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quinta-feira, 17 de agosto de 2023


                                                    Folha de Londrina

                                           Espaço Aberto

17/08/2023 - Londrina/PR

https://www.folhadelondrina.com.br/opiniao/opiniao-do-leitor-a-compreensao-de-uma-ignorancia-3238295e.html?d=1


A compreensão de uma ignorância*

 

A pior ignorância não é a de não ter conhecimento, e sim aquele que se recusa a ter conhecimento, abrir-se para poder apreender algo novo sempre. Pois conhecimento não ocupa espaço, nenhum conhecimento é em vão, é inútil. Cabe saber o que fazer com esse conhecimento, em que ele agrega para sua experiência humana. Como essa incorporação com os elementos que compõem novos entendimentos possam ajudar a melhorar a vida concreta sua e das pessoas em geral.  Seu entorno de relações podem não ser quantitativos elevados, no entanto se expressam pela qualidade das relações.

 Todo saber desenvolve nosso cérebro que possui muitas capacidades, tem muito que absorver, em apreender, as formas que nos separam de outros seres vivos é justamente o apreender sempre, imaginando algo que possam ajustar-se as idéias e os hábitos. E nesse ajuste constante vamos penetrando em nosso ser, condicionando um melhor estar nesse mundo. Esse universo infinito de compreensão que impregnados pela conexão com o mundo e pelo mundo encontramos a alma profunda, assim como essa busca perseguida por João da Cruz em sua “noite escura da alma” onde a espiritualidade, a meditação, a reflexão lhe traz a paz, o encontro consigo mesmo e com os sentidos mais profundos. Onde se acende um raio iluminador, com o qual podemos ver entender os focos da vida, o foco nela encoberta, onde sombreados escurece obstruem a visão, a marcha.  Esse crescimento que se encontra numa busca profunda, em encontro de uma unidade que somos diante de tanta diversidade existente.

Tudo o que estudo, pesquiso, apreende um dia virá à tona para poder melhorar minhas práticas, minhas ações. Pois é esta a idéia conhecer para sermos mais e melhores no que fazemos, onde atuamos, onde nos relacionamos com as pessoas que dividem um determinado território: família, trabalho amigos, escola, espaço público, lazer, cultura. 

Às vezes necessito parar para ler mais profundamente, para pensar profundamente. Para tanto isso exige retirada, isolamento, silêncio, concentração. Dizia Milton Santos o conhecimento se origina do tumulto, porém se formaliza no silêncio. Esse ir e vir, estar com e isolar-se, compreende uma forma elementar de construção de um pensamento e atitude critica diante da realidade. Essa atitude necessária, nem sempre compreendida, porém urgente, num tempo de vidas fragmentadas, diluídas pelo pragmatismo exagerado, orientado, influenciado pelas redes sociais, que tende a tudo influenciar a tudo e a todos conduzir.

 Mas esse é o maravilhoso universo que a vida nos desafia nos ensina, e no trajeto nos tornar seres humanos mais sensíveis, responsáveis, cuidadosos.

*Paulo Bassani é cientista social e prof. universitário

 

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