EVENTO
COP 30: Compreensão de nossa natureza*
Estamos vivendo em nosso tempo uma era
dos extremos. Onde fatores climáticos ocorrem de forma mito diferenciada do que
vinham acontecendo. Chuvas intensas e inundações, secas extremas e prolongadas,
estações descaracterizadas do que tínhamos como referencia. E diante de um
aquecimento geral do planeta, onde os últimos 10 anos foram os mais quentes
registrados desde sua mensuração no inicio dos tempos modernos, sendo que o ano
de 2024 fechou com uma temperatura média em trono de 1,5° temperatura essa que
imaginávamos atingir após os anos de 2050. Fazendo com que ela permanecesse
abaixo de 2,0° até o final desse século. Caso a humanidade conseguir eliminar a
emissão dos gases causadores do efeito estufa. Zerar as emissões sempre foi um
sonho desde a Primeira COP- Conferência das Partes-Convenção das Nações Unidas
sobre o Clima em 1995, porém metas sobre metas, protocolos sobre protocolos,
acordos sobre acordos, não conseguimos avançar e conter as emissões. Pelo
contrário aumentaram ainda mais. Nesse sentido sempre que se inicia uma nova
COP os sonhos, as metas, os acordos renascem.
Ciência, sonhos e utopias carregados de possibilidades são colocadas nas mesas de negociações, porém interesses dos países poluidores, associados ao interesses do capital não permitem avanços reais. Protelações são as prováveis deliberações que podemos aguardar nas salas das negociações.
Diante desta dificuldade de avanços cabe lembrar dois fatores importantes. O primeiro presente na força dos negacionistas climáticos que tentam imputar sua verdade acerca dessa questão. Sabemos, pela ciência que nos orienta, que não devemos perder tempo com essas inferências, quer em seus documentos, pronunciamentos ou nas redes sociais. Outro fator diz respeito a não presença dos EUA, um dos maiores poluidores, como referência de negociação, pelo fato de seu presidente ser negacionista climático, ter-se retirado do Acordo de Paris e com freqüentes atitudes e manifestações contrárias a toda e qualquer forma de conter as emissões dos gases do efeito estufa. Pelo contrário estimulando a produção dos combustíveis fósseis em seu país e no mundo afora, além de retirar das universidades e centros de pesquisa qualquer investimento, estudo e pesquisa que indiquem estarmos numa emergência climática.
C Cabe
a nós aqui distantes, atentos, conscientes, críticos, ambientalistas,
educadores ambientais, eco cidadão acompanharmos a COP 30 de Belém do Pará. Estabelecemos
nosso olhar, nossa atenção, nossa torcida e confiança de que todos lá
presentes, tão perto do que a natureza pode oferecer de mais belo vibrante,
verde, vida, flora, fauna, rios que a Amazônia representa para o mundo. Talvez
desperte a sensibilidade dos participantes, principalmente dos que decidem que
chegou à hora de atitudes concretas acerca dos destinos climáticos que teremos
pela frente. A decisão esta lançada, nós atentos e as gerações futuras no
aguardo, ligadas a um espírito que flutua por entre as estrelas, poderemos
juntos encontrar ainda um planeta de acolhimento da vida, de todo tipo de vida.
*Paulo
Bassani é cientista social e pesquisador ambiental



Nenhum comentário:
Postar um comentário