Pensando
os desafios*
Ao abrirmos uma janela para com o futuro, para ampliarmos o diálogo com o amanhã, primeiro e importante fator a ser realizado trata-se de descolonizar nossa mente: nossa forma de pensar e de viver a qual comumente tratamos com forma pronta, perfeita e acabada. O que tentamos nesse estágio, que chamo de travessia, é abrir uma nova possibilidade utópica, para vivemos e habitarmos de forma ética, cuidadosa, solidárias e justa nesse território, país e planeta. Agora não mais de experiências unicamente da modernidade. Vamos pensar e construir algo novo não experimentado.
Fechamos um ciclo, iniciamos outro
parece que no final de ano assim nos propomos a pensar e há programar o ano
novo, um tempo novo onde também possa emergir um novo tempo. Há tantas razões
para pensar: as guerras, a agressão ambiental terra ar e água, a fome, o
desemprego, os descaminhos políticos, os desmandos econômicos, as mentiras, às
decepções e a insensatez.
Neste universo de questões que nos
colocamos hoje, o certo é de que não temos mais certezas, ingressamos numa era
de incertezas, riscos e perplexidades, típicas de um de um período de
travessia. A certeza que podemos carregar nesta travessia é de que somos a
natureza que pensa e, a primeira tarefa é a de superarmos esta incompreensão,
nos aproximando dela de forma responsável e cuidadosa assim iremos recuperar
nossa condição natural. Que nada mais é do que nossa condição humana como seres
sensíveis e cuidadosos, numa Terra finita, limitada e frágil. Este é o reconhecimento
fundamental para o inicio de qualquer debate que trate de futuro. Talvez aí nesta dimensão é que
esteja latente nossa capacidade de entender o desafio de nossas utopias.
Os
sonhos que tivemos, os sonho que temos nunca são tão belos quanto às utopias
que hão de vir. Há dentro de cada um de nós uma energia, uma força, uma
potencia fruto da fertilidade da Terra e da Humanidade. Nesse chão da Casa
Comum e nesse humos esperamos semear, cuidar e colher frutos para alimentar o
corpo e alma de quem hoje vive e dos que virão.
Assim teremos um curso da história que sempre será lembrado como o da
tentativa de encontrar o equilíbrio sustentável necessário para o
prosseguimento da vida.
Trata-se de civilizar a humanidade
sobre a habitabilidade na Terra, única casa comum que conhecemos e que nos
possibilita a vida, vida geradora de vida, vida que ilumina a vida, vida que
buscamos permanetemente. Disto deve resultar uma consciência planetária de quem
somos o que podemos e para onde juntos queremos ir.
*Paulo Bassani é
cientista social, escritor e prof. universitário
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