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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

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                                POEMAS CONTEMPORÂNEOS



 20 minutos do segundo tempo*

 

Uma sensação estranha

Passa pelo meu ser!

Pensar sobre o tempo e a  vida.

Será que passamos pelo tempo

Ou ele que passa por nós.

Descobri como num jogo de futebol

Estar vivenciando

Os 20 minutos do segundo tempo.

Penso que a vida não é um jogo!

Ela é muito mais que isso

Mas  como uma analogia temporal

Com suas comparações e situações

Faz-se possível pensar.

 

Aos 20 minutos do segundo tempo.

Podemos considerar que

O primeiro tempo já se foi, acabou

Não há retornos, apenas uma lição

Esperamos ter apreendido,

Dos erros, dos acertos,

Ficaram as lembranças...

Muitos nem conseguem completar

Este primeiro embate,

Deste jogo  foram retirados por diferentes motivos

Falta de empenho, desmotivação, despreparo,

Algum acidente de percurso.

Que objetiva e subjetivamente influenciaram.

Outros sequer retornam ao segundo tempo,

Pois do primeiro tempo tudo viveu, nada sobrou.

 

No intervalo avalia-se o resultado de embate

De empate, de  defesa, meio e ataque

Observado, estudado, analisado

Com algumas novas  estratégias

E novas táticas para o andamento

Linhas que se cruzam, linhas que avançam

Há recuos, há perspectivas

Mais aconselhamentos psicológicos, cuidados físicos

Distribuição dos espaços pelo campo da vida.

Pelo palco do jogo.

 

Inicia-se o segundo tempo.

Nesse o tempo parece correr muito rapidamente,

Em poucos instantes

Já estamos aos 20 minutos

Alguns cartões amarelos para administrar,

E a precaução para não tomarmos os vermelhos.

Momento difícil, perplexo!

As forças físicas começam se esgotar,

Buscar e forças e resistência

Para a continuidade do jogo.

Uma dúvida paira no ar:

Assegurar o resultado do primeiro tempo

Ou arriscar para o ataque.

Tudo é incerteza, tudo angustia

Mas na história humana há padrões

Do “jogo da vida”, das decisões e das omissões,

Que carregamos que nos atordoa.

Porém não há certezas.

 

Há um acaso entre o destino

A liberdade, a opressão, o potencial.

Nisto o treinador divino nos orienta

A tomar decisões com minha capacidade

Minhas forças somadas aos outros que me rodeiam

Subjetiva, objetiva, sensível e vigorosa.

 

O estádio onde tudo se desenrola

É o planeta Terra, nosso palco comum.

Com gramados mal cuidados,

Com estruturas insustentáveis.

O juiz e seus auxiliares são as leis,

Que assumem normas que nos regulam

Determinam os limites de nossos comportamentos.

Nesse território, palco, gramado,

Talvez marcaremos  alguns gols

Com eles conquistaremos a vitória

Mas a derrota nos  persegue intrépida,

Em segundos de distração tudo pode acontecer

O que importa é estabelecer um jogo bem jogado,

Planejado, empenhado, vivido, gentil e solidário,

Tanto nas assistências, quanto na hora de marcar.

 

Talvez até tenhamos uma prorrogação

Mas que ela seja sem sofrimento,

Apenas para celebrar os minutos finais

E poder com a torcida dos homens e dos anjos

Que com seus gritos, críticas e emoção

Nos impulsionam ao amanhã

E jogamos com toda disposição.

E ao sair de campo com a satisfação de missão cumprida,

De que ganhar ou perder nada importa

O que importa é viver

 

*Paulo Bassani

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