EVENTO
COP 30: Carta de Belém
Finalizando
a COP 30, os países membros participantes cerca de 200 estão elaborando a Carta
de Belém. A muitas questões complexas e que serão consideradas de maneira
periférica e novamente fugindo das questões centrais.
A
primeira diz respeito ao financiamento climático dos países dos I° mundo que
mais poluem para as adaptações e as mitigações dos pises que menos poluem,
porém mais sofrem com as mudanças climáticas. O valor pleiteado é o mesmo não
atendido na COP 29 do Azerbaijão, ou seja, cerca de 1,3 trilhões de dólares.
Outra
questão diz respeito a data limite de extinção dos combustíveis fósseis e ao
mesmo tempo estabelecer uma transição rápida, justa e democrática desse tipo de
energia fundada no petróleo, carvão e gás natural. Para energias renováveis com
eólica, solar, biocombustíveis, biometano, hidrogênio verde, entre outras.
Mas
há um dado assustador que remete a decisão de países ricos e
produtores/exportadores de petróleo. Segundo dados da ONU da plataforma Worldmeter, consultada pelo autor, nesta
semana há somente com as descobertas realizadas até hoje mais de 14 mil dias
para o fim do petróleo, mais de 38 anos, 56 mil dias para o fim do gás natural, resultando em 153 anos, e mais de 147 mil
dias para o fim do carvão ou seja 402
anos. Sob olhar econômico de quem detém essas reservas parecem pouco voltados
ao final dessa exploração, colocando em risco a sobrevivência da vida no
planeta.
Porém sabemos e os estudos remetem a esse
saber que senão contermos e acabarmos com essa emissão de combustíveis fósseis
que hoje representam cerca de 75 % das emissões gerais no planeta, segundo
dados do IPCC confirmados pelo INPE, aventa-se que até 2050 teremos um aumento
de cerca de 2,0 ° na temperatura da Terra, os dados científicos indicam que até
o ano 2100 a temperatura poderá subir até 3,5 graus, e que até 2050, teremos um aumento de cerca de 2,0
° na temperatura da Terra. Se isso se
confirmar será trágica a vida humana e outros tipos de vida nesta Casa Comum.
Lembrando que os dados que nos chegam através do banco mundial a Indústria
Bélica gasta cerca de 2,4 trilhões de U$ (2024) e a Indústria Petrolífera cerca
de 4,5 trilhões de U$ (2024). Com isso
queremos dizer que não há falte de dinheiro e nem tão pouco ausência de estudos
e pesquisas que comprovam a emergência climática que vivemos. Cabe uma decisão
política e ética em termos do que investir para garantir a vida como opção para
o caminho da sustentabilidade planetária.
Hoje
com 8,2 bilhões de pessoas, somos responsáveis por todos os humanos desse tempo
e do tempo futuro. Não podemos pensar em sustentabilidade sem ouvir os povos
originários, povos da floresta, os indígenas. Eles em Belém se fizeram presente
na Cúpula dos Povos, nas ruas, nas manifestações em redes sociais e nas
conversas com muitas lideranças mundiais. Eles sempre foram sustentáveis e
habitam áreas que ainda que os biomas estejam conservados. São modelos e devem
ser ouvidos.
Em
cada COP estamos pensando e propondo outra/nova relação entre os humanos e a
natureza. Temos que insistir, persistir, investir nossos esforços, acreditar em
ideias vão moldando novos mapas, novos sonhos, novas utopias. Isso porque como
escrevi recentemente em um artigo “A sustentabilidade não faz parte da história
oficial, do processo hegemônico, ela sempre esteve com a história oculta, e
somente se concretizará plenamente na
história futura”. Esse será sempre nossa
tarefa e desafio orientados por uma
ciência sustentável edificar um novo
padrão civilizatório.
*Paulo Bassani é cientista social e pesquisador ambiental

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