TESTE POP
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
terça-feira, 27 de agosto de 2024
Série
Poemas Contemporâneos
Paulo Bassani
Há momentos em que falamos,
E outros em que escrevemos,
Há vezes em que fazemos ambas.
Mas agora, escolho um tempo.
Para ler, ouvir, refletir,
E, em silêncio, encontrar a lucidez,
Para não sucumbir.
Neste silêncio contemplativo,
Observo, analiso.
Preparo, assim, a mente,
Para que, quando a fala e a escrita retornarem,
Elas carreguem consigo
A profundidade e o sentido
Tão necessários ao nosso tempo.
*Paulo Bassani
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Série
Poemas Contemporâneos
Paulo Bassani
O tempo e as marcas*
Passou ontem, hoje
E o amanhã passará
Tudo tão rápido,
Tão efêmero.
Não consigo reter
Nem sequer as horas
Que dirá os dias.
Passado, presente, futuro
Acontece tudo em poucos instantes
Em minha mente perpassam,
Impactam e transformam meu corpo,
Com alguns traços característicos
E inevitáveis marcas nesta trajetória
Cabelos brancos
E certa lentidão nos gestos.
Ah ! Senhor tempo quantas marcas ainda farás
Chegas sem anunciar
Sem minha concessão, sem minha permissão
Sem meu preparo para carregá-las.
Parte de mim as nega, ou parte também.
Senhor tempo!
Quantas marcas fizeste em meu corpo!
Delas carrego abnegadamente todas
Afinal elas me identificam,
Elas hoje me singularizam.
Elas traduzem um pouco de quem sou,
E muito do que estou.
Senhor tempo!
Nem tudo é tristeza que trazes
Carregas a possibilidade
Da sabedoria do viver,
Da alma sensível,
Sonhar novos sonhos.
Estas belas característica
Espero que fiquem associadas
A este ser por muitos anos.
Mas não há o que fazer...
Marcas pelo corpo, experiências da vida
Esta é a condição do viver
Num tempo que tudo transforma
E não há como reter
Apenas tentar viver.
*Paulo Bassani
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Artigo
Folha de Londrina
Espaço Aberto, pág. 02
Dia 21/08/2024
Londrina- Paraná
Paulo Bassani *
Arthur Barbosa Bassani **
A racionalidade moderna na condição humana*
Os seres humanos, como espécie, possuem uma história relativamente curta de aproximadamente 250 mil anos, uma fração insignificante em relação à história da vida na Terra e ainda mais ínfima diante da vastidão temporal do universo. No entanto, apesar de nossa compreensão limitada sobre nossa própria finitude, os últimos 300 anos testemunharam uma mudança radical na maneira como entendemos o mundo e nosso papel nele. Esse período foi marcado pela consolidação do paradigma da racionalidade moderna capitalista, que se tornou a força governante da vida e estabeleceu uma lógica dominante que se impôs a todas as formas de vida no planeta.
Essa racionalidade, caracterizada pelo desejo de domínio e poder sobre a natureza e sobre outros seres humanos, contradiz profundamente a condição humana. Trata-se de uma racionalidade econômica que busca reduzir a vida a uma série de práticas pragmáticas condicionadas pela capacidade de produção dentro do sistema capitalista. Esta lógica predomina no logos humano, separando-se das condições existenciais e vitais do ser humano, uma herança do cartesianismo, que se constituiu como um momento fundacional dessa compreensão e modelo. A lógica central do capitalismo é frequentemente confundida com nossa leitura, interpretação e visão de mundo, apesar de suas intensidades diferenciadas.
Neste ensaio, buscamos levantar as diferenças fundamentais entre a ontologia do capital e a ontologia da vida. São ontologias diametralmente opostas: a ontologia do capital se baseia na objetivação, quantificação e acumulação, uma racionalidade fria e calculista, enquanto a ontologia da vida se fundamenta na diversidade que nos forma, na sensibilidade, empatia e respeito.
Para ilustrar de forma simplificada, assim como o capitalismo cooptou a modernidade, o mercado cooptou a democracia. A modernidade, enquanto projeto de mundo, originalmente se baseava nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Contudo, o capitalismo transformou esses ideais em algo completamente diferente: a liberdade tornou-se privilégio dos burgueses ricos, a igualdade se manifestou nas leis de domínio e subjugação (exploração, subordinação, expropriação), e a fraternidade foi reduzida a uma assistência social esporádica, um alívio de consciência. Essa ilusão de pregar liberdade e igualdade através do trabalho, produção e consumo é uma propaganda ideológica do capital que se expande continuamente, modificando-se pela produção e especulação financeira. A ideia prevalente é que apenas através do crescimento econômico se alcançarão as liberdades, igualdades e fraternidades prometidas. Entretanto, isso permanece uma expectativa incompleta, muito distante de ser efetivada.
O liberalismo econômico, que atualmente domina a economia, gera lucros em condições de monopólios, onde a concorrência é em grande parte ilusória devido a acordos entre as grandes fortunas para determinar valores, normas e crenças morais. Essa concorrência sem concorrência é uma manobra de poder legitimada pelo estado democrático liberal, que permite e sustenta essa forma de organização. Exemplos disso incluem políticas como o salário mínimo, enquanto não há um teto salarial ou taxação de grandes fortunas, e os impostos diretos e indiretos recaem mais pesadamente sobre os trabalhadores. O estado não intervém para limitar os ganhos, mas sim para garantir essa cultura econômica. O estado, no geral, sustenta uma anti-democracia social, ambiental e econômica, não promovendo uma reforma tributária profunda, não limitando os ganhos dos bancos, nem estabelecendo controle social sobre o capital especulativo. É crucial compreender que o salário não é renda, mas uma compensação para manter-se vivo e pagar pelos bens necessários à sobrevivência.
Na democracia representativa, o voto deveria colocar no poder alguém que nos representasse, mas, na prática, o mercado utiliza o dinheiro para compra de votos e manutenção do poder sob controle. Os poderes eleitorais compram votos, fortalecendo o submundo do crime e perpetuando a falsa crença de que os pobres não têm vocação para o comando ou para lidar com a política. As mídias tradicionais e, atualmente, as mídias digitais são os principais vetores desse processo.
*Paulo Bassani é cientista social
** Arthur Barbosa Bassani é agrônomo
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
Série
Poemas Contemporâneos
Paulo Bassani
Uma viagem chamada vida*
Viver é uma viagem !
Não importa se chegaremos ao destino
O que procuramos e propomos para a vida,
É viver a cada minuto de forma plena
E a plenitude você pode defini-la
Diante de seu esforço para torná-la plena.
O que importa sempre tentar
Por isso a vida é uma tentativa permanente
Mesmo com todas as dificuldades
E as limitações existentes.
Lembrando que somos
E sempre seremos seres incompletos,
Difícil esse reconhecimento, mas é um fato.
Se segundo Lacan somos seres desejantes
E a beleza da vida esta no movimento,
Na jornada e não na chegada.
Há transformações continuas e permanentes
Uma busca a cada instante
Que deixa seu traçado, sua marca
Em parte depende do lugar
Onde vivemos na sociedade
E, em parte, depende de nós mesmo.
Por isso pensar e sentir
Refletir e agir, ser e
estar
Partir e chegar, querer e desejar.
Da intenção a
efetivação
Todos são dilemas dialéticos
Às vezes contraditórios
Mas sempre
complementares
Na formatação de uma vida
Dessa vida, de nossa vida.
*Paulo Bassani
terça-feira, 13 de agosto de 2024
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
Artigo
Publicado em 09/08/2024
Santo Antônio da Platina- PR
Paulo Bassani*
Alcances teóricos*
A limitação da
compreensão humana está frequentemente relacionada ao alcance da leitura e da
capacidade crítica de cada indivíduo. Aqueles com menor exposição à leitura e
reflexão crítica tendem a tomar os limites de sua experiência direta, alcance
de sua visão ou de sua sobra, como os limites do entendimento humano do mundo.
Como lembrava Albert Einstein “Tudo aquilo que homem ignora, não existe para
ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber.” E nessa
situação que se resume a ignorância no sentido de não conhecer, ignorar.
No entanto, podemos
expandir essa compreensão à medida que lemos, estudamos, pesquisamos e
refletimos. Esse processo possibilita uma ampliação das capacidades cognitivas
para entender, questionar e explicar os fenômenos que aparentam serem
familiares, cognoscíveis, de fácil leitura e entendimento. Embora seja improvável
alcançar uma compreensão plena de qualquer fenômeno, dada a natureza dinâmica,
sempre em movimento com deslocamentos imprevisíveis e em constante
transformação do mundo, essa busca pelo conhecimento é incessante.
O conhecimento humano
é caracterizado por sua incompletude e sua natureza qualitativa e renovável,
não se limitando apenas a um aumento quantitativo. Assim como escavar um buraco
em areia movediça, sempre haverá mais a ser descoberto, e provavelmente nunca
alcançaremos o fim dessa escavação. Esse contínuo processo de descoberta será
sempre uma tarefa para novos pesquisadores, que se apoiarão nas conquistas
anteriores para avançar ainda mais. A jornada do conhecimento é interminável,
estendendo-se além dos limites de nosso planeta em direção à expansão infinita
do espaço.
Karl Popper expressou
essa ideia ao afirmar que "a ciência sempre será uma busca, jamais uma
descoberta. É uma viagem, nunca uma chegada". Os avanços científicos
ocorrem continuamente, mas sua aceitação e consolidação são temporárias,
baseadas na consistência observada até o momento, até a chegada de uma
refutação que a colocará em cheque o entendimento anterior. A busca pelo
conhecimento é infinita, e gerações de pesquisadores continuarão a se deparar
com esse desafio.
Boa Ventura de Sousa Santos estabelece reflexões acerca das mudanças que
estão ocorrendo nas ciências em geral e particularmente nas ciências humanas
afirma “Esta nova visão do mundo e da vida reconduz-se a duas
distinções fundamentais, entre conhecimento científico e conhecimento de senso
comum, por um lado, e entre natureza e pessoa humana, por outro.” Ao tratar das explicações paradigmáticas
que emergiram da modernidade reitera o autor “O paradigma a emergir dela não
pode ser apenas um paradigma científico o paradigma de um conhecimento
prudente, tem de ser também um paradigma social o paradigma de uma vida
decente.” Afinal esta é uma concordância de um senso humano critico e
consequente, ou seja, a ciência, mesmo em sua fragilidade temporária ela
necessita agregar, construir caminhos para uma vida melhor.
Muitos, ao longo da
história cientifica, tentaram estabelecer explicações únicas, absolutas e
definitivas para tudo, mas o tempo revelou a fragilidade dessas tentativas,
mostrando a alternância e renovação constantes do conhecimento científico. Esta
parece ser uma sina de quem pesquisa: não apenas aceitar o movimento, mas as
incertezas que carregam e comumente nos proporcionam entendimentos incompletos,
parciais. Mas essa parece ser a singularidade fenomenológica de tudo que se
analisa. Carregam uma angustia da incerteza, rodeados pelas convicções e
tentativas explicadas construídas até aquele momento.
Há sempre algo para
conhecer, não detemos todo o conhecimento que se encontra escondido logo
adiante. A jornada em busca do saber é, portanto uma jornada marcada pela
consciência de que no dia seguinte teremos que recomeçar.
*Paulo Bassani é cientista social
** Gabriel Barbosa Bassani é geógrafo
terça-feira, 6 de agosto de 2024
Serie
Reflexão Ambientais
Paulo BassaniO que me encanta*
O que me encanta
É o sol do amanhecer
O que me encanta
É o ar puro.
O que me encanta
É a chuva leve.
O que me encanta
É a água límpida.
O que me encanta
São os pássaros cantando.
O que me encanta
É o verde da relva.
O que me encanta
É a leveza da alma
Que observar, estar e sentir
A natureza propicia...
*Paulo Bassani
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
Série
Poemas Contemporâneos
Força e fragilidade*
Minha fragilidade repousa
Nas profundezas da alma,
Oculta sob o manto da hipocrisia moderna,
Sob esse manto consigo retê-la.
Minha força floresce
No cerne do pensamento,
Portador de uma história,
De uma reflexão constante
De uma batalha contínua
Pela essência do espírito humano
Pela procura humana profunda.
No qual as forças desviantes
Da pior versão da modernidade tentam moldar,
Ajustando sua forma de pensar, existir e viver
Mas minha força resiste, persiste
No horizonte do hoje e do amanhã
Mais e mais uma vez.
*Paulo Bassani
Ensaio Santo Antônio da Platina, Paraná 18/06/2025 ...

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