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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

 EVENTO


 

                                                                          Paulo Bassani

Santo Antônio da Platina, Pr

12/11/2025
https://www.portaltanosite.com/noticia/191867/cop-30-pontos-de-nao-retorno#google_vignette

COP 30: Pontos de não retorno*

U        Um dos temos que preocupam a todos nessa COP 30 são os chamados “pontos de não retorno”. Hoje conhecemos mais de 20 pontos de não retorno na natureza. Essas são analises obtidas de Centros de pesquisa como o INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do IPCC- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU.  Temos que prestar atenção nisso. Ou seja, os pontos de não retorno passaram a ser utilizados na ciência como uma explicação de nossa forte pisada humana sobre a natureza, são os biomas que já passaram do limite de sua capacidade de regeneração. Suportaram, adaptaram-se, sofreram e, agora, não conseguem mais se regenerar, recuperar, sobreviver. Isso significa perda do patrimônio da humanidade, patrimônio da natureza que foi descuidado por nossa forma de explorar, dominar e desenvolver. Não a entendemos como patrimônio e sim como recursos para serem utilizados de forma infinita e impactante. Não entendemos e nem respeitamos seu equilíbrio, sua forma de ser. Porém hoje sabemos de que este equilibro da natureza é o que nos garante viver nesse planeta, que estamos comprometendo as possibilidades de reprodução da vida.

      Ai os eventos extremos ocorrem com a maior intensidade, caso não conseguirmos ficar abaixo do aumento de 1,5 graus de temperatura. Se isso ocorrer irão desaparecer todas as espécies as barreiras de corais oceânicas, muitas delas embranqueceram e sem vida, lembrando que elas   contem cerca de 18 a 25 % de toda a biodiversidade dos mares. Com o derretimento dos mantos de gelos dos glaciares e do Ártico, Gloelândia isso fará com que aumente o nível das águas do mares. Poderemos, segundo dados do IPCC, passar a mais de 1 metro até 2100. Isso juntamente com a acidificação, o aquecimento das águas, teremos consequências danosas, entre as quais:  Bilhões de pessoas que vivem em áreas litorâneas terão que buscar outros lugares para viver;  teremos mais Tufões e outras manifestações que poderão comprometer não apenas as populações rebeirinhas dos mares, mas das populações continentais; aumento de plástico nos oceanos devido aos resíduos que para lá se destinam, comprometendo a alimentação dos peixes e de inúmeras espécies marinhas.

O    Outro ponto de não retorno é o Permafrost.  Este compõem 25% da superfície terrestre, na Sibéria, Groelândia, norte do Canada, Alasca é o solo que passa grande parte do tempo congelado, e o qual com seu derretimento causará a emissão de milhões de toneladas de gás metano, muito mais agressivo no efeito estufa que o CO2, na atmosfera. Isso devido a enorme quantidade de material biológico (árvores, animais) que por milhares de anos permaneceram congelados, esse descongelamento causará danos irreversíveis .

A         A Amazônia local onde se realiza a COP30, também é uma questão seria. Pois o desmantelamento, incêndios, grilhagem, garimpeiros ilegais,  secas prolongadas, estão tornando a região  2 a 3 graus mais quentes. Se o desmatamento passar de 20% desse bioma, poderemos perder a amazónica, como captadora hoje de cerca de 140 milhões de toneladas de CO2, teremos comprometimento dos rios voadores que alimentam as chuvas, especialmente no centro sul do Brasil, e o aparecimento de áreas desérticas nas próximas décadas.  

         A pandemia da COVID 19, foi uma demonstração clara de que podemos reverter esse quadro. Com diminuição da queima de combustível fósseis, sobretudo de carros, caminhões, ônibus entre outros, as emissões mundiais diminuiriam em cerca de 5 a 7 %. Entretanto  em 2024 chegamos a registrar o ano com as maiores emissão já registradas.

T     Temos hoje o desafio de apreender com a natureza, se colaboramos com ela irá responder favoravelmente. Isso implica segundo dados do IPCC em diminuir até 40 % até 2030 e até 90% até 2050. Os desafios estão postos nas mesas de negociação.

 

*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador socioambiental

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