HOMENAGENS
Domingo de Ramos
RAMOS DE VIDA*
Ramos em mãos nesse domingo,
mas que sejam de cada dia de nosso cotidiano.
Não ramos apenas de celebração,
mas de compromisso, de entrega,
ramos que não secam com o tempo,
Mas que na lembrança despertam.
São ramos de oliveira,
sinais de paz, de reconciliação antiga
entre o humano e o divino,
entre humanos com humanos.
Entre os humanos e a natureza
verdes de esperança,
Lançam a possibilidade de um mundo novo.
Ramos que acompanham a jornada
do Cristo peregrino e contestador,
que entra montado no humilde,
e denuncia os palácios e os templos corrompidos.
Ramos que aclamam,
mas também interpelam,
Por justiça e por amor.
Um ramo representa um chamado,
a ser semente de justiça,
raiz de solidariedade, compaixão,
Deixar que o vento dos ramos
varra o pó da indiferença,
e toque os corações endurecidos
pela guerra, pela vaidade, pela exclusão.
Que os ramos deste tempo sagrado
não sejam apenas memória litúrgica,
mas algo concreto e real
alimentar os famintos,
ouvir os esquecidos,
curar a terra ferida.
Esse sempre foi seu desejo
que o reino não fosse só promessa,
mas presença de paz, amor
Mesa partilhada, alegria do viver,
aliança e respeito com tudo o que vive.
Talvez seja esse o sentido maior,
Ramos nas mãos, mudança nas atitudes,
para que o reino de Deus
não seja espera, mas construção.
E como seres conscientes e esperançosos,
Digamos: “Venha a nós o vosso reino”
Hoje e sempre.
*Paulo Bassani
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