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Abriram-se as janelas*
“Agora ingressamos num novo tempo de convivialidade”
Ao abrirmos as janelas para com o futuro, é momento de ampliarmos os horizontes e os diálogos com o amanhã, pois algo novo acontece, na alegria que ocupa as praças, refunda nossa alma e se revela na afabilidade de muitos. Primeiro e importante fator a ser realizado, nesse percurso, trata-se de descolonizar nossa mente: nossa forma de pensar e de viver a qual comumente tratamos como forma pronta e acabada, com os preconceitos ritualísticos de uma moral engessada, depois e, não menos importante, conhecer a fundo o quadro econômico, social que nos colocou nessa situação
Agora ingressamos num novo tempo de convivialidade.
O que tentaremos fazer, nesse estágio, que chamaremos de transição, são
desvelar as contradições, as caixas pretas, as mentiras, os medos ocultos que
circundavam nosso cotidiano e, conhecer a fundo o estado real, para que uma
nova possibilidade de planejamento se instale, e nesta, possamos viver e
habitarmos em paz, de forma ética, cuidadosa, respeitosa, solidária e justa
nesse nosso pais e neste “nosso” planeta.
Precisamos
respirar abrir os olhos, recuperar o espírito de nosso tempo e darmos conta que
todos podem e devem participar sem fome, miséria, mas emprego e renda. Agora
não mais de experiências de um design do passado e não democrático, de um tempo que sabemos bem
como começa, e como se instala no percurso da modernidade, com seus fluxos e
seus resultados, compreendemos e não queremos que seja por aí, vamos testar
outras.
A biodiversidade agradece a nova chance de
demonstrar seu amor a vida humana e a todo tipo de vida. Ela, com sua
existência plena, bela e radiante, é a única esperança de prolongamento de
nossa existência, agora sábia, compreensiva e tolerante.
Juntos, muitos são chamados a pensar e construir,
algo novo já experimentado, multiplicado com a composição de iniciativas
inéditas, e que a soma destas, que seja o inicio de um processo civilizatório
que caminhe rumo à emancipação. Não há democracia de alto teor sem o exercício
das práticas democráticas em todas as dimensões da vida e estas vão muito além
do voto. Com dimensões horizontalizadas que implicam e repliquem em democracia
de intensidade social, política, econômica, cultural e religiosa. Talvez aí
nesta proporção esteja latente a capacidade de entender nossas necessidades e
nossas utopias, de um tipo de mundo que queremos viver.
*Paulo Bassani é cientista social, escritor e prof. universitário
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