Série
Poemas Contemporâneos
Lembrança das chuvas da Infância
Quando a chuva chegar
Quero molhar meu corpo
Como molhava quando criança
Ao voltar da escola,
Do colégio de minha infância,
Das irmãs pastorinhas.
Não era um longo trajeto
Mas era único, especial.
Com a capa plástica,
E botas vulcabrás
Com os livros num braço
E um bastão no outro.
Com ele sempre a espreita
Para romper as barreiras,
E com as botas fazer outras
Das águas correntes pela rua.
Numa chuva intensa formando
Pequenos córregos urbanos.
Lembro do cheiro da chuva no solo
O despertar da terra molhada
Da aventura de criança
Ao imaginar esse tempo
Ao viver esse tempo.
O retorno para casa
Longo se tornava pelas paradas
De uma chuva contínua, intensa.
Mas nada amedrontava
Era pura aventura
Cheio de sonhos que resumiam
Aquele trajeto entre a escola e a casa.
Nele tudo estava presente
A alegria de ser criança,
Observar a natureza sob a chuva
Brincar na chuva, com a chuva
Tornar aquele percurso num tempo único,
Talvez um presente da natureza
Indicando as passadas futuras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário