20 minutos do segundo tempo*
Uma sensação estranha
Passa pelo meu ser!
Pensar sobre o tempo e a vida.
Será que passamos pelo tempo
Ou ele que passa por nós.
Descobri como num jogo de futebol
Estar vivenciando
Os 20 minutos do segundo tempo.
Penso que a vida não é um jogo!
Ela é muito mais que isso
Mas como uma analogia temporal
Com suas comparações e situações
Faz-se possível pensar.
Aos 20 minutos do segundo tempo.
Podemos considerar que
O primeiro tempo já se foi, acabou
Não há retornos, apenas uma lição
Esperamos ter apreendido,
Dos erros, dos acertos,
Ficaram as lembranças...
Muitos nem conseguem completar
Este primeiro embate,
Deste jogo foram retirados por
diferentes motivos
Falta de empenho, desmotivação, despreparo,
Algum acidente de percurso.
Que objetiva e subjetivamente influenciaram.
Outros sequer retornam ao segundo tempo,
Pois do primeiro tempo tudo viveu, nada sobrou.
No intervalo avalia-se o resultado de embate
De empate, de defesa, meio e ataque
Observado, estudado, analisado
Com algumas novas estratégias
E novas táticas para o andamento
Linhas que se cruzam, linhas que avançam
Há recuos, há perspectivas
Mais aconselhamentos psicológicos, cuidados físicos
Distribuição dos espaços pelo campo da vida.
Pelo palco do jogo.
Inicia-se o segundo tempo.
Nesse o tempo parece correr muito rapidamente,
Em poucos instantes
Já estamos aos 20 minutos
Alguns cartões amarelos para administrar,
E a precaução para não tomarmos os vermelhos.
Momento difícil, perplexo!
As forças físicas começam se esgotar,
Buscar e forças e resistência
Para a continuidade do jogo.
Uma dúvida paira no ar:
Assegurar o resultado do primeiro tempo
Ou arriscar para o ataque.
Tudo é incerteza, tudo angustia
Mas na história humana há padrões
Do “jogo da vida”, das decisões e das omissões,
Que carregamos que nos atordoa.
Porém não há certezas.
Há um acaso entre o destino
A liberdade, a opressão, o potencial.
Nisto o treinador divino nos orienta
A tomar decisões com minha capacidade
Minhas forças somadas aos outros que me rodeiam
Subjetiva, objetiva, sensível e vigorosa.
O estádio onde tudo se desenrola
É o planeta Terra, nosso palco comum.
Com gramados mal cuidados,
Com estruturas insustentáveis.
O juiz e seus auxiliares são as leis,
Que assumem normas que nos regulam
Determinam os limites de nossos comportamentos.
Nesse território, palco, gramado,
Talvez marcaremos alguns gols
Com eles conquistaremos a vitória
Mas a derrota nos persegue intrépida,
Em segundos de distração tudo pode acontecer
O que importa é estabelecer um jogo bem jogado,
Planejado, empenhado, vivido, gentil e solidário,
Tanto nas assistências, quanto na hora de marcar.
Talvez até tenhamos uma prorrogação
Mas que ela seja sem sofrimento,
Apenas para celebrar os minutos finais
E poder com a torcida dos homens e dos anjos
Que com seus gritos, críticas e emoção
Nos impulsionam ao amanhã
E jogamos com toda disposição.
E ao sair de campo com a satisfação de missão
cumprida,
De que ganhar ou perder nada importa
O que importa é viver
*Paulo Bassani