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sábado, 17 de setembro de 2022


Universo e a nossa vida*

 Tudo é muito instigante, curioso e desconhecido quando falamos de Universo, ou versão também conhecida como Cosmos. Há uma incessante busca de conhecer como surgiu a Terra e a vida humana a partir da formação do Universo e quais são nessa composição, o nosso tempo, espaço, quantidade e qualidade.

Tentarei fazer um apanhado do que se conhece e do que se disse no processo que vai dos telescópios lançados pela NASA mais propriamente da Voyager I ao James webb e a partir das informações por eles transmitidas e análises de cientistas astrônomos como Carl Segan, Stephen Hawking. A partir dessas referencias permite termos uma leitura inicial do que conhecemos e de quanto ainda temos a conhecer sobre nossas origens, nossa importância e nosso destino nessa imensidão cósmica.

         Em fevereiro de 1990, Carl Segan cientista na NASA sugere que a Voyager I que estava passando próximo de Saturno pudesse virar seu foco para a região cósmica de onde ele partiu a Terra. E uma surpreendente imagem tão pequena surge no infinito, o que ele chamou de um “Pálido Ponto Azul”, que permitiu ver pela primeira vez, nossa Casa Comum, de uma forma tão distante. Toda uma primeira reflexão aparece, como evidente demonstração de nossa pequenez. Sagan expressa, “A Terra é um palco muito pequeno em uma vasta arena cósmica.” E nessa mesma linha reafirma: “O universo não parece nem benevolente e nem hostil. Apenas indiferente de preocupações de criaturas tão insignificantes quanto nós”.  Diante da imensidão cósmica ao tudo indica somos, como planeta, poeira  que se encontra na parte norte de uma pequena galáxia chamada de Via láctea. Nosso tamanho diminui na medida em que mais avançamos pelas distâncias do Cosmos, nossa importância diminui na medida em que conhecemos as dimensões universais.  Sagan nos lembra para não nos absorvermos nessa inoperância dizendo que “Nós somos uma maneira de o cosmos se autoconhecer”. Também compreendo desta forma, entretanto, isso apenas nos remete a um entendimento das possibilidades científicas que temos de nos conhecer nessa aventura e vastidão cosmológica.

O que sabemos até agora do universo conhecido é de que ele é hostil a vida humana. Vida, muito provavelmente haja, pois há água e alguns outros elementos químicos fundamentais para que a vida biológica se manifeste. Isso justifica o entendimento de ciência de Segan no qual ela se compõe de muito mais que um corpo de conhecimentos, trata-se de uma maneira de pensar.

Nessa dimensão cabe perguntarmos: Porque buscamos conhecer, apreender, entender, decifrar o universo. Esta foi e continua a ser uma aventura belíssima, intensa, cheia de mistérios. Porém o que seria desse saber, desse conhecimento, desse desvelar senão pela busca de melhor qualidade de vida para a humanidade aqui, em primeiro lugar e, depois quem sabe no cosmos.

Por isso que conhecer sempre é a tentativa de buscar outras portas, outras trilhas, pistas e sinais que nos dão condição de ingressar num futuro desconhecido. Saímos dessa busca quando não mais existirmos, mas enquanto vivos não há como sair, mesmo que não mova meu corpo para outros espaços, minha mente irá trafegar por trilhas do pensamento que  alçam mais distante a imaginação. “As grandes conquistas da humanidade foram obtidas conversando, e as grandes falhas pela falta de diálogo.” dizia Stephen Hawking. Esta leitura demonstra toda consciência social do cientista que manteve um olhar para o chão histórico e outro para as estrelas.

Esta é uma aventura belíssima, intensa. Ao dialogarmos com o não existente, estamos estabelecendo um chute para o alto imaginando outras formas e dimensões de tamanhos, velocidades, intensidade, valores, princípios.

Só é possível avançar no pensamento quando tentamos algo nunca imaginado e mergulhamos no desconhecido encontrando novas metodologias, novas teorizações. Ir ao futuro de olhos, ouvidos, coração e alma abertos para que deixemos de lado todo preconceito, todo medo em relação ao desconhecido. A percepção, a busca pelo desconhecido é a mais fascinante experiência que homem pode realizar. Por isso que a vida é uma eterna busca de apreender, de tentar encontrar caminhos, possibilidades, exercitar o amanhã a partir de uma leitura crítica do passado e o entendimento do ponto que hoje você se encontra.

 *Paulo Bassani é sociólogo, escritor e prof. universitário

 

 

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