REFLEXÕES AMBIENTAIS

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Ideias para um pacto com a Terra
nessa Travessia*
Chegamos ao limite! A Emergência Climática está
ai, com suas manifestações em todos os continentes. As escolhas que fizemos
enquanto espécie nos trouxeram a um ponto crítico da história. Estamos diante
do colapso ecológico, da fragmentação social, das guerras, da
fome, do esgotamento ético-moral e espiritual, e do risco real de
inviabilizar o futuro que prometemos às nossas crianças e aos que virão. A
civilização como a conhecemos agoniza, e a Terra, nossa Casa Comum,
clama por um novo rumo.
É com esse senso de
urgência, agora que estamos prestes a realizar a COP 30 em Belém do Pará,
onde as esperanças se renovam, e o mundo espera novos e possíveis
encaminhamentos concretos. Não para acusar, mas para lembrar. Não para
lamentar, mas para despertar. Ainda há tempo de transformar, ainda é possível
reconstruir, recuperar, recomeçar. Muito se espera como resultado desta
COP a ser realizada em território brasileiro.
Apontamos aqui um
novo horizonte: a construção de um modelo de justiça, compreensão, cooperação e
paz. Não como fantasias idealistas, mas como um paradigma de convivência,
justiça e respeito mútuo entre todos os seres vivos. Um novo modo de ser e
viver mais compassivo, mais equilibrado, eco civilizatório, humano. Com a
criação de uma Cultura Sustentável
como orientadora dessa emergente construção.
Esse tempo será
de uma Travessia Educativa, regeneradora, pois exigirá a aprendizagem
de uma nova ética. A ética do cuidado, da escuta e da interdependência com tudo
e com todos. Será alternativo, pois rompe com a lógica de dominação que nos
separou uns dos outros e nos desconectou da natureza. E será inédito, porque
jamais tentamos como humanidade, viver plenamente como uma só família
planetária, com uma identidade civilizatória que demonstrara nossa
capacidade imaginativa, criativa como seres pensantes.
Neste tempo, nenhum
povo, nação, religião, entidade, homem ou mulher será maior do que o outro.
Todos serão partes de uma mesma Teia da Vida, em um planeta que é
ao mesmo tempo finito, único e belo. Cada cultura será honrada, cada ser
respeitado. A diversidade deixará de ser ameaça e será reconhecida como força
que nos une na diversidade cultural.
Não há mais espaço
para a ilusão do crescimento infinito, da exploração desenfreada de combustíveis fósseis. Precisamos de um modo
de viver compatível com os potenciais e os limites do planeta. Um modo de viver
que recupere o sentido, o vínculo, o cuidado, a reverência pela vida.
A construção
desse Tempo de Travessia começa em nós. Começa aqui e agora.
Ele nasce toda vez que escolhemos a cooperação em vez da competição, a partilha
em vez da acumulação, o cuidado em vez da destruição. Floresce essas
ideias e práticas quando cuidamos da Terra como quem cuida de si, como uma mãe
cuida de seus filhos.
Humanidade, este é o chamado do
nosso tempo. Quebrar o ciclo do medo e da ganância. Curar as feridas abertas,
reunir o que foi separado, recuperar o que foi destruído. Para tanto
utilizar dos conhecimentos científicos agregador que construímos ao longo dos
anos. E juntos, como seres pensantes e
conscientes, redesenhar o futuro. E construir um Design Civilizatório com a cara e a alma humana, sempre nos
espelhando na natureza.
Este é um convite, um compromisso, um pacto com a
vida. Para salvar a nós mesmos, regenerando o mundo, regenerando nossa espécie
para um Novo Tempo.
*Paulo Bassani Cientista Social,
Coordenador do GEAMA- Grupo de Estudos Avançados Sobre o Meio Ambiente, Membro
do CONSEMMA de Londrina, pesquisador e educador ambiental do COPATI- Consórcio
da bacia do Rio Tibagi, Membro do FDL - Fórum Desenvolve Londrina, Assessor
cientifico e Ambiental da E-LETRO e CRC.