TESTE POP

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

 Série

Poemas Contemporâneos



O desencantamento da espera*


Espero o dia chegar

Espero o entardecer

Espero o anoitecer

E na madrugada me desespero

Porque esperei.


*Paulo Bassani



 Defesa de Mestrado

"O BRASIL ENTRE O ANTI-AMBIENTALISMO E O NEODESENVOLVIMENTISMO:UMA ANÁLISE COMPARADADOS GOVERNOS BOLSONARO E LULA POR MEIO DA ANÁLISE DE DISCURSO ECOLÓGICO"

                                       Aluno: STEFANO MARCOS CAVALCANTI TORRES

                  Ciências Sociais / UEL

      30/01/2024

Banca 

Prof. Dr. Paulo Bassani

Prof. Dr. José Júlio Nunes Ferreira

Prof. Dr. Rafael Braz da Silva (Orientador)





sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

 Série 

Poemas Contemporâneos


Minha homenagem ao Dia Internacional da Educação Ambiental


Gratidão total a natureza*

 

Natureza dela viemos

Dela dependemos

Dela vivemos

Dela criamos

Ela respira

Ela inspira

Ela revigora

Nela somos

Nela seremos

Nela permaneceremos.

 

*Paulo Bassani



Série
Pensar e Reconhecer

V


 
A capacidade humana de imaginar e construir*

 

O enunciado nos instiga a uma análise conjunta, tanto científica quanto filosófica, sobre a singularidade da capacidade humana de imaginação, criatividade, pensamento e construção, visando ampliar a qualidade, as condições de vida e a habitabilidade planetária.

Sob uma abordagem científica, a neurociência explora os mecanismos neuronais que sustentam a imaginação, a criatividade e o pensamento humano. Estudos sobre o cérebro indicam a complexidade das redes neurais envolvidas nesses processos, destacando a plasticidade cerebral que permite a adaptação e aprendizado ao longo da vida. A capacidade de construção, por sua vez, pode ser compreendida pela análise de habilidades motoras e cognitivas que adquirimos ao longo do tempo, que permitem a manipulação e criação de objetos e estruturas oriundas na natureza.

Do ponto de vista filosófico, na mente humana se configuram elementos emaranhados onde questões sobre consciência, pensamento e subjetividade são discutidas. Filósofos como Descartes, Kant e Sartre oferecem reflexões sobre a natureza da mente e sua capacidade única de conceber, imaginar e criar. A liberdade do pensamento e a autonomia na construção estão no cerne dessas reflexões filosóficas.

Uma perspectiva voltada para a natureza destaca a responsabilidade humana na construção e manutenção de ambientes habitáveis. Filósofos como Arne Naess, precursor do pensamento profundo ecológico, enfatizam a interconexão entre todas as formas de vida e defendem uma ética que promova a sustentabilidade ecológica. A capacidade de construir, nesse contexto, deve ser exercida com uma consciência ecológica que exige humildade, reconhecimento, sensibilidade e cuidado.

Ao integrar essas perspectivas, emergem compreensões profundas sobre a singularidade humana. A capacidade de imaginação, criatividade e construção não é apenas resultado de processos neurocognitivos, mas também reflete a riqueza da experiência consciente. A mente humana, em sua liberdade e autonomia, transcende a mera funcionalidade biológica, permitindo a criação de realidades, ideias e estruturas que moldam o mundo ao nosso redor.

A capacidade humana de melhorar as condições de vida e a habitabilidade planetária formam, portanto, uma fusão complexa entre a estrutura biológica do cérebro, a liberdade filosófica da mente e a responsabilidade ética ecológica. Ao explorar essa interseção entre ciência e filosofia, podemos apreciar a profundidade da experiência humana e o potencial extraordinário que carregamos para moldar o nosso destino e o destino do planeta que temos como o único lar comum para todos os seres humanos e não humanos.

*Paulo Bassani é cientista social

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

 Série
Pensar e Reconhecer

IV



O traçado emancipatório da história*

 

Façamos uma exploração filosófica sobre o trajeto emancipado da história e a postura corajosa e esperançosa que nos é apresentada na construção do amanhã. Neste contexto, mergulhamos nas águas profundas da filosofia para compreender a interseção entre a história, a coragem e a esperança.

A perspectiva filosófica da história, delineada por pensadores como Hegel e Marx, sugere que a trajetória histórica é marcada por uma busca incessante pela liberdade e emancipação. A história, vista como um processo dialético, culmina em momentos de superação de limitações e opressões. A coragem de lutar, emerge como uma força motriz nesse caminho emancipado, impulsionando a humanidade na busca por uma existência livre, justa, equitativa e solidária.

A abordagem existencialista contribui para a compreensão da atitude corajosa diante da história. Sartre destaca a responsabilidade individual na criação do próprio significado na existência. A coragem, nesse contexto, é a aceitação consciente da liberdade e da responsabilidade de moldar o destino em meio aos desafios históricos.

A filosofia da esperança, representada por pensadores como Ernst Bloch, explora a dimensão utópica na construção do futuro. A esperança, entendida como uma força propulsora, transcende as adversidades históricas, inspirando ações que visam a concretização de um amanhã mais justo e igualitário.

O pensar crítico da ecológica, em nossa relação entre os humanos e a natureza, pode oferecer uma perspectiva adicional ao destacar a interconexão entre a humanidade e o ambiente. A atitude corajosa e esperançosa na construção do amanhã, nesse sentido, não se limita apenas às relações humanas, mas se estende a uma consciência mais ampla da coexistência harmoniosa com a natureza. Todos formando uma grande teia da vida que nos alimenta e retroalimenta.

A união dessas perspectivas filosóficas revela uma narrativa mais rica sobre o caminho emancipado da história. A coragem surge como uma resposta intrépida aos desafios históricos, enquanto a esperança se manifesta como uma luz orientadora que transcende as sombras do passado. Há muitos erros para analisar e há muitos construtos para edificar.

A construção do amanhã, vista sob esta lente filosófica, é uma jornada que exige uma atitude corajosa diante das vicissitudes históricas e uma esperança resiliente e empoderada que transcende as adversidades. A história, em seu curso emancipado, torna-se um convite à participação ativa na criação de um amanhã que reflete os ideais de liberdade, igualdade e justiça que permeiam a essência da experiência humana.

*Paulo Bassani é cientista social


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024


Série 
Pensar e reconhecer
III



 

Dissonância entre o cálculo econômico e a vida*

 

Hoje faz-se necessário realizar  uma análise filosófica e científica sobre a distinção fundamental entre o cálculo econômico e mercadológico e as complexidades intrínsecas à vida e à natureza. Nesta exploração, mergulhamos na filosofia e nas ciências naturais e humanas, para compreender as implicações dessa dissonância.

O chamado para entender que o cálculo econômico não é o mesmo que a vida e a natureza ressoa com preocupações filosóficas existencialistas. Nesse sentido Martin Heidegger em seu “Ser e Tempo”,  aborda a essência da vida e da natureza como algo que não pode ser plenamente compreendido ou controlado por categorias e cálculos econômicos. A fenomenologia, ao destacar a experiência direta da existência, ressalta a inadequação de reduzir a vida a números e estratégias de mercado.

Da perspectiva ética, a filosofia ambientalista argumenta que a natureza possui um valor intrínseco além de sua utilidade econômica. Pensador como Aldo Leopold defendem uma ética da Terra, que reconhece a interconexão e interdependência entre todos os elementos da natureza, indo além da lógica estritamente econômica que comanda de forma hegemônica nossas passadas nessa modernidade.

No campo científico, a economia ecológica oferece uma visão interdisciplinar que questiona as premissas do cálculo econômico tradicional. Ela explora como as atividades econômicas impactam os sistemas naturais e como as limitações ecológicas devem ser consideradas para garantir a sustentabilidade substantiva que exige diálogos de saberes, formas horizontalizadas de poder e equilíbrio em todas as relações construídas.

A biologia contribui para essa reflexão ao explorar os ecossistemas como sistemas complexos interconectados. Essa abordagem científica reconhece que a vida e a natureza não podem ser completamente compreendidas por meio de modelos econômicos simplificados, exigindo uma compreensão holística das redes ecológicas.

Ao integrar essas perspectivas filosóficas e científicas, emerge uma compreensão mais profunda da dissonância entre o cálculo econômico e a complexidade da vida e da natureza. A filosofia destaca a necessidade de uma abordagem e respeitosa e cuidadosa em relação à existência, enquanto as ciências oferecem ferramentas para analisar os impactos tangíveis dessa dissonância na biosfera planetária com todos seus ecossistemas existentes.

 Fica desta medida, a compreensão definitiva de que o cálculo econômico não é equivalente à vida e à natureza exige uma síntese entre a sabedoria filosófica e as descobertas científicas. Esta integração pode guiar a busca por modelos econômicos sustentáveis, éticos e alinhados com as complexidades inerentes à existência na Terra, nossa Casa Comum, bela rara e frágil.

*Paulo Bassani é cientista social

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Série 
Pensar e Reconhecer

II



 

A clarificação do pensamento e a educação de consciências críticas e sensíveis*

 

O que propomos é uma exploração filosófica sobre a tarefa  de esclarecer o pensamento, educar e formar consciências críticas e sensíveis. Neste chamado, entramos em um território filosófico que abrange desde a epistemologia até a ética, envolvendo reflexões sobre conhecimento, pedagogia e a formação de uma consciência humanística.

A missão de esclarecer o pensamento se entrelaça com a epistemologia, a filosofia do conhecimento. Filósofos como Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein exploraram a natureza do pensamento claro e da linguagem precisa como fundamentais para a busca do conhecimento. A clareza de pensamento é um pré-requisito para uma compreensão mais profunda da realidade.

A educação, por sua vez, é abordada pela filosofia da educação, que examina o propósito e os métodos do processo educativo. John Dewey enfatiza a importância de uma educação que promova a experiência prática e o pensamento reflexivo, integrando o conhecimento à vida cotidiana.

A formação de consciências críticas e sensíveis ressoa com questões éticas. Immanuel Kant e John Stuart Mill oferecem ensaios sobre a ética da responsabilidade individual e a importância de desenvolver consciências que considerem não apenas a própria perspectiva, mas também o impacto nas outras vidas.

O chamado para formar consciências críticas e sensíveis também está alinhado com a tradição humanista, que destaca o desenvolvimento integral do ser humano. Pensadores humanistas, nos quais nos identificamos, como Erich Fromm argumentam que uma consciência plenamente desenvolvida envolve a capacidade de crítica e uma profunda sensibilidade para com a condição humana.

A união destas perspectivas filosóficas revela a amplitude e profundidade da missão delineada. A clarificação do pensamento não é apenas um ato cognitivo, é um processo que se estende até as raízes epistemológicas da compreensão da essência humana, em sua capacidade de pensar. A educação, ao mesmo tempo, transcende a mera transmissão de conhecimento, tornando-se um meio de cultivar a mente, o caráter e sua convivialidade no mundo.

  A formação de consciências críticas e sensíveis é, por fim, uma longa jornada ética e humanística, que exige atenção e cuidados especiais. Requer não apenas a busca por conhecimento, mas uma reflexão constante sobre o impacto desse conhecimento nas relações humanas e no tecido social. A filosofia, ao orientar essa missão, oferece um farol que ilumina não apenas o caminho do entendimento, mas também a trajetória moral e existencial em direção a uma consciência mais profunda, sensível e humanista.

*Paulo Bassani é cientista social


quinta-feira, 18 de janeiro de 2024


Série 
Pensar e Reconhecer

I


Esta nova Série 
 Pensar e Reconhecer 

Elaborada com vinte enunciados/pensamentos. Cada um com um Ensaio aprofundando as ideias colocadas
 Curtos porém com significados para o nosso tempo, alguns de caráter individual outros pensando uma construção de ideias coletivas necessárias para estabelecer uma nova passada humana neste planeta belo, raro, frágil e finito.

A complexidade do agir humano*

 

O enunciado nos instiga a uma reflexão filosófica sobre a necessidade premente de pensar, planejar e modificar as circunstâncias. Nesse contexto, mergulhamos nas profundezas do agir humano, explorando conceitos filosóficos que abordam a complexidade dessas ações e a resistência inerente à mudança.

A tríade de pensar, planejar e mudar é intrínseca à filosofia da ação, que examina o significado e as implicações da atividade humana. Pensadoras como Hanna Arendt destacam a importância do agir como uma expressão fundamental da condição humana. A ação, nesse contexto, é um processo complexo que requer reflexão, planejamento e transformação.

Da perspectiva existencialista, a necessidade de pensar, planejar e mudar reflete a busca individual por significado e autenticidade. Jean-Paul Sartre argumenta que a liberdade humana traz consigo a responsabilidade de criar significado em um mundo aparentemente absurdo. A reflexão e a ação tornam-se meios essenciais para construir um sentido pessoal diante da complexidade da existência.

No âmbito da filosofia política, a tríade proposta pode ser relacionada à teoria do contrato social. Pensar e planejar representam a deliberação racional dos indivíduos, enquanto a mudança pode ser vista como a resposta coletiva para transformar as estruturas sociais.

Mas há um princípio em destaque, o da mudança, que enaltece a natureza dinâmica do mundo e a inevitabilidade das transformações. A ideia de que as coisas não mudam facilmente pode ser interpretada sob a lente da resistência às mudanças, um tema abordado por filósofos como Schopenhauer, que explorou as forças que moldam a realidade e a inércia inerente à condição humana.

Ao integrar essas perspectivas, emergem ensaios que tenho escrito sobre a profundidade e a complexidade inerentes à necessidade de pensar, planejar e mudar. A tríade não é apenas uma sequência linear, mas uma teia intricada de reflexão, intenção e ação. Pensar e construir uma práxis contemporânea que articule as complexas relações de nosso tempo. 

 A compreensão dessas atividades não apenas desvela os processos intrínsecos ao agir humano, mas também lança luz sobre os desafios inerentes à transformação. A complexidade do pensamento, o planejamento reflexivo e a resistência à mudança se entrelaçam, delineando o quadro filosófico de uma existência que busca constantemente compreender projetar e transformar sua própria realidade.

*Paulo Bassani é cientista Social

 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Série 

Poemas Contemporâneos

 


Escuta poética da natureza*

 

A escuta poética da natureza

Inspira, revela, ela sensibiliza nossa feição humana,

Porque nela há muito mais do que vemos,

Muito mais do que sentimos.

Ela é o acaso necessário do viver,

Da completude da harmonia que da sentido a vida

E que se expressa a todo o momento.

No inicio, meio e fim ela está presente,

Ela se manifesta, ela se transforma.

A natureza é imensamente bela,

Bela no silêncio

Bela e seus sons, suas cores seus cheiros.

Tão bela que pouco a conhecemos.

Se pouco conhecemos não respeitamos,

Se não  respeitamos, não amamos,

Senão amamos não somos responsáveis, cuidadosos

Somos esgotáveis em nós mesmos, frágeis, fracos, 

Enquanto ela é inesgotável em sua beleza,

Em sua magnitude suprema.


*Paulo Bassani

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

 Série 

Poemas Contemporâneos




A tarde que não vem*

 

Espero a tarde chegar

Mas ela não vem.

Espero que chegue logo

Mas ela não vem.

Espero que ela não se esqueça de mim

Espero pelos seus cheiros,

Pelas suas cores,

Pelos seus encantos

Pelos seus mistérios

Pelos seus contornos

Pelo que esconde,

Pelo que se demonstra.

 

Na tarde há mistérios

Mistérios que estimulam a viver

Que um dia irei decifrá-los.

E quando chegar

Hei de encontrar.

 *Paulo Bassani


segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Série

Poemas contemporâneos

 



O tempo em dois tempos


O tempo nos coloca diante

De uma perplexidade única.

Há dois tempos!

O que se foi e não volta mais

E o tempo que virá.

O tempo de ontem

Nada mais podemos fazer

A não ser viver na memória

Nas lembranças do passado

Que não serão mais vividas

Nem tão pouco repetidas.


E há um tempo de futuro

Um tempo do amanhã

Que começa em poucos instantes

E não temos o controle total

Pois pouco sabemos de futuro

Não há certezas, não há nada

A não ser algo a buscar

A ser construído, a ser costurado

A ser vivenciado.


Porém há mistérios que não entendemos

Eles se encontram entre a razão e as emoções

Entre o pensar e o agir

Talvez esteja ai uma aproximação

Entre o tempo, o espaço

O hoje e o amanhã

Permeados pela dúvida, pelo desconhecido

Nada que possa garantir

Uma continuidade, um ser concreto,

Do que fomos, do que somos

Há apenas a possibilidade

De cruzarmos o tempo futuro

Por algum tempo

Que não sabemos o tempo certo.


 *Paulo Bassani

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

                                                    Folha de Londrina

Publicado em 05/01/2024

Espaço Aberto - pág. 02

Londrina - PR - Brasil


Desafio de educar lideranças ambientais*

 

Este estudo busca abordar criticamente a complexidade da interação entre sociedade, meio ambiente e humanidade, considerando os elementos de ecologia e economia, especialmente em face das múltiplas deficiências do modelo atual de extração, transformação, produção e consumo na era da alta modernidade. O enfoque é estabelecer uma compreensão mais profunda da relação entre natureza e seres humanos, promovendo diálogos interdisciplinares que enriqueçam a diversidade cultural e recriem o mundo.

O cerne deste trabalho reside na busca por uma ressignificação do mundo, resultante da interação entre diferentes trajetórias, trocas de experiências, linguagens, cuidados e envolvimentos, na formação de lideranças ambientais. Este processo contribui para a construção de sociedades sustentáveis, alinhando-se com princípios delineados na Carta da Terra, nas Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030, nas  Ecos Conferências da ONU, nas orientações do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e nas Conferências das Partes (COPs) 28 ao todo com esta última nos Emirados Árabes.

A metodologia proposta para a formação de lideranças ambientais abrange quatro pilares fundamentais para esse desafios e esse entendimento:

Princípios e Valores: Inclui uma imersão profunda no território, apurando o olhar, a audição e a percepção das manifestações da natureza, visando conhecer seus potenciais e entender o impacto das ações desenvolvidas.

Intervenção Pedagógica: Emprega abordagens horizontais e dialógicas, ouvindo todas as vozes e valorizando as experiências, respeitando os povos originários, com sua cultura e seus conhecimentos, promovendo assim a participação ativa de todos os envolvidos.

Atitudes e Habilidades Éticas e Emancipatórias: Integração dos novos conhecimentos com as experiências individuais, permitindo que cada sujeito se envolva no processo de aprendizado. Cada sujeito sinta-se co-participe do processo em questão.

Gestão Comunitária: Capacitação para administrar processos de empreendimento, conscientizando, sensibilizando, motivando e envolvendo a comunidade de maneira ativa, para trabalhar coletivamente.

Destacam-se a importância de estimular uma inteligência prudente, atenta e cuidadosa, enfatizando a necessidade de interação entre diferentes disciplinas, áreas de conhecimento e dimensões pouco exploradas. O texto advoga que ao longo dos últimos três séculos, pelas mudanças escolhidas no ritmo e nos roteiros modernos, gerou um sistema propenso a se tornar autodestrutivo, desmantelando tudo o que toca e impondo sua lógica. Afirma Boff (2010) “Hoje pela unificação do espaço econômico mundial nos moldes capitalistas (...) contra a natureza e contra humanidade torna o capitalismo claramente incompatível com a vida”. Herdamos uma ciência que, ao invés de promover a compreensão da vida, muitas vezes resulta na destruição. Nisso é que se propõe uma abordagem mais ampla, contextualizada e global, em contraposição ao modelo atual.

A narrativa sugere que a transformação inicia-se com indivíduos visionários, capazes de imaginar globalmente e agir localmente, evoluindo para uma compreensão mais profunda e imprescindível dos desafios civilizacionais. O chamado é para uma ciência reflexiva e crítica do conhecimento humano em relação à natureza e a si mesmo.

Por fim, entende-se que essa formação se faz necessário para estruturar uma cultura sustentável, fundamentada em um novo padrão que vai além da mera etiquetagem dos produtos como "sustentáveis". É defendida a abordagem da sustentabilidade como substantivo, promovida pela ciência emergente, que demanda uma revisão completa das formas de produção e da concepção de mundo guiada pela racionalidade das ciências e tecnologias modernas.

     *Paulo Bassani é Cientista Social, Sociólogo Ambiental, COPATI.

 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

 Série

Poemas Contemporâneos





Novo ano, novo amanhã*

 

Não sei o que será do amanhã

Sei que virá

Terá brilho, terá escuridão

Teremos certezas, teremos dúvidas

Será de tranquilidade de angustias

O sol trará ainda mais calor,

As chuvas faltarão por lá

E serão intensas por aqui.

A vida virá com as perdas a nos assombrar,

Outro dia, outra perspectiva, outro ano

Sempre seremos o amanhã

Com tudo que nos reserva.

Desta forma entramos em cena

Para pensar melhor, planejar melhor

Com a motivação de um fazer supremo.

Para que nossa condição humana

Floresça com intensidade

Com formatos possíveis e inimagináveis

Porque somos seres imaginativos

Inteligentes e criativos.

Mas sempre vigilantes atentos

Diante de ameaças de destruição civilizatória

Pois devemos preservar a vida

Cuidar da vida

Em todas as suas formas

Em todas as suas dimensões.

Assim poderemos agregar

Sonhos e utopias

Num  novo  amanhã, vida nova

Mundo novo, novo ano.

 

*Paulo Bassani


  Série  Água da fonte Paulo Bassani Simples assim*   Os problemas aparecem As dificuldades inúmeras Poucas saídas apontam E as ...