TESTE POP

quarta-feira, 25 de junho de 2025

 Série

Água da Fonte


A frieza humana*

 

Frio climático, frio do corpo,

Frio da alma, frieza humana.

Perante a opressão, a fome, a miséria e a morte

As guerras e conflitos com bombas da modernidade

Sobre as populações inocentes

Gaza, na palestina, é um exemplo.

Milhares de pessoas, seres humanos mortos,

Indiferente o mundo “civilizado”

De forma fria e calculista se cala diante

De tal genocídio e extermínio,

Causado pelo governo de Israel,

De toda uma população que vive naquele território,

Homens, mulheres, jovens, crianças.


A história se repete, já presenciamos tal quadro.

Entre oprimidos no passado, opressores no presente.

A tragédia humana agora sofisticada por bombas covardes

Que não descriminam um povo inocente.

 

Já não basta denunciar, orar

Agora uma aversão explicita paira no ar

A repulsa de uma espécie humana

Que nada apreendeu na nada lhe serviu como lição.

Pois nada, nada há em seu coração

Que lembre humanidade.

Apenas um vazio, preenchido não pelo sangue humano,

Mas pelo aço duro e frio,

E pela mortandade de suas bombas...

 

*Paulo Bassani


segunda-feira, 23 de junho de 2025

 Série 

Água da Fonte


                   Paulo Bassani                    



Uma frente decisiva*

 

Uma frente fria

Uma frente de batalha

Uma frente de bombas

Uma frente de risco.

 

Medidas diversas com uma mesma expressão

Clima, batalhas, bombas, riscos.

Todos teremos que enfrentar esta situação inigualável

Este momento de alerta.

O clima mudamos pela nossa pisada forte na natureza,

As batalhas pelos interesses do poder econômico, político

As bombas pela estupidez dos homens em busca de domínio

E o risco se espalha para toda a humanidade.

Não há mais ordem mundial, não há leis

Não há uma ONU, não há autonomia dos povos.

Há uma ameaça em curso que pode banir a vida

De muitos territórios e do próprio planeta.

 

*Paulo Bassani


quinta-feira, 19 de junho de 2025

 Ensaio

                                                  Santo Antônio da Platina, Paraná

18/06/2025

                                                        Paulo Bassani



Um paradigma necessário de vida compartilhada*

 

Diante da escala militar, das mortes de crianças, mulheres, idosos inocentes, de fome e destruição com muitas bombas e diante uma guerra destruidora iminente. Lembro que neste solo da palestina onde nasceu, viveu, e com seu exemplo e mensagem Jesus Cristo que deixou uma lição de amor e paz.  Venho, para tanto, neste ensaio, lembrar uma das principais orações do cristianismo o “Pai Nosso”. Na oração do Pai Nosso eixo central da mensagem cristã, há uma frase que sempre me intrigou e hoje torna-se mais pertinente “...Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na Terra como no céu.”  Desta forma imagino: Como seria esse reino divino na Terra? Como se estruturaria esse paradigma cristão de um modo de viver? É o que tento levantar nas linhas abaixo, apenas como uma introdução a algo tão complexo e tão polêmico. Pois o mundo que vivemos, em sua forma hegemônica, militar e excludente se coloca totalmente contrário e esses ideais.

A ideia da construção de um reino divino na Terra pode soar utópica à primeira vista. Contudo, quando desdobrada em suas dimensões éticas, espirituais, educativas e existenciais, revela-se como uma proposta transformadora, não apenas possível, mas necessária. Esse paradigma, alternativo e inédito, clama por um novo contrato civilizatório baseado na harmonia, no cuidado, no reconhecimento da diversidade e no respeito aos limites do planeta que habitamos. Algo muito destacado na encíclica “Louvado Seja” do Papa Francisco.

Neste reino, o princípio organizador da vida não é a dominação, mas o diálogo. Um diálogo constante, profundo e aberto, em que nenhuma entidade, etnia, nação, homem ou mulher se sobreponha a outra. A hierarquia que estrutura o mundo moderno, baseada no poder, na acumulação e na exclusão, cede lugar a uma teia de relações simétricas, onde todos os seres têm valor intrínseco, independente de qualquer tipo de diferença. Não se trata de nivelar as diferenças, mas de compreendê-las como expressões da beleza, da complexidade e da co-existência de vida neste planeta.

O caráter educativo e cultural desse novo modo de viver é central. Ele exige a aprendizagem de uma ética do cuidado e da convivência, onde o saber não é instrumento de controle, mas de conexão, de aprendizagens, de trocas de experiências. A educação, um direito a todos, torna-se, assim, um caminho para cultivar a escuta, a empatia e a humildade, virtudes essenciais para quem habita a Terra, nossa Casa Comum com consciência, respeito e responsabilidade.

Esse paradigma também é ecológico em sua essência. Ele reconhece que o planeta é finito e limitado, e que o modo de vida que temos construído baseado na exploração infinita do patrimônio da natureza e na ilusão do crescimento sem fim, nos levou à beira do colapso da vida  humana e dos demais seres vivos que coabitam e nos relacionamos. Em contraste, o reino divino na Terra propõe uma vida compatível com os potenciais e os limites planetários e da espécie humana. Propõe um modo de viver que valoriza o suficiente, o cuidado com o outro, o tempo da natureza, os ciclos da vida, as bondades da natureza, o ser antes do ter, numa comunhão e partilha para que não haja fome e tão pouca miséria material.

Não se trata, portanto, de um retorno ao passado, mas de um salto ao futuro, com consciência emancipada. De uma nova convivência, em que a espiritualidade se expressa não como dogma ou imposição, mas como presença, como reverência à vida em todas as suas formas, tanto no mundo material quanto no mundo sensível. Um mundo onde o equilíbrio, a equidade, a cooperação,justiça e sustentabilidade não sejam apenas palavras, mas práticas cotidianas de um modo de viver.

A construção desse reino não virá por decreto nem será obra de um partido político, de país, de um governante. Será um processo coletivo de humanização da humanidade, um processo paciente e persistente, alimentado por gestos de amor, resistência e esperança. Um caminho em que cada passo dado na direção do cuidado, da solidariedade, da cooperação e da escuta ativa nos aproxima desse horizonte comum. Este é um chamamento do nosso tempo: sonhar com o inédito, com o que ainda não existe e trabalhar por ele com humildade, consciência, colaboração de todos, diversos e unidos numa causa determinante e necessária. 

Assim nascem as utopias, assim elas se concretizam. E nesse caminhar por uma Travessia molda-se se configura um possível reino de Deus na Terra, afinal foi por este fim que seu filho foi enviado para junto de nós, para que os seres humanos pudessem compreender a dimensão divina do viver.  E  compreender que estamos imersos neste pequeno, belo, e sagrado território de um reino repleto das manifestações de sua divindade. Com os pés no chão e o coração aberto independentemente de qualquer crença religiosa, política, ideológica, poderemos avançar nessa construção civilizatória. Afinal construções sociais, econômicas, políticas e culturais que agregam os seres humanos na sua interação harmônica como teia da vida parece ser algo urgente e necessário.

Trata-se, nessa dimensão, agregar a humanidade algo que temos na profundidade de nossa condição humana como seres colaborativos de nossa espécie e com toda a teia da vida que conosco coabitam esse planeta chamado Terra.

 

*Paulo Bassani é cientista social

 


sexta-feira, 6 de junho de 2025

 Série 

Água da fonte

Paulo Bassani

Simples assim*

 

Os problemas aparecem

As dificuldades inúmeras

Poucas saídas apontam

E as feridas acontecem.

 

A dor passa corrida

A decepção ensina

A negação alucina

A desilusão se instala.

 

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Os olhos brilham

Na boca o gosto doce

No olfato o cheiro da mata

E a voz alegra que grita.

 

A tristeza vai embora

Os sonhos reaparecem

O coração bate forte

E a vida acontece.

 

*Paulo Bassani


quinta-feira, 5 de junho de 2025

 

Homenagem ao dia Internacional do Meio Ambiente   

05 de junho de 2025

Paulo Bassani

Santo Antônio da Platina, Paraná
05/06/2025




Hoje natureza, amanhã também*


Se somos a natureza que pensa que imagina que cria  por isso também somos seres éticos, responsáveis, cuidadosos e zelosos com tudo e com todos os seres vivos que coabitam este planeta que chamado de Terra.

Por isso em nosso tempo de Emergência Climática e, de uma crise civilizacional, necessitamos pensar o ser, o ser humano com outros fundamentos, pois estamos destruindo a casa comum que moramos, e, nessa intensidade em alguns anos, não permitirá habitarmos nela. Além do mais devemos criar todos os esforços para acabar com as guerras e com a fome no mundo, pois temos todas as condições técnico-científicas para tanto. Isso é o que dizem os maiores cientistas que se debruçam sobre o assunto.

Nossa condição diante da vida depende, em grande medida, da forma como compreendemos a mesma, depende da maneira em que nos encontramos diante das condições materiais, depende do conjunto de relações sociais, depende de nossa relação com a natureza. Pois, somos seres simbólicos, seres relacionais, seres materiais e imateriais. A compreensão e discernimento num mundo atordoado como de hoje, torna-se fundamental, pois esses pressupostos cognoscíveis garantem a vida minimamente, agora cabe decolarmos rumo em outros fundamentos de nossa singularidade e essência humana.

Nosso é o dever de garantir o futuro e, que o futuro aconteça com toda sua plenitude. Temos o direito de viver o presente com zelo e qualidade, mas não comprometê-lo, essa é nossa responsabilidade ética. Temos pela frente um trabalho enorme um desafio teórico, metodológico, prático, político de edificar deste futuro, em exercitar pensamentos, formas, atitudes e práticas concretas que possam garantir esse formato que chamamos de sustentável, por ser dialógico, solidário, colaborativo, cuidadoso, justo e equilibrado.

Para tanto é fundamental, em nosso tempo, essa compreensão, unirmos a capacidade de pensar com a capacidade de fazer acontecer, em busca da superação das guerras, da miséria, da fome e da destruição da biodiversidade planetária. Isso implica numa compreensão profunda das origens e desdobramentos das mazelas sociais, econômicas e ambientais que estão articuladas em nossa sociedade. Tudo  para que possamos garantir as condições de habitabilidade de tudo e de todos os seres vivos, inclusive os humanos.

Não devemos nos contentar com o que existe, devemos buscar sempre melhorar o mundo ao nosso redor, de forma ética, equilibrada e com entendimento dos potenciais e dos limites de tudo que nos cerca, para que se torne um lugar melhor para viver a tudo e a todos que formam a grande teia da vida. Impedir os sonhos e as utopias significa bloquear o amanhã com a possibilidade de que seus desenhos se transformem nas condições desejáveis e objetivas de encantamento de mundo e que solicitam passagem.

Temos que entender que nesse diálogo civilizatório sobre a vida no planeta, não serão os animais, nem árvores que irão se reunir para dialogar, será nós, os seres humanos. Teremos que sentar frente a frente e num diálogo franco e tratarmos seriamente dos problemas que nos aflige.

 

*Paulo Bassani é cientista social

 


terça-feira, 3 de junho de 2025

  Série Água da Fonte A frieza humana*   Frio climático, frio do corpo, Frio da alma, frieza humana. Perante a opressão, a fome, a m...