Série
Poemas Contemporâneos
O desencantamento da espera*
Espero o dia chegar
Espero o entardecer
Espero o anoitecer
E na madrugada me desespero
Porque esperei.
*Paulo Bassani
Defesa de Mestrado
"O BRASIL ENTRE O ANTI-AMBIENTALISMO E O NEODESENVOLVIMENTISMO:UMA ANÁLISE COMPARADADOS GOVERNOS BOLSONARO E LULA POR MEIO DA ANÁLISE DE DISCURSO ECOLÓGICO"
Aluno: STEFANO MARCOS CAVALCANTI TORRES
Ciências Sociais / UEL
30/01/2024
Banca
Prof. Dr. Paulo Bassani
Prof. Dr. José Júlio Nunes Ferreira
Prof. Dr. Rafael Braz da Silva (Orientador)
O enunciado nos instiga a uma análise
conjunta, tanto científica quanto filosófica, sobre a singularidade da capacidade
humana de imaginação, criatividade, pensamento e construção, visando ampliar a
qualidade, as condições de vida e a habitabilidade planetária.
Sob uma abordagem científica, a
neurociência explora os mecanismos neuronais que sustentam a imaginação, a criatividade
e o pensamento humano. Estudos sobre o cérebro indicam a complexidade das redes
neurais envolvidas nesses processos, destacando a plasticidade cerebral que
permite a adaptação e aprendizado ao longo da vida. A capacidade de construção,
por sua vez, pode ser compreendida pela análise de habilidades motoras e
cognitivas que adquirimos ao longo do tempo, que permitem a manipulação e criação
de objetos e estruturas oriundas na natureza.
Do ponto de vista filosófico, na mente
humana se configuram elementos emaranhados onde questões sobre consciência,
pensamento e subjetividade são discutidas. Filósofos como Descartes, Kant e
Sartre oferecem reflexões sobre a natureza da mente e sua capacidade única de
conceber, imaginar e criar. A liberdade do pensamento e a autonomia na
construção estão no cerne dessas reflexões filosóficas.
Uma perspectiva voltada para a natureza
destaca a responsabilidade humana na construção e manutenção de ambientes
habitáveis. Filósofos como Arne Naess, precursor do pensamento profundo
ecológico, enfatizam a interconexão entre todas as formas de vida e defendem
uma ética que promova a sustentabilidade ecológica. A capacidade de construir,
nesse contexto, deve ser exercida com uma consciência ecológica que exige
humildade, reconhecimento, sensibilidade e cuidado.
Ao integrar essas perspectivas, emergem
compreensões profundas sobre a singularidade humana. A capacidade de
imaginação, criatividade e construção não é apenas resultado de processos
neurocognitivos, mas também reflete a riqueza da experiência consciente. A
mente humana, em sua liberdade e autonomia, transcende a mera funcionalidade
biológica, permitindo a criação de realidades, ideias e estruturas que moldam o
mundo ao nosso redor.
A capacidade humana de melhorar as
condições de vida e a habitabilidade planetária formam, portanto, uma fusão
complexa entre a estrutura biológica do cérebro, a liberdade filosófica da
mente e a responsabilidade ética ecológica. Ao explorar essa interseção entre
ciência e filosofia, podemos apreciar a profundidade da experiência humana e o
potencial extraordinário que carregamos para moldar o nosso destino e o destino
do planeta que temos como o único lar comum para todos os seres humanos e não
humanos.
*Paulo Bassani é cientista social
O traçado emancipatório da história*
Façamos uma exploração filosófica sobre
o trajeto emancipado da história e a postura corajosa e esperançosa que nos é
apresentada na construção do amanhã. Neste contexto, mergulhamos nas águas
profundas da filosofia para compreender a interseção entre a história, a
coragem e a esperança.
A perspectiva filosófica da história,
delineada por pensadores como Hegel e Marx, sugere que a trajetória histórica é
marcada por uma busca incessante pela liberdade e emancipação. A história,
vista como um processo dialético, culmina em momentos de superação de
limitações e opressões. A coragem de lutar, emerge como uma força motriz nesse
caminho emancipado, impulsionando a humanidade na busca por uma existência
livre, justa, equitativa e solidária.
A abordagem existencialista contribui
para a compreensão da atitude corajosa diante da história. Sartre destaca a
responsabilidade individual na criação do próprio significado na existência. A
coragem, nesse contexto, é a aceitação consciente da liberdade e da
responsabilidade de moldar o destino em meio aos desafios históricos.
A filosofia da esperança, representada
por pensadores como Ernst Bloch, explora a dimensão utópica na construção do
futuro. A esperança, entendida como uma força propulsora, transcende as
adversidades históricas, inspirando ações que visam a concretização de um
amanhã mais justo e igualitário.
O pensar crítico da ecológica, em nossa
relação entre os humanos e a natureza, pode oferecer uma perspectiva adicional
ao destacar a interconexão entre a humanidade e o ambiente. A atitude corajosa
e esperançosa na construção do amanhã, nesse sentido, não se limita apenas às
relações humanas, mas se estende a uma consciência mais ampla da coexistência
harmoniosa com a natureza. Todos formando uma grande teia da vida que nos
alimenta e retroalimenta.
A união dessas perspectivas filosóficas
revela uma narrativa mais rica sobre o caminho emancipado da história. A
coragem surge como uma resposta intrépida aos desafios históricos, enquanto a
esperança se manifesta como uma luz orientadora que transcende as sombras do
passado. Há muitos erros para analisar e há muitos construtos para edificar.
A construção do amanhã, vista sob esta
lente filosófica, é uma jornada que exige uma atitude corajosa diante das
vicissitudes históricas e uma esperança resiliente e empoderada que transcende as
adversidades. A história, em seu curso emancipado, torna-se um convite à
participação ativa na criação de um amanhã que reflete os ideais de liberdade,
igualdade e justiça que permeiam a essência da experiência humana.
*Paulo Bassani é cientista social
Dissonância entre o cálculo econômico e a vida*
Hoje faz-se necessário realizar uma análise filosófica e científica sobre a
distinção fundamental entre o cálculo econômico e mercadológico e as
complexidades intrínsecas à vida e à natureza. Nesta exploração, mergulhamos na
filosofia e nas ciências naturais e humanas, para compreender as implicações
dessa dissonância.
O chamado para entender que o cálculo
econômico não é o mesmo que a vida e a natureza ressoa com preocupações
filosóficas existencialistas. Nesse sentido Martin Heidegger em seu “Ser e
Tempo”, aborda a essência da vida e da
natureza como algo que não pode ser plenamente compreendido ou controlado por
categorias e cálculos econômicos. A fenomenologia, ao destacar a experiência
direta da existência, ressalta a inadequação de reduzir a vida a números e estratégias
de mercado.
Da perspectiva ética, a filosofia
ambientalista argumenta que a natureza possui um valor intrínseco além de sua
utilidade econômica. Pensador como Aldo Leopold defendem uma ética da Terra,
que reconhece a interconexão e interdependência entre todos os elementos da
natureza, indo além da lógica estritamente econômica que comanda de forma
hegemônica nossas passadas nessa modernidade.
No campo científico, a economia
ecológica oferece uma visão interdisciplinar que questiona as premissas do
cálculo econômico tradicional. Ela explora como as atividades econômicas
impactam os sistemas naturais e como as limitações ecológicas devem ser
consideradas para garantir a sustentabilidade substantiva que
exige diálogos de saberes, formas horizontalizadas de poder e equilíbrio em
todas as relações construídas.
A biologia contribui para essa reflexão
ao explorar os ecossistemas como sistemas complexos interconectados. Essa
abordagem científica reconhece que a vida e a natureza não podem ser
completamente compreendidas por meio de modelos econômicos simplificados,
exigindo uma compreensão holística das redes ecológicas.
Ao integrar essas perspectivas
filosóficas e científicas, emerge uma compreensão mais profunda da dissonância
entre o cálculo econômico e a complexidade da vida e da natureza. A filosofia
destaca a necessidade de uma abordagem e respeitosa e cuidadosa em relação à
existência, enquanto as ciências oferecem ferramentas para analisar os impactos
tangíveis dessa dissonância na biosfera planetária com todos seus ecossistemas
existentes.
Fica desta medida, a compreensão definitiva de
que o cálculo econômico não é equivalente à vida e à natureza exige uma síntese
entre a sabedoria filosófica e as descobertas científicas. Esta integração pode
guiar a busca por modelos econômicos sustentáveis, éticos e alinhados com as
complexidades inerentes à existência na Terra, nossa Casa Comum, bela rara e
frágil.
II
A clarificação do pensamento e a educação de
consciências críticas e sensíveis*
O que propomos é uma exploração
filosófica sobre a tarefa de esclarecer
o pensamento, educar e formar consciências críticas e sensíveis. Neste chamado,
entramos em um território filosófico que abrange desde a epistemologia até a ética,
envolvendo reflexões sobre conhecimento, pedagogia e a formação de uma
consciência humanística.
A missão de esclarecer o pensamento se
entrelaça com a epistemologia, a filosofia do conhecimento. Filósofos como
Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein exploraram a natureza do pensamento
claro e da linguagem precisa como fundamentais para a busca do conhecimento. A
clareza de pensamento é um pré-requisito para uma compreensão mais profunda da
realidade.
A educação, por sua vez, é abordada
pela filosofia da educação, que examina o propósito e os métodos do processo
educativo. John Dewey enfatiza a importância de uma educação que promova a
experiência prática e o pensamento reflexivo, integrando o conhecimento à vida
cotidiana.
A formação de consciências críticas e
sensíveis ressoa com questões éticas. Immanuel Kant e John Stuart Mill oferecem
ensaios sobre a ética da responsabilidade individual e a importância de
desenvolver consciências que considerem não apenas a própria perspectiva, mas
também o impacto nas outras vidas.
O chamado para formar consciências
críticas e sensíveis também está alinhado com a tradição humanista, que destaca
o desenvolvimento integral do ser humano. Pensadores humanistas, nos quais nos
identificamos, como Erich Fromm argumentam que uma consciência plenamente
desenvolvida envolve a capacidade de crítica e uma profunda sensibilidade para
com a condição humana.
A união destas perspectivas filosóficas
revela a amplitude e profundidade da missão delineada. A clarificação do
pensamento não é apenas um ato cognitivo, é um processo que se estende até as
raízes epistemológicas da compreensão da essência humana, em sua capacidade de
pensar. A educação, ao mesmo tempo, transcende a mera transmissão de
conhecimento, tornando-se um meio de cultivar a mente, o caráter e sua
convivialidade no mundo.
A formação de consciências críticas e sensíveis é, por fim, uma longa jornada
ética e humanística, que exige atenção e cuidados especiais. Requer não apenas
a busca por conhecimento, mas uma reflexão constante sobre o impacto desse
conhecimento nas relações humanas e no tecido social. A filosofia, ao orientar
essa missão, oferece um farol que ilumina não apenas o caminho do entendimento,
mas também a trajetória moral e existencial em direção a uma consciência mais profunda,
sensível e humanista.
*Paulo Bassani é
cientista social
A complexidade do agir humano*
O enunciado nos instiga a uma reflexão
filosófica sobre a necessidade premente de pensar, planejar e modificar as
circunstâncias. Nesse contexto, mergulhamos nas profundezas do agir humano,
explorando conceitos filosóficos que abordam a complexidade dessas ações e a
resistência inerente à mudança.
A tríade de pensar, planejar e mudar é
intrínseca à filosofia da ação, que examina o significado e as implicações da
atividade humana. Pensadoras como Hanna Arendt destacam a importância do agir
como uma expressão fundamental da condição humana. A ação, nesse contexto, é um
processo complexo que requer reflexão, planejamento e transformação.
Da perspectiva existencialista, a
necessidade de pensar, planejar e mudar reflete a busca individual por
significado e autenticidade. Jean-Paul Sartre argumenta que a liberdade humana
traz consigo a responsabilidade de criar significado em um mundo aparentemente
absurdo. A reflexão e a ação tornam-se meios essenciais para construir um
sentido pessoal diante da complexidade da existência.
No âmbito da filosofia política, a tríade
proposta pode ser relacionada à teoria do contrato social. Pensar e planejar
representam a deliberação racional dos indivíduos, enquanto a mudança pode ser
vista como a resposta coletiva para transformar as estruturas sociais.
Mas há um princípio em destaque, o da
mudança, que enaltece a natureza dinâmica do mundo e a inevitabilidade das
transformações. A ideia de que as coisas não mudam facilmente pode ser
interpretada sob a lente da resistência às mudanças, um tema abordado por
filósofos como Schopenhauer, que explorou as forças que moldam a realidade e a
inércia inerente à condição humana.
Ao integrar essas perspectivas, emergem
ensaios que tenho escrito sobre a profundidade e a complexidade inerentes à
necessidade de pensar, planejar e mudar. A tríade não é apenas uma sequência
linear, mas uma teia intricada de reflexão, intenção e ação. Pensar e construir
uma práxis contemporânea que articule as complexas relações de nosso
tempo.
A
compreensão dessas atividades não apenas desvela os processos intrínsecos ao
agir humano, mas também lança luz sobre os desafios inerentes à transformação.
A complexidade do pensamento, o planejamento reflexivo e a resistência à
mudança se entrelaçam, delineando o quadro filosófico de uma existência que
busca constantemente compreender projetar e transformar sua própria realidade.
*Paulo Bassani é
cientista Social
Série
Poemas Contemporâneos
Escuta poética da natureza*
A escuta poética da natureza
Inspira,
revela, ela sensibiliza nossa feição humana,
Porque
nela há muito mais do que vemos,
Muito
mais do que sentimos.
Ela
é o acaso necessário do viver,
Da
completude da harmonia que da sentido a vida
E
que se expressa a todo o momento.
No
inicio, meio e fim ela está presente,
Ela
se manifesta, ela se transforma.
A
natureza é imensamente bela,
Bela
no silêncio
Bela
e seus sons, suas cores seus cheiros.
Tão
bela que pouco a conhecemos.
Se
pouco conhecemos não respeitamos,
Se
não respeitamos, não amamos,
Senão
amamos não somos responsáveis, cuidadosos
Somos esgotáveis em nós mesmos, frágeis, fracos,
Enquanto ela é inesgotável em sua
beleza,
Em
sua magnitude suprema.
Série
Poemas Contemporâneos
A tarde que não vem*
Espero a tarde chegar
Mas ela não vem.
Espero que chegue logo
Mas ela não vem.
Espero que ela não se esqueça de mim
Espero pelos seus cheiros,
Pelas suas cores,
Pelos seus encantos
Pelos seus mistérios
Pelos seus contornos
Pelo que esconde,
Pelo que se demonstra.
Na tarde há mistérios
Mistérios que estimulam a viver
Que um dia irei decifrá-los.
E quando chegar
Hei de encontrar.
*Paulo Bassani
Série
Poemas contemporâneos
O tempo em dois tempos
O tempo nos coloca diante
De uma perplexidade única.
Há dois tempos!
O que se foi e não volta mais
E o tempo que virá.
O tempo de ontem
Nada mais podemos fazer
A não ser viver na memória
Nas lembranças do passado
Que não serão mais vividas
Nem tão pouco repetidas.
E há um tempo de futuro
Um tempo do amanhã
Que começa em poucos instantes
E não temos o controle total
Pois pouco sabemos de futuro
Não há certezas, não há nada
A não ser algo a buscar
A ser construído, a ser costurado
A ser vivenciado.
Porém há mistérios que não entendemos
Eles se encontram entre a razão e as emoções
Entre o pensar e o agir
Talvez esteja ai uma aproximação
Entre o tempo, o espaço
O hoje e o amanhã
Permeados pela dúvida, pelo desconhecido
Nada que possa garantir
Uma continuidade, um ser concreto,
Do que fomos, do que somos
Há apenas a possibilidade
De cruzarmos o tempo futuro
Por algum tempo
Que não sabemos o tempo certo.
*Paulo Bassani
Folha de Londrina
Publicado em 05/01/2024
Espaço Aberto - pág. 02
Londrina - PR - Brasil
Desafio de educar lideranças ambientais*
Este estudo busca
abordar criticamente a complexidade da interação entre sociedade, meio ambiente
e humanidade, considerando os elementos de ecologia e economia, especialmente
em face das múltiplas deficiências do modelo atual de extração, transformação,
produção e consumo na era da alta modernidade. O enfoque é estabelecer uma
compreensão mais profunda da relação entre natureza e seres humanos, promovendo
diálogos interdisciplinares que enriqueçam a diversidade cultural e recriem o
mundo.
O cerne deste
trabalho reside na busca por uma ressignificação do mundo, resultante da
interação entre diferentes trajetórias, trocas de experiências, linguagens,
cuidados e envolvimentos, na formação de lideranças ambientais. Este processo
contribui para a construção de sociedades sustentáveis, alinhando-se com
princípios delineados na Carta da Terra, nas Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) para 2030, nas Ecos Conferências
da ONU, nas orientações do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da
ONU (IPCC) e nas Conferências das Partes (COPs) 28 ao todo com esta última nos
Emirados Árabes.
A metodologia
proposta para a formação de lideranças ambientais abrange quatro pilares
fundamentais para esse desafios e esse entendimento:
Princípios e Valores: Inclui uma
imersão profunda no território, apurando o olhar, a audição e a percepção das
manifestações da natureza, visando conhecer seus potenciais e entender o
impacto das ações desenvolvidas.
Intervenção Pedagógica: Emprega
abordagens horizontais e dialógicas, ouvindo todas as vozes e valorizando as
experiências, respeitando os povos originários, com sua cultura e seus
conhecimentos, promovendo assim a participação ativa de todos os envolvidos.
Atitudes e Habilidades Éticas e
Emancipatórias: Integração dos novos conhecimentos com as experiências
individuais, permitindo que cada sujeito se envolva no processo de aprendizado.
Cada sujeito sinta-se co-participe do processo em questão.
Gestão Comunitária: Capacitação para administrar
processos de empreendimento, conscientizando, sensibilizando, motivando e
envolvendo a comunidade de maneira ativa, para trabalhar coletivamente.
Destacam-se a
importância de estimular uma inteligência prudente, atenta e cuidadosa,
enfatizando a necessidade de interação entre diferentes disciplinas, áreas de
conhecimento e dimensões pouco exploradas. O texto advoga que ao longo dos
últimos três séculos, pelas mudanças escolhidas no ritmo e nos roteiros
modernos, gerou um sistema propenso a se tornar autodestrutivo,
desmantelando tudo o que toca e impondo sua lógica. Afirma Boff (2010) “Hoje
pela unificação do espaço econômico mundial nos moldes capitalistas (...)
contra a natureza e contra humanidade torna o capitalismo claramente
incompatível com a vida”. Herdamos uma ciência que, ao invés de promover a
compreensão da vida, muitas vezes resulta na destruição. Nisso é que se
propõe uma abordagem mais ampla, contextualizada e global, em contraposição ao
modelo atual.
A narrativa sugere
que a transformação inicia-se com indivíduos visionários, capazes de imaginar
globalmente e agir localmente, evoluindo para uma compreensão mais profunda e
imprescindível dos desafios civilizacionais. O chamado é para uma ciência
reflexiva e crítica do conhecimento humano em relação à natureza e a si mesmo.
Por fim, entende-se
que essa formação se faz necessário para estruturar uma cultura sustentável,
fundamentada em um novo padrão que vai além da mera etiquetagem dos produtos
como "sustentáveis". É defendida a abordagem da sustentabilidade como
substantivo, promovida pela ciência emergente, que demanda uma revisão completa
das formas de produção e da concepção de mundo guiada pela racionalidade das
ciências e tecnologias modernas.
*Paulo
Bassani é Cientista Social, Sociólogo Ambiental, COPATI.
Série
Poemas Contemporâneos
Novo ano, novo amanhã*
Não
sei o que será do amanhã
Sei
que virá
Terá
brilho, terá escuridão
Teremos
certezas, teremos dúvidas
Será
de tranquilidade de angustias
O
sol trará ainda mais calor,
As
chuvas faltarão por lá
E
serão intensas por aqui.
A
vida virá com as perdas a nos assombrar,
Outro
dia, outra perspectiva, outro ano
Sempre
seremos o amanhã
Com
tudo que nos reserva.
Desta
forma entramos em cena
Para
pensar melhor, planejar melhor
Com
a motivação de um fazer supremo.
Para
que nossa condição humana
Floresça
com intensidade
Com
formatos possíveis e inimagináveis
Porque
somos seres imaginativos
Inteligentes
e criativos.
Mas
sempre vigilantes atentos
Diante
de ameaças de destruição civilizatória
Pois
devemos preservar a vida
Cuidar
da vida
Em
todas as suas formas
Em
todas as suas dimensões.
Assim
poderemos agregar
Sonhos
e utopias
Num novo amanhã, vida nova
Mundo
novo, novo ano.
*Paulo Bassani
Série Água da fonte Paulo Bassani Simples assim* Os problemas aparecem As dificuldades inúmeras Poucas saídas apontam E as ...