Série
Poemas Contemporâneos
As vertentes que carreguei*
Calo-me ante a
insensatez
Meu silêncio é meu
ato de rebeldia
É minha resposta a
tamanha ausência de lucidez
Da cruel indiferença
diante da vida.
Calo-me diante das
guerras
Das pessoas, lugares
e natureza destruídos,
Dos homens, mulheres
e crianças
Que se apagam nas
chamas de explosivos.
Meu silêncio me
angustia
Assistindo sucumbir inocentes
pessoas
E a disputa pelo
poder sem limites
Propagando armas,
violência e morte.
Mesmo na escuridão
caminho
São passos lentos,
não há como parar
Neles minhas lágrimas
extravasam
Pelo choro incontido.
A incerteza me
acompanha
Minhas dúvidas me
alucinam
Meu olhar incerto
nublado
Numa tempestade alucinante.
Ao conter tais
impulsos
Que neste tempo
sombrio acompanhei
As alegrias que
estavam na memória
Agora distantes
estão.
Plantei pelo caminho
esperanças
De uma visão cordial de mundo
Onde um coração
sensível despertou
Minha condição
existencial.
Diante dos caminhos percorridos
Há talvez algum que possa despercebido
Ter passado sem entender seu sentido,
Significado pois me encontrava distraído.
Assim os números não
completei
Com teorias me
empolguei
Com a vida carreguei
As vertentes que
acreditei.
*Paulo Bassani
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