EVENTO
Paulo Bassani
Santo Antônio da Platina, Pr
COP
30: Pontos de não retorno*
U Um
dos temos que preocupam a todos nessa COP 30 são os chamados “pontos de não
retorno”. Hoje conhecemos mais de 20 pontos de não retorno na natureza. Essas
são analises obtidas de Centros de pesquisa como o INPE- Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais e do IPCC- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
da ONU. Temos que prestar atenção nisso.
Ou seja, os pontos de não retorno passaram a ser utilizados na ciência como uma
explicação de nossa forte pisada humana sobre a natureza, são os biomas que já
passaram do limite de sua capacidade de regeneração. Suportaram, adaptaram-se,
sofreram e, agora, não conseguem mais se regenerar, recuperar, sobreviver. Isso
significa perda do patrimônio da humanidade, patrimônio da natureza que foi
descuidado por nossa forma de explorar, dominar e desenvolver. Não a entendemos
como patrimônio e sim como recursos para serem utilizados de forma infinita e
impactante. Não entendemos e nem respeitamos seu equilíbrio, sua forma de ser.
Porém hoje sabemos de que este equilibro da natureza é o que nos garante viver
nesse planeta, que estamos comprometendo as possibilidades de reprodução da
vida.
Ai
os eventos extremos ocorrem com a maior intensidade, caso não conseguirmos
ficar abaixo do aumento de 1,5 graus de temperatura. Se isso ocorrer irão
desaparecer todas as espécies as barreiras de corais oceânicas, muitas delas
embranqueceram e sem vida, lembrando que elas
contem cerca de 18 a 25 % de toda a biodiversidade dos mares. Com o
derretimento dos mantos de gelos dos glaciares e do Ártico, Gloelândia isso
fará com que aumente o nível das águas do mares. Poderemos, segundo dados do
IPCC, passar a mais de 1 metro até 2100. Isso juntamente com a acidificação, o
aquecimento das águas, teremos consequências danosas, entre as quais: Bilhões de pessoas que vivem em áreas
litorâneas terão que buscar outros lugares para viver; teremos mais Tufões e outras manifestações
que poderão comprometer não apenas as populações rebeirinhas dos mares, mas das
populações continentais; aumento de plástico nos oceanos devido aos resíduos
que para lá se destinam, comprometendo a alimentação dos peixes e de inúmeras
espécies marinhas.
O Outro
ponto de não retorno é o Permafrost. Este compõem 25% da superfície terrestre, na Sibéria, Groelândia, norte do Canada,
Alasca é o solo que passa grande parte do tempo congelado, e o qual com seu
derretimento causará a emissão de milhões de toneladas de gás metano, muito
mais agressivo no efeito estufa que o CO2, na atmosfera. Isso devido a enorme
quantidade de material biológico (árvores, animais) que por milhares de anos
permaneceram congelados, esse descongelamento causará danos irreversíveis .
A A Amazônia local onde se realiza a COP30, também é uma questão seria. Pois o
desmantelamento, incêndios, grilhagem, garimpeiros ilegais, secas prolongadas, estão tornando a
região 2 a 3 graus mais quentes. Se o
desmatamento passar de 20% desse bioma, poderemos perder a amazónica, como
captadora hoje de cerca de 140 milhões de toneladas de CO2, teremos
comprometimento dos rios voadores que alimentam as chuvas, especialmente no
centro sul do Brasil, e o aparecimento de áreas desérticas nas próximas
décadas.
A
pandemia da COVID 19, foi uma demonstração clara de que podemos reverter esse
quadro. Com diminuição da queima de combustível fósseis, sobretudo de carros,
caminhões, ônibus entre outros, as emissões mundiais diminuiriam em cerca de 5
a 7 %. Entretanto em 2024 chegamos a
registrar o ano com as maiores emissão já registradas.
T Temos
hoje o desafio de apreender com a natureza, se colaboramos com ela irá
responder favoravelmente. Isso implica segundo dados do IPCC em diminuir até 40
% até 2030 e até 90% até 2050. Os desafios estão postos nas mesas de
negociação.
*Paulo
Bassani é cientista social e pesquisador socioambiental



Nenhum comentário:
Postar um comentário