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                               Santo Antônio da Platina, Paraná

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10/03/2025

Paulo Bassani

Os oceanos, nossa dependência e desafios*

Os oceanos e mares ocupam cerca de dois terços de todo o planeta Terra. As águas salgadas representam 97% de todas, sendo apenas 3 % de águas doces. Nesta metade da década de 20 do século XXI temos enormes desafios pela frente diante da Emergência Climática em curso. Compreendemos a partir de dados, pesquisas realizadas por universidades, pelo IPCC, e por inúmeros órgãos de pesquisa que os Oceanos determinam de forma significativa o clima planetário. São os grandes termômetros climáticos e equilibradores climáticos.

Há um processo em curso da sociedade moderna capitalista e de consumo, uma ação descabida de que os oceanos são as grandes caixas receptoras de todo tipo de poluição, contaminação. São plásticos e todos os tipos de resíduos que chegam pelos rios, pelas praias nas costas habitadas por grandes cidades, e pela extração do petróleo e suas águas associado aos vazamentos e acidentes dos petroleiros.

O ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (2020-30) no seu item 14 indica a necessidade de preservar os mares e oceanos. Segundo o IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, entre 1992 a 2022, houve em média, a elevação de 9 cm  dos oceanos. Assim com a continuidade do degelo dos pólos norte-sul, dos glaciares, das montanhas, a tendência será de elevação constante nas próximas décadas. Associados a isso temos o aquecimento das águas oceânicas e sua oxidação, essas tem causado tufões, enchentes e estiagens determinadas por fenômenos que os climatologistas chamam de El Ninho, La Ninha, entre outros.

Manter os ecossistemas num equilíbrio sustentável possibilitará e equilíbrio entre a quantidade de águas e sua qualidade que chegam aos mares. Para tanto teremos pela frente desafios de acompanhar e lutar para serem aplicados, respeitados os acordos efetivos e definitivos realizados e outros a se confirmarem, pelos países e povos. Entre os quais:

a)   O Tratado do Alto-Mar: Tratado do Alto-Mar, foi assinado por mais de 100 países.  Um acordo que estabelece regras e proteções para os oceanos. Lembrando que o alto mar, as águas internacionais, é administradas pela ONU.

b)   O controle da pesca predatória: A OMC (Organização Mundial do Comércio) tenta eliminar subsídios que alimentam a pesca ilegal. Além da caça e matança de animais marinhos protegidos com as baleias.

c)     O tratado global sobre plásticos sais do papel: Os oceanos recebem cerca de 10 milhões de toneladas de plástico por ano. Através dos rios e do lixo das praias e litorais urbanos. Lembrando que apenas 9% do plástico produzido mundialmente é reciclado.

d)   A extração de combustíveis fósseis nos oceanos: No momento em que se debate a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, e a política norte americana atual que irá estimulara perfuração de novos poços no golfo do México e outros mares.  Torna-se necessário uma mobilização para garantir que a COP 30 em Belém do Pará, não se torne um encontro dominado pelos interesses das multinacionais do setor petroleiro.

e)    A preservação da barreira de corais: A barreira de corais da Austrália maior delas, e todas as outras barreiras de corais espalhadas pelos oceanos suportam uma grande biodiversidade de espécies e de microorganismos fundamentais para a absorção do gás carbônico além de grande potencial eco turístico. Hoje se encontra comprometida pela poluição e demais impactos humanos levando a embranquecimento e morte desses organismos.

f)     COP30: o oceano compreensão definitiva de sua importância: Um desafio para o Brasil e para o mundo tratar na COP30 essa questão deforma emergente, séria e decisiva. Pois nos oceanos e mares ainda há uma grande esperança de recuperação e deles se voltarem mais uma vez a cumprirem sua função de termômetro e de equilíbrio climática para todos nós.

Os desafios estão postos a mesa dos diálogos e das negociações garantir a ratificação de tratados torna-se premente para os avanços no controle climático e para a sustentabilidade planetária..

 

*Paulo Bassani é cientista social