TESTE POP

sexta-feira, 28 de outubro de 2022


 

40 anos sem Sete Quedas*

 

Ela se foi!

Como num passe de mágica

Da modernidade

Tornou plausível seu desaparecimento.

A beleza das chedas d águas

As Sete Quedas!

Quatro décadas se passaram

No senil passado esquecida

A beleza foi vencida

Pelo progresso,

E o represamento do rio Paraná.

Braço de um rio caudaloso

Não há como descrever,

Não há como definir

Não há como justificar

Não há como não sentir

Sete Quedas pulsar.

Ela está ai em alguma profundidade

Coberta pela tirania do crescimento

De um modelo que já nasce torto.

Pois se necessita expandir

Negando a natureza

É por que carrega muitos problemas.

 

Tudo hoje sob o espelho d´água

Que alimenta uma forma de vida

Que sucumbe outras tantas.

Maravilha do universo!

Teu canto ainda ecoa

Por todas as dimensões.

Porque bela és e sempre será.

 

Qual o valor desta façanha

Em relação aquela?

Não tivemos tempo para pensar

Para julgar, para decidir.

A cegueira tomou conta

A cegueira se instalou.

O que ficou foi um concreto

Reprimindo o rio para satisfazer desejos.

Talvez neles aja algo que buscamos encontrar

Mas que estava lá o tempo todo

Com sua exuberância,

Sua força, sua beleza

Para alegrar a vida

E não para mover motores.

Sete Quedas!

Onde estiver por quantas quedas forem

Sempre será lembrada.


*Paulo Bassani é Cientista Social, Escritor e Prof. Universitário.

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