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quarta-feira, 3 de julho de 2024

 Série

Reflexões Ambientais

Paulo Bassani



O ar respirável*

 

Hoje respiro um ar que me fornece vida

Amanhã talvez esse ar não me traga vitalidade

Será contaminado pela forma humana destrutiva,

Terá elementos químicos que não condizem com meu corpo.

 

Será um ar pesado, sujo, cinzento

Estará em todos os cantos, em todos os lugares

Ao respirar, pois vital se faz, ele me contamina

Com sua forma mais sórdida.

 

Estaremos vivendo um tempo de procura desesperada

Por ar respirável, água potável, terra cultivável,

Sombra de árvores, rios limpos, oceanos azuis.

Animais nas florestas, pessoas saudáveis.

 

Sentiremos saudades de uma época

Em que a natureza era apenas natureza.

Nós a dessacralizamos, a tornamos objeto de uso

Ultrapassamos suas fronteiras regeneradoras.

 

Ela ainda respira seu ar de resiliência,

Nós o ar que contaminamos

Pecamos e pagamos por essa dessacralização

Desrespeitosa, exploratória e impactante.

 

Nas resta pouco tempo para algo fazer.

Sabendo fazer, porém não temos a certeza

Se desejarmos fazer, pois nossos interesses são maiores

E esta decisão poderá esgotar as últimas possibilidades.

 

Estaremos próximos a um fim

Espaços restritos, segurança caduca

Apenas robôs, máquinas circulando,

Eles não respiram, não sentem, não vivem.

 

Desespero instalado,

Máquinas no controle

E em bolhas, últimos ares possíveis

Onde poucos  privilegiados sobrevivem.

 

Um assombro, um desespero.

Uma escuridão, um tempo final,

Fruto da insanidade de um ser

Que muito terá que apreender.

 

*Paulo Bassani


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