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A Conferência das
Nações sobre Mudanças Climáticas que
se realiza em Belém do Pará entre 10 a 20 de novembro de 2025. Terá nesta
segunda semana do evento a chegada de representantes dos países membros, correspondente
a quem de fato decide como os ministros do Meio Ambiente de cada país.
Trata-se de chegar aos acordos e as metas definidas para os próximos anos e
décadas. Há um senso de urgência no
ar, o tempo já não esta a favor de um novo adiamento de decisões.
Essa COP 30 não pode falhar em seu
planejamento, em suas metas, em seus acordos. As decisões de hoje estão
contidas nas intenções colocadas ao longo desses 30 anos desse modelo de
organização e de certa forma ganha maior visibilidade a partir da COP 21
com o Acordo de Paris, muito bem elaborado, porém com seus descumprimentos
por parte dos países maiores poluidores.
Há necessidade ética das lideranças
de nosso tempo de chegar a um acordo global. Sabemos das inúmeras dificuldades
para tanto. Porém trata-se de acertar um denominador de humanidade, vida e
urgência. Humanidade por somos uma única espécie interessada nesse acordo.
Porque queremos preservar a vida, todo tipo de vida, inclusive a vida
humana, e a urgência devido aos sintomas que o planeta vem demonstrando
constatado pela ciência que estuda pesquisa, e apresenta seus relatórios
que nos fundamenta em decisões práticas.
O que implantar como tronar
concretas as propostas apresentadas, debatidas e comprovadas. Lembrando que desde o Acordo de Paris em
2015 muitos estudos já demonstravam que poderíamos chegar a este estado de
atingirmos 1,5 ° de temperatura já na metade da década de 2025. Temos muitos indicadores de adaptação de mitigação,
muitos deles no caso brasileiro, já trabalhados, debatidos e deliberados
nas Conferencias climáticas municipais, estaduais e a nacional, todas
realizadas durante o ano de 2025.
Uma decisão esperada dessa COP é
o financiamento climático dos países maiores poluidores para investimentos
e ações concretas nos países onde ainda há preservação ambiental em bom
estado, mas que necessita de ajuda financeira para o desenvolvimento de
projetos para se adequar a um quadro possível de sustentabilidade
necessária. Esse financiamento climático
deverá ser aplicado para a
adaptação, as perdas e danos cometidos pela pisada humana sob a lógica
capitalista dos modos de produzir e consumir. Os valores que já foram sugeridos na COP
29 do Azerbaijão, não foram atendidos hoje, nesta COP de Belém, novamente surgem
os valores de 1,3 trilhões de dólares para tal intento. Lembrando que esses
valores tão necessários para que os acordos possam se cumprir trata-se de
apenas ¼ do valor investidos hoje na indústria bélica e petrolífera. Como
vemos dinheiro há, trata-se de uma inversão de valores, com uma decisão
política e ética para garantir um futuro sustentável de vida nessa Casa
Comum.
Chegou o momento de nos
reconhecermos como humos, terra fértil que nos derivou a humanidade nessa
mãe Terra. Somos os que podem decidir sobre nosso destino, nosso futuro.
Não serão seres de fora do planeta a decidir, seremos nós responsáveis e
sabedores dessa responsabilidade. Sabemos das explicações científicas do
quadro que nos levou a este estado de Emergência Climática, temos os
recursos, temos a capacidade técnico-científica para dar esse salto
qualitativo necessário para reiniciar um novo modo de lidar com toda a
biodiversidade no qual dependemos. Os valores de nossa continuidade de vida
estão lançados nas mesas de negociação, sabemos que a vida não é um jogo,
mas um propósito que podemos interromper o sonho desta continuidade com equilíbrio
e qualidade. Sabemos também que se essas atitudes forem tomadas teremos com
garantir as gerações futuras um modo de vida saudável, sustentável de ser,
de existir.
*Paulo Bassani
é cientista social e pesquisador ambiental
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