreender com a natureza, se colaboramos com ela irá responder favoravelmente. Isso implica segundo dados do IPCC em diminuir até 40 % até 2030 e até 90% até 2050. Os desafios estão postos nas mesas de negociação.

 

*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador socioambiental

terça-feira, 11 de novembro de 2025

 EVENTO


                                 Paulo Bassani

Santo Antônio da Platina, Pr
11/11/2025
https://www.portaltanosite.com/noticia/191657/cop-30-compreensao-de-nossa-natureza

COP 30: Compreensão de nossa natureza*

 

         Estamos vivendo em nosso tempo uma era dos extremos. Onde fatores climáticos ocorrem de forma mito diferenciada do que vinham acontecendo. Chuvas intensas e inundações, secas extremas e prolongadas, estações descaracterizadas do que tínhamos como referencia. E diante de um aquecimento geral do planeta, onde os últimos 10 anos foram os mais quentes registrados desde sua mensuração no inicio dos tempos modernos, sendo que o ano de 2024 fechou com uma temperatura média em trono de 1,5° temperatura essa que imaginávamos atingir após os anos de 2050. Fazendo com que ela permanecesse abaixo de 2,0° até o final desse século. Caso a humanidade conseguir eliminar a emissão dos gases causadores do efeito estufa. Zerar as emissões sempre foi um sonho desde a Primeira COP- Conferência das Partes-Convenção das Nações Unidas sobre o Clima em 1995, porém metas sobre metas, protocolos sobre protocolos, acordos sobre acordos, não conseguimos avançar e conter as emissões. Pelo contrário aumentaram ainda mais. Nesse sentido sempre que se inicia uma nova COP os sonhos, as metas, os acordos renascem.

Ciência, sonhos e utopias carregados de possibilidades são colocadas nas mesas de negociações, porém interesses dos países poluidores, associados ao interesses do capital não permitem avanços reais. Protelações são as prováveis deliberações que podemos aguardar nas salas das negociações.

Diante desta dificuldade de avanços cabe lembrar dois fatores importantes. O primeiro presente na força dos negacionistas climáticos que tentam imputar sua verdade acerca dessa questão. Sabemos, pela ciência que nos orienta, que não devemos perder tempo com essas inferências, quer em seus documentos, pronunciamentos ou nas redes sociais. Outro fator diz respeito a não presença dos EUA, um dos maiores poluidores, como referência de negociação, pelo fato de seu presidente ser negacionista climático, ter-se retirado do Acordo de Paris e com freqüentes atitudes e manifestações contrárias a toda e qualquer forma de conter as emissões dos gases do efeito estufa. Pelo contrário estimulando a produção dos combustíveis fósseis em seu país e no mundo afora, além de retirar das universidades e centros de pesquisa qualquer investimento, estudo e pesquisa que indiquem estarmos numa emergência climática.

C    Cabe a nós aqui distantes, atentos, conscientes, críticos, ambientalistas, educadores ambientais, eco cidadão acompanharmos a COP 30 de Belém do Pará. Estabelecemos nosso olhar, nossa atenção, nossa torcida e confiança de que todos lá presentes, tão perto do que a natureza pode oferecer de mais belo vibrante, verde, vida, flora, fauna, rios que a Amazônia representa para o mundo. Talvez desperte a sensibilidade dos participantes, principalmente dos que decidem que chegou à hora de atitudes concretas acerca dos destinos climáticos que teremos pela frente. A decisão esta lançada, nós atentos e as gerações futuras no aguardo, ligadas a um espírito que flutua por entre as estrelas, poderemos juntos encontrar ainda um planeta de acolhimento da vida, de todo tipo de vida. 

*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

 EVENTO


Santo Antônio da Platina, Pr 

10/11/2025


                                           https://www.portaltanosite.com/noticia/191434/cop-30-um-coracao-que-bate-forte

COP 30: Um coração que bate forte*

 

No Brasil coração da Amazônia

Um grito de liberdade

Um grito de socorro

Um grito da natureza.

 

Quantas COPs mais necessitarão

Para acordar desse pesadelo destrutivo

Antropofágico, impactante, desconcertante.

Os Rs não param de aparecer

Repensar, Recuperar, Reutilizar,

Reciclar, Recusar, Reduzir,

Refazer, Reequilibrar, Reformular,

Reestruturar, Restabelecer.

Quantos Acordos, Protocolos, Cartas.

 

Chega de combustíveis fósseis

Chega de Indústria bélica,

Chega de guerras

Chega de fome

Chega de plásticos

Chega de hipocrisia,  estupidez humana.

 

Caba agora atitudes concretas

O momento é esse.

Há tantos estudos científicos

Que demonstram termos chegado ao limite

Da relação entre os seres humanos

E a natureza.

Podemos estar ingressando

Num ponto de não retorno.

Podemos inviabilizar a vida humana

Em muitas regiões do planeta

E comprometer a biodiversidade

Que conosco convive e que dela necessitamos.

 

Os oceanos pedem socorro

As florestas pedem socorro

Os rios pedem socorro

A flora e a fauna pedem socorro.

 

Será que não ouvimos esses gritos

Por todos os cantos da Terra?

Tudo indica que teremos que nos humanizar

Ouvindo esses gritos, esses apelos, esses chamados

Talvez não teremos outra oportunidade.

 

*Paulo Bassani


sexta-feira, 7 de novembro de 2025

 Série

Água da Fonte

                                                                   Paulo Bassani



Talvez amanhã *

 

Muito talvez voltarei

Muito talvez estarei presente

Muito talvez  farei o possível

Muito talvez chegarei lá.

 

Quantos muitos, quantos talvez

Essa historia poderia ser

De outra forma, direta e franca.

Sincera e branda.

 

Mas somos assim, seres apreendentes

Sobre o que não necessitamos

Temos posturas duvidosas

Ambíguas e até contraditórias.


Talvez pela nossa incompletude

Pela nossa incerteza,

Pela nossa desatenção

Pela nossa ingratidão.

 

Mas amanhã faremos diferente

Amanhã acreditaremos chegar

Amanhã teremos a convicção 

De que tudo iremos mudar.

 

*Paulo Bassani

 Bancas de Avaliação Hoje 09/12/2025  No CCH da UEL  Horário: 14:30 hs - Sala 131 Londrina, Pr.