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domingo, 22 de setembro de 2024

 Série

Nosso tempo

Paulo Bassani


O sofrimento da biodiversidade*

As imagens das queimadas que nos chegam
Da Mata Atlântica, da Floresta Amazônica, do Cerrado, do Pantanal e da Caatinga,
Imagens tristes do sofrimento da biodiversidade,
Não consigo conter a emoção.

O sofrimento e a morte dos animais,
Os pais ao verem seus filhotes queimarem,
Pássaros, mamíferos, animais rasteiros,
Não há como fugir, não há para onde ir,
Seu habitat totalmente destruído.

Quanta vida, quantas espécies desaparecendo,
Quanto sofrimento!

Na flora, árvores de todos os tamanhos,
Dos pequenos brotos às grandes espécies,
De todas as tonalidades, todos os tons de verde,
E tudo vivo, em tudo havia vida.
Agora, esqueletos de carvão.

As águas das nascentes que secam,
Os rios que não correm mais,
A vida dos animais aquáticos em risco,
E a temperatura aumentando.
Tudo fazia parte de nossa teia de vida,
Tudo nos fornecia vida.

De homo sapiens, nos tornamos demens,
Nos especializamos na destruição, na morte.
Hoje, sinto-me envergonhado por pertencer
A essa espécie autodestrutiva,
Demente e ignorante,
Que aprendeu ainda mais a destruir a biodiversidade
Com a modernidade e suas necessidades
De progresso, de expansão, de desenvolvimento.

Que forma de ser em um mundo em destruição,
Que forma de estar, aceitando ou indiferente
A um planeta em chamas!
Se fossem bancos ou grandes multinacionais,
Tudo fariam para salvar.
Mas trata-se da natureza,
De nossa ignorância, nossa incompreensão.

Resta-nos banhar nossa mente
Com a água pura que ainda resta,
Para nos livrarmos dessa fuligem cerebral,
E quem sabe, sermos novamente sapiens.

*Paulo Bassani

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