Homenagem ao dia Internacional do Meio Ambiente
05 de junho de 2025
Paulo Bassani
Santo Antônio da Platina, Paraná
05/06/2025
Hoje natureza, amanhã também*
Se somos a natureza que pensa que imagina que
cria por isso também somos seres éticos, responsáveis, cuidadosos e
zelosos com tudo e com todos os seres vivos que coabitam este planeta que
chamado de Terra.
Por
isso em nosso tempo de Emergência Climática e, de uma crise civilizacional,
necessitamos pensar o ser, o ser humano com outros fundamentos, pois estamos
destruindo a casa comum que moramos, e, nessa intensidade em alguns anos, não
permitirá habitarmos nela. Além do mais devemos criar todos os esforços para
acabar com as guerras e com a fome no mundo, pois temos todas as condições
técnico-científicas para tanto. Isso é o que dizem os maiores cientistas que se
debruçam sobre o assunto.
Nossa condição diante da vida depende, em grande
medida, da forma como compreendemos a mesma, depende da maneira em que nos
encontramos diante das condições materiais, depende do conjunto de relações
sociais, depende de nossa relação com a natureza. Pois, somos seres simbólicos,
seres relacionais, seres materiais e imateriais. A compreensão e discernimento
num mundo atordoado como de hoje, torna-se fundamental, pois esses pressupostos
cognoscíveis garantem a vida minimamente, agora cabe decolarmos rumo em outros
fundamentos de nossa singularidade e essência humana.
Nosso é o dever de garantir o futuro e, que o
futuro aconteça com toda sua plenitude. Temos o direito de viver o presente com
zelo e qualidade, mas não comprometê-lo, essa é nossa responsabilidade ética.
Temos pela frente um trabalho enorme um desafio teórico, metodológico, prático,
político de edificar deste futuro, em exercitar pensamentos, formas, atitudes e
práticas concretas que possam garantir esse formato que chamamos de
sustentável, por ser dialógico, solidário, colaborativo, cuidadoso, justo e
equilibrado.
Para tanto é fundamental, em nosso tempo, essa
compreensão, unirmos a capacidade de pensar com a capacidade de fazer
acontecer, em busca da superação das guerras, da miséria, da fome e da
destruição da biodiversidade planetária. Isso implica numa compreensão profunda
das origens e desdobramentos das mazelas sociais, econômicas e ambientais que
estão articuladas em nossa sociedade. Tudo para que possamos garantir as condições de
habitabilidade de tudo e de todos os seres vivos, inclusive os humanos.
Não devemos nos contentar com o que existe,
devemos buscar sempre melhorar o mundo ao nosso redor, de forma ética,
equilibrada e com entendimento dos potenciais e dos limites de tudo que nos
cerca, para que se torne um lugar melhor para viver a tudo e a todos que formam
a grande teia da vida. Impedir os sonhos e as utopias significa bloquear o
amanhã com a possibilidade de que seus desenhos se transformem nas condições
desejáveis e objetivas de encantamento de mundo e que solicitam passagem.
Temos que entender que nesse diálogo civilizatório sobre a vida no
planeta, não serão os animais, nem árvores que irão se reunir para dialogar,
será nós, os seres humanos. Teremos que sentar frente a frente e num diálogo
franco e tratarmos seriamente dos problemas que nos aflige.
*Paulo
Bassani é cientista social