40 anos sem Sete
Quedas*
Ela se foi!
Como num passe de mágica
Da modernidade
Tornou plausível seu desaparecimento.
A beleza das chedas d águas
As Sete Quedas!
Quatro décadas se passaram
No senil passado esquecida
A beleza foi vencida
Pelo progresso,
E o represamento do rio Paraná.
Braço de um rio caudaloso
Não há como descrever,
Não há como definir
Não há como justificar
Não há como não sentir
Sete Quedas pulsar.
Ela está ai em alguma profundidade
Coberta pela tirania do crescimento
De um modelo que já nasce torto.
Pois se necessita expandir
Negando a natureza
É por que carrega muitos problemas.
Tudo hoje sob o espelho d´água
Que alimenta uma forma de vida
Que sucumbe outras tantas.
Maravilha do universo!
Teu canto ainda ecoa
Por todas as dimensões.
Porque bela és e sempre será.
Qual o valor desta façanha
Em relação aquela?
Não tivemos tempo para pensar
Para julgar, para decidir.
A cegueira tomou conta
A cegueira se instalou.
O que ficou foi um concreto
Reprimindo o rio para satisfazer
desejos.
Talvez neles aja algo que buscamos
encontrar
Mas que estava lá o tempo todo
Com sua exuberância,
Sua força, sua beleza
Para alegrar a vida
E não para mover motores.
Sete Quedas!
Onde estiver por quantas quedas forem
Sempre será lembrada.
*Paulo Bassani é
Cientista Social, Escritor e Prof. Universitário.
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