Universo e a nossa
vida*
Tudo é muito instigante, curioso e desconhecido quando falamos de Universo, ou versão também conhecida como Cosmos. Há uma incessante busca de conhecer como surgiu a Terra e a vida humana a partir da formação do Universo e quais são nessa composição, o nosso tempo, espaço, quantidade e qualidade.
Tentarei fazer um apanhado do que se
conhece e do que se disse no processo que vai dos telescópios lançados pela
NASA mais propriamente da Voyager I ao James webb e a partir das informações
por eles transmitidas e análises de cientistas astrônomos como Carl Segan,
Stephen Hawking. A partir dessas referencias permite termos uma leitura inicial
do que conhecemos e de quanto ainda temos a conhecer sobre nossas origens,
nossa importância e nosso destino nessa imensidão cósmica.
Em fevereiro de 1990, Carl Segan cientista na NASA sugere que a
Voyager I que estava passando próximo de Saturno pudesse virar seu foco para a
região cósmica de onde ele partiu a Terra. E uma surpreendente imagem tão
pequena surge no infinito, o que ele chamou de um “Pálido Ponto Azul”, que
permitiu ver pela primeira vez, nossa Casa Comum, de uma forma tão distante.
Toda uma primeira reflexão aparece, como evidente demonstração de nossa
pequenez. Sagan expressa, “A
Terra é um palco muito pequeno em uma vasta arena cósmica.” E nessa mesma linha
reafirma: “O universo não parece nem benevolente e nem hostil. Apenas
indiferente de preocupações de criaturas tão insignificantes quanto nós”. Diante da imensidão cósmica ao tudo indica
somos, como planeta, poeira que se
encontra na parte norte de uma pequena galáxia chamada de Via láctea. Nosso
tamanho diminui na medida em que mais avançamos pelas distâncias do Cosmos,
nossa importância diminui na medida em que conhecemos as dimensões
universais. Sagan nos lembra para não
nos absorvermos nessa inoperância dizendo que “Nós somos uma
maneira de o cosmos se autoconhecer”. Também compreendo desta forma, entretanto, isso apenas nos
remete a um entendimento das possibilidades científicas que temos de nos
conhecer nessa aventura e vastidão cosmológica.
O que
sabemos até agora do universo conhecido é de que ele é hostil a vida humana.
Vida, muito provavelmente haja, pois há água e alguns outros elementos químicos
fundamentais para que a vida biológica se manifeste. Isso justifica o
entendimento de ciência de Segan no qual ela se compõe de muito mais que um
corpo de conhecimentos, trata-se de uma maneira de pensar.
Nessa dimensão cabe
perguntarmos: Porque buscamos conhecer, apreender, entender, decifrar o
universo. Esta foi e continua a ser uma aventura belíssima, intensa, cheia de
mistérios. Porém o que seria desse saber, desse conhecimento, desse desvelar
senão pela busca de melhor qualidade de vida para a humanidade aqui, em primeiro
lugar e, depois quem sabe no cosmos.
Por isso que conhecer
sempre é a tentativa de buscar outras portas, outras trilhas, pistas e sinais
que nos dão condição de ingressar num futuro desconhecido. Saímos dessa busca
quando não mais existirmos, mas enquanto vivos não há como sair, mesmo que não
mova meu corpo para outros espaços, minha mente irá trafegar por trilhas do
pensamento que alçam mais distante a imaginação.
“As
grandes conquistas da humanidade foram obtidas conversando, e as grandes falhas
pela falta de diálogo.” dizia Stephen Hawking. Esta leitura demonstra toda consciência
social do cientista que manteve um olhar para o chão histórico e outro para as
estrelas.
Esta
é uma aventura belíssima, intensa. Ao dialogarmos com o não existente, estamos
estabelecendo um chute para o alto imaginando outras formas e dimensões de
tamanhos, velocidades, intensidade, valores, princípios.
Só
é possível avançar no pensamento quando tentamos algo nunca imaginado e
mergulhamos no desconhecido encontrando novas metodologias, novas teorizações.
Ir ao futuro de olhos, ouvidos, coração e alma abertos para que deixemos de
lado todo preconceito, todo medo em relação ao desconhecido. A percepção, a
busca pelo desconhecido é a mais fascinante experiência que homem pode realizar.
Por isso que a vida é uma eterna busca de apreender, de tentar encontrar
caminhos, possibilidades, exercitar o amanhã a partir de uma leitura crítica do
passado e o entendimento do ponto que hoje você se encontra.
*Paulo Bassani é sociólogo, escritor e prof. universitário
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