“SEMEADOR DE UTOPIAS”*
Um dia as águas escolheram um homem
Um homem chamado João, João da Águas.
Das águas lançou sementes por todos os cantos
Pelas cidades e pelos campos.
Cada árvore, cada fundo de vale por ele percorrido,
Tornou-se conhecido, evidenciado, mapeado.
Tudo se tornou parte de seus sonhos
Que foram se juntando a tanto outros.
Sempre acreditou ser possível tornar o mundo
Um lugar melhor para se viver.
Lançou sementes...
Sementes de cuidado, de respeito,
De inclusão, de participação
De planejamento e de sustentabilidade.
Partes desses sonhos brotaram,
Outros em estado de espera, de prontidão.
Porém seus potenciais continuam em sua essência.
Quantas sementes de utopias lançadas
Em reuniões, em encontros, seminários
Colocando no centro das buscas
A natureza, a cidade e as utopias do amanhã.
Deixou a ciência perplexa com seu conhecimento,
Suas práticas e seus esforços não tinham limites.
Dos vídeos, das lives, dos mapas e imagens lançados
Surpreendia a todos pelo tipo de conhecimento que
despertou.
Um autodidata na busca pelo saber.
João irrigou mentes, ensinou, e trouxe para a cena
central
A busca de uma cidade imaginária e desejável,
Diante das melhores práticas mundiais.
Aproximou a natureza da urbanização,
O homem em sua condição coletiva.
Construi pontes de nada existente
Ao planejamento possível.
Em busca de formas ideias, de cidades ideais.
Semeou utopias sociais, ambientais e sustentáveis.
Onde pensam as melhores cabeças, as melhores
intenções.
Porque acreditava que outro tipo civilizatório
Era possível, desejável, viável e necessário.
Com brilho nos olhos, com astúcia na voz,
Com a alma quente, em diálogos e conflitos
Numa busca constante,
Típicas de um semeador de utopias.
De utopias críticas e possíveis.
*Paulo Bassani Sociólogo, Escritor, professor
universitário e amigo de João
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