EVENTO
Paulo Bassani
Santo Antônio da Platina, Pr
25/11/2025
COP 30: Os difíceis caminhos a seguir*
Acumulamos, ao longo dessas 30 COPs, referendada e anunciada pela COP 30, informações, conhecimentos que poderão ajudar futuras gerações a entender como escolhas humanas influenciaram um possível colapso da civilização. O destino da humanidade pode estar traçado sem que tenhamos condições de reverter um processo inexorável de auto-destruição.
Vamos destacar alguns aspetos como o proposto pelo Mapa do Caminho construído pela COP 30, o qual estabelece as diretrizes, formas e prazos para que cada país faça sua transição para o fim dos combustíveis fósseis, como limites de prazo até 2045. Trata-se de um roteiro, um plano de trabalho real, de compromissos que precisa nos mostrar o caminho, de onde estamos, para onde precisamos chegar, e como chegaremos nesse ideal.
Entendemos que a COP não é o fim de uma discussão ela é uma linha aderente aos modelos sustentáveis de construção de futuro, de um mundo com baixo carbono e de temperatura estáveis para a vida, todos os tipos de vida, em toda sua plenitude. Conhecemos os problema hoje, temos que equacioná-los e buscar soluções, este é o caminho metodológico das COPs.
Não temos no documento final o Mapa claro da urgência de acabar com a extração e emissão dos gases oriundos dos combustíveis fósseis. No Pavilhão de Ciências Planetárias afirmam o ideal ser até 2040 no máximo em 45. Como se refere Carlos Nobre do INPE “A COP30 tem uma escolha a fazer: proteger as pessoas e a vida, ou a indústria de combustíveis fósseis” Pois estamos chegando a um ponto de inflexão planetária. Essa pressão dos países produtores de petróleo associados à retirada total, de qualquer encaminhamento sustentável das intenções do governo norte Américo, levam mais uma vez a um estado de incertezas.
Os oceanos estão em perigo sua acidificação através de nossa poluição compromete o principal regulador da temperatura, assim comprometendo a vida marinha e todos os sistemas das barreiras de corais. pois diminuirá sua capacidade de absorção do CO2, pois retiram mais de 1/3 dos gases emitidos. Associado com o derretimento das geleiras e glaciares a tendência é de sua elevação. Lembrando que cerca de 71% da planeta é coberto por oceanos, e cerca de 29% de terras emersas sendo que 9% são áreas desérticas. Logo entender a importância de preservar os oceanos que são os grandes definidores da vida planetária.
A demarcação das terras indígenas, além de um dos direitos desses povos, se coloca com um avanço climático, pois como guardiãs das florestas os povos originários protegem pelo seu modo de vida, a biodiversidade desses territórios. Isso significa, também, que preservar as florestas tropicais e subtropicais da Terra será não apenas importantes para conter o aquecimento, mas preservar toda rica fauna e flora lá existente.
O aumento do investimento de recursos para chegar à casa de 1,3 trilhões de dólares para conter, regularizar, mitigar e adaptar, sobretudo as áreas degradas nos países que mais sofrem as conseqüências desse processo descrito, torna-se uma condição imprescindível, ainda em negociações.
Mesmo com os dementes e negacionistas climáticos, os lobbys da empresas petrolíferas e de todos os que não acreditam no aquecimento global, temos nós cientistas, pesquisadores, cidadãos planetários, entender e acreditar nas teses apresentadas pelas COPs fundados em estudos, pesquisas do IPCC, do INPE das principais Universidades e Centros de Pesquisas mundiais. Sabemos, de forma consciente, que temos que seguir em frente, acreditando, mobilizando processos de conscientização, de educação de eco cidadãos que não deixem de acreditar na ciência e na capacidade de mobilização dos povos e dos governos. E entender definitivamente que o rumo atual de desenvolvimento de emissão dos gases e calor gerado pelos combustíveis fósseis, assim como pelo desmatamento e queimadas, teremos um planeta nas próximas décadas altamente comprometido para a reprodução da vida, de todo tipo de vida.
Temos que erguer as bandeiras da sustentabilidade necessária e acreditar que rumo a COP31 na Turquia algo mais possa ser feito, entendendo que até lá as deliberações e encaminhamento ficarão a cargo do comando brasileiro que poderá propor e instigar, pelo seu exemplo, a cumprir e atingir as metas propostas.
*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental