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domingo, 12 de outubro de 2025

 Artigo

tanosite

Santo Antônio da Platina, Pr

13/10/2025

https://www.portaltanosite.com/noticia/187561/preparando-os-dialogos-necessarios-para-a-cop-30#google_vignette


Paulo Bassani







Preparando os diálogos necessários para a COP 30*

        Em tempo de Emergência Climática e, diante da COP 30 que esta para acontecer em Belém do Pará no Brasil. Necessitamos estar atentos aos graves problemas que a humanidade vem enfrentado nesse primeiro quarto do século XXI. Há em curso uma crise civilizacional, necessitamos pensar o ser, o ser humano com outros fundamentos, pois estamos ao longo dos últimos séculos, destruindo a casa comum que moramos, e, nessa intensidade em alguns anos, não permitirá habitarmos nela. Não queremos apenas que a COP 30 seja mais um encontro, mais um conjunto de falas sem os compromissos éticos decorrentes. Foram necessários muitos estudos e pesquisas para sabermos hoje que temos condições de reverter esse processo. Além do mais devemos criar todos os esforços para acabar com as guerras e com a fome no mundo, pois temos todas as condições éticas, técnico-científicas para tanto.
        Nossa condição diante da vida depende, em grande medida, da forma como compreendemos a mesma, depende da maneira em que nos encontramos diante das condições materiais, depende do conjunto de relações sociais, depende de nossa relação com a natureza. As evidencias que nossa pisada humana sobre a biodiversidade existente, atingiu níveis extremos: emissões de gases causadores do efeito estufa, continuidade da extração de combustíveis fósseis, aumento do níveis dos mares, perda de flora e fauna, secas, inundações, aumento da temperatura, degelo no polo norte, nas montanhas e glaciares, tudo isso associado a falta de investimentos para reverter esse quadro. Enfim há uma serie de impactos em todos os segmentos, setores da vida urbana e rural.
Por outro lado somos seres simbólicos, seres relacionais, seres materiais e imateriais, isso nos caracteriza como seres complexos. Porém a compreensão e o discernimento num mundo atordoado, contraditório e em crise existencial como de hoje, torna-se fundamental, pois esses pressupostos cognoscíveis garantem a vida minimamente, mas podemos mais, devemos fazer mais para agregar a todos as condições de vida que merecem por serem seres viventes em nosso tempo, com as mesmas necessidades fundamentais. Portanto cabe decolarmos nessa trajetória de novos construtos rumo em outros fundamentos de nossa singularidade e essência humana.
        Nosso é o dever como ecocidãos é de garantir o futuro e, que o futuro aconteça com toda sua plenitude. Temos o direito de viver o presente com zelo e qualidade, mas não comprometê-lo, essa é nossa responsabilidade ética. Temos pela frente um trabalho enorme um desafio teórico, metodológico, prático, político de edificação deste futuro, em exercitar pensamentos, planejamento conjuntos, formas horizontalizadas, atitudes e práticas concretas que possam garantir esse formato que chamamos de sustentável, por ser dialógico, solidário, colaborativo, cuidadoso, justo e equilibrado.
        Somos a natureza pensante, que imagina, que cria por isso também somos seres éticos, responsáveis, cuidadosos e zelosos com tudo e com todos os seres vivos. Por isso que nesse diálogo civilizatório sobre a continuidade da vida no planeta, não serão os animais, nem árvores que irão se reunir para dialogar, seremos nós, os seres humanos. Devemos sim, apreender com a natureza, porém nós teremos que sentar frente a frente e num diálogo franco e tratarmos seriamente dos problemas que nos aflige e de que tipo de mundo queremos viver.
Para tanto é fundamental, em nosso tempo, essa compreensão, unirmos a capacidade de pensar com a capacidade de fazer acontecer, em busca da superação das seqüelas de nosso tempo: guerras, miséria, fome e a destruição da biodiversidade planetária. Isso implica numa compreensão profunda das origens e desdobramentos das mazelas sociais, econômicas e ambientais que estão articuladas em nossa sociedade. Tudo para que possamos garantir as condições de habitabilidade de tudo e de todos os seres vivos, que coabitam esse planeta, inclusive os humanos.
        Impedir os sonhos e as utopias significa bloquear o amanhã com a possibilidade de que nossos desenhos se transformem nas condições desejáveis e objetivas de encantamento de mundo e que solicitam passagem. Por hora vamos desenhando, como lembra o poeta da floresta Thiago de Melo, novos jeitos de caminhar, mesmo que não compreendamos o todos que esta sendo desenhado. Sabemos que destes desenhos surgirão uma nova paisagem do viver. Um tempo de travessia, marcado pelos sonhos, pelas utopias de milhares de pessoas que ao longo da história, de uma forma ou de outra, contribuíram para esse empreendimento cultural. Agora temos uma nova oportunidade às cartas estão colocadas na mesa, não se trata apenas de um jogo, mas de um destino da humanidade. Luz, serenidade, compromisso ético e civilizatório para a COP 30.
*Paulo Bassani é cientista social



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