TESTE POP

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Homenagem do COPATI - Pingo D`água

Dia Internacional do Meio Ambiente

                                                                                     




Consciência e práticas sustentáveis*

 

Hoje entendemos com clareza sermos seres produtos da natureza e de nossa vinculação ao planeta que vivemos. Nossa dependência a biodiversidade existente nos torna seres responsáveis e cuidados com toda a vida existente. Esta dependência impõe a necessidade urgente de adotar atitudes, comportamentos e hábitos sérios, concretos comprometidos e responsáveis para reverter nossa ação predatória e irresponsável em relação à biodiversidade planetária, tão bela e ao mesmo tempo tão frágil.

 Após décadas de estudos, pesquisas, manifestações global, regional e local temos uma acervo de conhecimentos e de práticas possíveis e necessárias para ajustarmos os impactos causados pela ação humana sob a égide do capitalismo. Nossa pisada ecológica nunca foi tão grande quanto nas últimas décadas. É hora de combater a ignorância, o negacionismo, a inoperância e a ganância destrutiva de um sistema que ignora nossa dependência natural e, estabelecer um marco divisor de consciência e de praticas consistentes e sustentáveis. Pois hoje não mais vivemos em épocas de mudança científicas e tecnológicas, estamos cruzando uma mudança de época que caracteriza-se pela afirmação de um novo paradigma de viver.

Nas próximas décadas teremos a possibilidade de implementação de mudanças estruturais e significativas de nosso modo de extrair, transformar, produzir e consumir. Teremos uma tarefa árdua, mas a inatividade poderá resultar na perda irreparável do nosso habitat, o planeta Terra, a nossa Casa Comum. A pergunta que nos devemos fazer é crucial: Continuaremos a virar as costas, desdenhar que nada está ocorrendo, ou agiremos como seres humanos conscientes, responsáveis e cuidadosos? A resposta determinará o futuro das próximas gerações, que enfrentarão anos extremamente difíceis caso, não mudarmos o curso da história.

A decisão está em nossas mãos! Devemos todos como eco cidadãs promover e demonstrar concretamente a construção de um mundo sustentável.

O COPATI - Consórcio Intermunicipal da Bacia do Rio Tibagi, com entidade vem fazendo seu papel há mais de três décadas.  Pesquisado, conhecendo, integrando e articulando os 49 municípios envolvidos na bacia do Rio Tibagi de suas nascentes a foz no Paranapanema. Principalmente através do Programa de Educação Ambiental Pingo D´água, que apresenta um proposta de trabalho nas escolas municipais e estaduais dos municípios envolvidos.  A educação ambiental necessária para cruzar o nosso tempo de maneira a entender, compreender melhor o território onde vivem as pessoas com seus potenciais e seus limites. Para tanto coloca a consciência e as práticas sustentáveis decorrentes como forma de levar a população em geral que vive nesta bacia hidrográfica totalmente existente no estado do Paraná.  Este trabalho de conscientização e envolvimento estabelece um senso de pertença    junto a população com novas atitudes, comportamentos e hábitos numa perspectiva de construção de uma Cultura Sustentável

O futuro começa agora! É imprescindível que todas as esferas da sociedade se engajem em um esforço coletivo para promover este novo tempo. Esta abordagem deve ser adotada de forma consciente, imediata, contínua e responsável, visando à preservação da biodiversidade e a manutenção da vida saudável e de qualidade em cada território planetário.

A conscientização crítica e a tomada de decisão responsável são imperativos inadiáveis para garantir um ambiente habitável para as futuras gerações. Por isso neste dia, nesta semana de lembrança, devemos de forma crítica e consciente levantarmos essa bandeira em nossa bacia hidrográfica e em todo o planeta Terra.

*Paulo Bassani Cientista Social e Educador Ambiental do COPATI- Pingo D`Água

  


quinta-feira, 30 de maio de 2024

 Série 

Poemas Contemporâneos







Consciência e atitude agregadora*


Estamos vivendo um momento difícil

Difícil de estabelecer uma consciência crítica e agregadora.

Há opiniões, visões e cosmovisões de mundo

Mas pela sua natureza originária não agregam

Não compõem o que há de mais belo na criação humana.

Nós seres humanos não podemos abrir mão da ética criativa

Esta é fundamentada em nossa capacidade agregadora

Com os nossos semelhantes e com a natureza.

Não há nada mais belo que agregar para construir pontes

Estradas para os outros percorrerem com maior segurança

Num mundo complexo e desarticulado.

Articular formas que compõem o que temos de melhor

É algo consubstancial a nossa identidade humana,

A essência de uma identidade divina.

Devemos cultivar, ser e ter nossos pensamentos e ações

Impregnando de sentidos a ela correspondentes.

E ao que tudo indica pelas mensagens do bem querer

Somos seres amorosos e agregadores.

Talvez um dia e, ainda há tempo,

Vamos descobrir que agregar

É melhor e mais humano que a guerra, a destruição,

As mentiras, as hipocrisias e tudo que desagrega.


*Paulo Bassani



segunda-feira, 27 de maio de 2024

 ARTIGO


Santo Antônio da Platina -PR, Brasil
27/05/2024





O paradoxo do conhecimento: entre a

 libertação e o sofrimento*

 

Neste ensaio, pretendemos estabelecer uma reflexão sobre o conhecer e suas implicações paradoxais, que se encontram entre a libertação e o sofrimento que ele carrega. O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), influenciado por Immanuel Kant e impactado pelo pensamento de Friedrich Nietzsche, entre outros intelectuais e escritores, exerceu forte influência.

Schopenhauer criticou as explicações racionalistas sobre o fundamento da realidade e dizia: "Quanto mais claro é o conhecimento do homem, quanto mais inteligente ele é, mais sofrimento ele tem; o homem que é dotado de genialidade sofre mais do que todos." O autor trabalha com a ideia de "vontade", que sugere um poder ou impulso dos seres humanos para a vida, uma vontade de viver e de fazer descobertas, sempre em busca de conhecimentos, empreendendo uma investigação empírica que garante uma explicação básica e factível de quaisquer ações humanas.

Nesse sentido, o autor levanta a questão da relação entre inteligência, consciência e sofrimento humano, algo extremamente pertinente para os dias de hoje. Ele propõe uma ideia profundamente existencial, pois implica o uso de nossa mente, do pensamento, para estabelecer o conhecimento. Sua afirmação sugere que quanto mais alguém é capaz de compreender a realidade, mais consciente se torna das complexidades e determinações da existência, o que inclui o sofrimento humano. Aqueles que se aprofundam nas formas de obter o conhecimento, tanto a nível metodológico quanto teórico, e conseguem se aproximar dele, são particularmente suscetíveis a esse tipo de conscientização e enfrentam desafios que vão além daqueles enfrentados pelo senso comum, geralmente de baixo nível de pensamento e satisfeitos com explicações simplistas.

Conhecer com profundidade e de forma crítica está ligado à capacidade de enxergar além das superfícies, de mergulhar nas profundezas das questões existenciais da vida humana. Isto implica ir aos limites do que é conhecido e das novas possibilidades ainda não aventadas, buscando compreender os elementos subjacentes às ilusões e superficialidades alienantes que muitas vezes nos cegam. Assim, expõe-se a natureza contraditória da vida, nossos potenciais e nossos limites, o estranhamento e o desvelar, as sombras e as luzes dos fenômenos de nosso tempo.

Cada aproximação inteligente, imaginativa e criativa ao conhecimento nos leva a ir mais fundo, a buscar sempre outras e novas respostas, onde outros, que se encontram com suas preocupações da vida cotidiana, podem não ousar procurar. O problema é que toda descoberta nos coloca diante de desafios compreensivos paradoxais que acompanham esse desvelar, esse descobrimento. Cada descoberta é um passo num caminho desconhecido que possibilita a criação, a inventividade, a inovação e, ao mesmo tempo, nossa sujeição a possíveis atos destrutivos, como no caso da energia nuclear e seu uso paradoxal.

Nessa perspectiva, o conhecimento possibilitado pelo uso da inteligência imaginativa pode ser fonte de grandes descobertas e realizações, porém pode trazer revelações que, se utilizadas sem uma ética sólida, podem nos conduzir a maiores problemas futuros. Nosso autor em destaque salienta: "Ficamos cada vez mais indignados quando alcançamos um conhecimento suficiente da superficialidade e da futilidade dos pensamentos, da limitação dos conceitos, da pequenez dos sofrimentos, do absurdo das opiniões e do número de erros da maioria das cabeças". Com essa análise, tudo indica que toda descoberta acompanha essas capacidades; pensar pode tornar o mundo um lugar melhor para viver, com toda sua complexidade presente na Teia da Vida, e também pode tornar a vida humana uma aventura menos perigosa e desencantadora. Afinal, este é um dos fundamentos da ciência: tornar a vida melhor, em busca de seu reencantamento, sem destruir a natureza.

Estamos rodeados de incertezas entre o passado e o futuro, entre as revelações e o encobrimento, entre as descobertas e seus usos práticos. Como Schopenhauer afirmava: “O mundo é minha representação.” Mesmo que cada indivíduo possa incorporar essa afirmação, de que vê e entende o mundo à sua forma, só o ser humano que conhece de forma profunda e crítica pode tornar-se dono dela, ou pelo menos manter uma significativa aproximação. O autor reforça: "Importante não é ver o que ninguém viu, mas sim pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê". Este parece ser nosso grande desafio hoje: tentar ver, entender e analisar o que está aí e que pouco interesse desperta no cotidiano racionalizado de uma vida pragmatizada pelos valores mercadológicos que nos rodeiam.

Mesmo sabendo do risco que nos acompanha por qualquer caminho do conhecimento, onde não há uma segurança plena, todo e qualquer avanço da inteligência crítica carrega consigo revelações, esperanças, novas utopias e, ao mesmo tempo, os desvios sombrios do conhecimento que possam levar ao descontentamento, à descrença no mundo e até mesmo ao caos civilizatório.

*Gabriel Barbosa Bassani é geógrafo

**Paulo Bassani é Cientista Social

 

 

 



 

 

 ARTIGO

  

    Folha de Londrina

Espaço Aberto- Pág. 02

27/05/2024

Londrina - PR


Manifestações climáticas extremas: Impactos da modernidade capitalista na biodiversidade planetária*

  

As mudanças climáticas têm sido objeto de crescente preocupação global, e hoje não há como negar que estamos no centro dessas mudanças, devido às suas consequências devastadoras pelo mundo afora.  Neste contexto, este ensaio se propõe a analisar as manifestações previstas das reações climáticas, sobretudo no contexto da influência da modernidade capitalista sobre a biodiversidade planetária.

Ao longo de milhões de anos, as águas, os rios, as chuvas, os mares e oceanos, o Ártico e a Antártica, os ventos, as árvores, os animais, o frio e o calor coexistiram em um equilíbrio relativo na biosfera. Contudo, a ascensão da espécie humana marcou uma transição significativa nessa dinâmica. Inicialmente, a convivência era harmoniosa e respeitosa com os sistemas naturais. Houve muitos estragos, não há como negar, porém, como existia baixa população e, poucos recursos materiais e tecnológicos os impactos eram, de uma forma ou de outra, assimilados pela natureza, possibilitanto sua recomposição a cada investida humana.

Entretanto, a modernidade capitalista, assim com definimos nosso tempo, impulsionou uma transformação acelerada, caracterizada pela intensificação da exploração, industrialização, poluição, contaminação, desmatamento e urbanização desenfreada. Aumenta a oferta de produtos ao mercado e estimulando o consumo. Assim cada vez mais estimulando o desejo de consumir novos produtos que impactam desde sua origem ao consumo final.  Este período, mais do que uma simples Era do Antropoceno, é agora identificada como o a Era de "capitaloceno", evidenciando a hegemonia dos valores de expansão, consumo,  poder, lucro e acumulação em detrimento da preservação  do patrimônio natural existente em toda a superfície planetária, dos oceanos, rios, terras, flora e fauna.

Sabe-se com segurança científica, que a redução das emissões de gases de efeito estufa é a principal medida para frear a crise climática do momento e dos próximos anos.

O que esta acontecendo no RS neste mês de maio de 2024, é o resultado deste conjunto de extremos que estão ocorrendo. Elevação e aquecimento de água dos mares, desmatamento, flexibilização das leis ambientais, falta de planejamento e investimento preventivo para conter, frear as mudanças climáticas.

Os impactos desse paradigma capitalista e moderno, hoje manifesto em seu mais alto teor, são visíveis em todo o mundo, manifestando-se em eventos climáticos extremos que afetam diretamente e indiretamente a humanidade. Os estudos do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU), com suas análises e relatórios. As COPs, Conferências do Clima, centenas e milhares de estudos e relatórios de centros de pesquisa, de universidades tem demonstrado que tais eventos são resultado direto da ação humana orientada pela lógica capitalista, a qual se intensifica na emissão de gases causadores do efeito estufa, e de sua lógica de expansão. Tudo visando intensificar a produção e os ganhos econômicos sem considerar as conseqüências ambientais.

Diante desse cenário, urge pensar e criar um novo paradigma de produção e de vida que priorize a sustentabilidade e o respeito a todas as formas de vida que convivem na biodiversidade planetária, pois elas formam uma grande Teia da Vida (Capra, F.) que de sua forma se organiza e se articula com a vida dos humanos. Isso requer uma mudança profunda nos padrões de produção, consumo e governança, bem como uma abordagem holística que integre saberes éticos e responsáveis de nossa heterogeneidade cultural.

A promoção de uma cultura sustentável, no qual vemos como uma das únicas prioridades de nossos desafios que temos nos próximos anos, implica não apenas na adoção de práticas ambientalmente conscientes, mas também na valorização da vida, fora da vida humana, em suas dimensões micro e macro, reconhecendo a interdependência entre todos os seres vivos e os sistemas naturais que sustentam a vida neste planeta, assim sendo a Casa Comum de todos.

Nessa Era Sustentável não será a competição, o individualismo, a ganância e o descaso que irão comandar nossas atitudes, nossos comportamentos e sim, a cooperação, o coletivo, a partilha, e a preocupação com as causas comuns. Assim configurar-se-á um novo modo de viver e conviver de forma empática, ética e responsável.

         Em suma, a transição para uma sociedade sustentável exige um compromisso coletivo com a mudança, inovando e respeitando os limites planetários, e sua capacidade regeneradora diante da presença humana, visando garantir um futuro habitável, saudável para as gerações presentes e futuras. Pois, segundo informações e análises da NASA, em relação às possibilidades de existir um planeta conhecido que possa abarcar a vida humana, ainda esta no plano da ficção. Por isso que só há por mais alguns séculos apenas este planeta que chamamos de Terra, para estabelecer o percurso de nossas vidas.

*Paulo Bassani é Cientista Social e Ambiental


sexta-feira, 24 de maio de 2024

                                                                         Série

Poemas Contemporâneos



Chuvas que caem*

 

A chuva cai,

A chuva esvai.

 

A chuva lava,

A chuva leva.

 A chuva bela,

A chuva lama.

 

A chuva intensa,

A chuva imensa.

 

A chuva vida,

A chuva atrevida.

 

A chuva vem,

A chuva vai.

 

A chuva cria,

A chuva mata.

 

A chuva equilibrada,

A chuva desesperada.

 

A chuva nutre,

A chuva encharca.

 

A chuva enche,

A chuva transborda.

 

A chuva une,

A chuva separa.

 

 A chuva gera vidas,

A chuva leva vidas.

 

A chuva que acalenta,

A chuva que tormenta.

 

A chuva aguardada,

A chuva transtornada.

 

A chuva de ontem,

A chuva de hoje.

 

A chuva pela manhã,

A chuva pela noitada.

 

Chuva, muitas chuvas...

A chuva das mudanças climáticas

Chuvas tão anunciadas.

 

*Paulo Bassani


sexta-feira, 17 de maio de 2024

Série

Poemas Contemporâneos

 


Poiesis*

 

Que seria do mundo sem a arte poética

Sem as linhas, sem os sonhos e utopias

Tudo seria muito pesado, triste

A poesia existi para revivermos.

 

No encontro de sentidos de nossa existência.

Algo profundo que expressa à simplicidade

Gerada na luz, na alegria, nos sonhos,

No encantamento e desencantamento do viver.

 

Com um plano de voo mental

Realizo a decolagem de significados,

Que desperta sentidos de vida ante o impossível,

Que se revela em linhas, em texto.

 

Com palavras me manifesto,

Traço expressão escritas,

Em arquiteturas de emoções

Que expandem e expressam minha alma.

 

Sentimentos cotidianos, sentimentos profundos

Numa reinvenção do viver

Emoções elásticas,  sentimentos profundos

De um mundo invisível.

 

Qualificam a profundidade das palavras

Como na beleza das cachoeiras

Nas cores das flores

Na sutileza  do voo dos pássaros.

 

A poesia desperta o lado sapiens

Para criar algo que seja próprio

Para combater a a insensatez e estupidez

Aí somente o silêncio e a poesia.


Depois de tudo o retiro da noite

O cheiro do mato 

A chuva leve

E o sol a brilhar no amanhecer.

*Paulo Bassan

segunda-feira, 13 de maio de 2024

 Série

Reflexões Ambientais





Rio Grande do Sul*

 

Tantas vezes vi o Céu, Sal e Sul

Brilhante cheio de vida e inspiração

Um povo alegre e proativo

Na cultura, no trabalho, no exemplo.

 

Hoje sob escombros de uma

Enorme tragédia climática.

Vidas humanas e animais perdidas

Casas destruídas, sonhos apagados

Cidade encobertas pelas águas

Pontes e estradas danificadas.

 

Agora a força que reage

Que tenta sobrevier  e reagir a este momento,

Para depois reiniciar

A construção da vida.

Com sonhos, esperanças

Correntes de apoio de todos os lugares

Ações concretas de governos

Em todos os níveis

Municipal, estadual, federal

Sem estupidez política

Apenas política publica  

E recursos efetivos para recomeçar.

 

Como gaúcho apesar de distante

Jamais esqueci de minha terra natal,

Minha força, oração e doação

E leitura crítica, científica e atenta

Aos efeitos dessas mudanças climáticas

Desse momento triste, sofrido

Mas que amanhã o sol voltará a brilhar

E a vida irá ressurgir com força

E a coragem de um povo

Por todos os cantos

Desse Rio Grande Amado.

 

*Paulo Bassani

 


  Série  Água da fonte Paulo Bassani Simples assim*   Os problemas aparecem As dificuldades inúmeras Poucas saídas apontam E as ...