28 de abril

Minha homenagem - Dia Internacional da Educação

Imagino que estamos prestes a vivenciar um tempo onde possamos sentar numa grande mesa redonda, se possível, olho no olho, frente a frente para que todos possam participar ver, ouvir e se manifestar. Nessa perspectiva de recuperar e reaprender a pensar, a dialogar, numa revolução cultural educativa e conscientizadora. Para suscitar isso, serão necessárias mentes abertas, lúcidas, e muita coragem, construindo um entendimento, uma visão de mundo global e local a curto, médio e longo prazo. E neste roteiro atentar-se para os direitos humanos, sociais e ambientais. Ai estaria a forma democrática plena de ser, com alta intensidade de participação solidária, direitos e deveres.

*Paulo Bassani é Cientista Social, Escritor, Palestrante e Prof. Universitário

 

Um olhar para o amanhã*

Outros saberes, outras experiências estão aí, apenas precisamos descobri-las, o que é possível depreender é de que até o presente não tiveram espaço para crescer, para se demonstrar, ter visibilidade. E existe outros tantos saberes, experiências que ainda não são visíveis, se encontram em fase embrionária, outros que ainda não nasceram, mas se cultivarmos um chão fértil poderão nascer, emergir e demonstrar toda sua força, suas possibilidades, suas cores, seus encantamentos, seus brilhos.

*Paulo Bassani cientista social, escritor e prof. universitário

 

As incertezas*

Às vezes a vida 

Coloca-nos diante de decisões

Algumas muito difíceis

Outras piores. 

Ir em direção ao mundo

Ficar e continuar tentando.

Quando emoções tomam conta

A razão se perde.

Quando a razão é maior

Não há emoção que tenha espaço

Razão e emoção julgam o presente

Mas não conseguem falar do futuro.

Nem a certeza 

Nem a vontade de acertar 

Conduz-nos a caminhos seguros

Sempre teremos riscos, dúvidas, incertezas.

O passado volta à tona

O presente está

O andar fixa-se

E o futuro não emerge.

*Paulo Bassani é cientista social, escritor e prof. universitário

Homenagem a ONG E-LETRO pelos seus 15 anos

 

 

22 de abril - GAIA

Hoje mais do que nunca precisamos educar e preparar sujeitos comprometidos com a vida, com a humanidade e com a natureza. Porque além de desenvolvimento, prosperidade e qualidade de vida, é necessário, hoje, um Projeto Civilizatório: que saiba prevenir os erros econômicos, sociais, políticas, ambientais e culturais, para possibilitar a vida local-regional e planetária com qualidade.

Prof. Paulo Bassani

 

19 de abril

Dia dos POVOS INDÍGENAS

Meu respeito e minha admiração pela sua luta, pela sua cultura

e por tudo o que representam

 

    Idas e voltas*

A chuva volte a molhar,

Os rios voltem a correr

A tristeza distancia-se

A alegria volte à face.

 

A chuva vem

Lava a poeira

Seca a tristeza

Ilumina a poesia.

 

A chuva cai

Irriga as mentes

Esclarece o pensamento

Anima o viver.

 

A chuva prossegue

Abafa o calor,

Purifica o ar

Floresce o verde.

A chuva acaba

Deixa sua marca

Limpa e lúcida

Transparente e sincera.

 

*Paulo Bassani é cientista social, poeta, escritor e prof. universitário

 

Poesia que nos envolve*

 

Há poesia quando o sol não brilha?

Há poesia quando o alvorecer não chega?

Há poesia quando não há encantamento?

Há poesia quando não há brilho nos olhos?

Há poesia quando a alma se cala?

Penso que não!

 

A poesia é algo profundo

Que é gerada no brilho, na luz

No encantamento, nos sonhos,

Na alma ardente.

Do imaterial que nos caracteriza

Do invisível que existe

Do insolúvel não verificado

Daquilo que cerca a imaginação

Do contentamento do corpo

Dos prazeres que nos envolve

Nas manhãs que se escondem.

 

Hoje a expressão é triste,

O canto é abafado,

As cores desaparecem,

As luzes se apagam

Os sonhos falecem,

Sempre na espreita

De um novo amanhã,

Onde  tudo renasce.

E ele virá para que

A poesia possa reviver imperar

Reger nosso caminho

E encantar nosso vagar.

 

*Paulo Bassani é sociólogo, escritor e prof. Universitário

 

                                  Santo Antônio da Platina - PR, 13/04/2023 - Artigo

                         https://www.portaltanosite.com/noticia/95461/por-onde-ir

Por onde ir*

 Como dizia o poeta português José Silva “Não sei por onde vou. Mas sei que não vou por aí” Este parece ser um pensamento atual, significativo, pois a cada ano em nossa vida vamos compreendendo  mais e mais os descaminhos tomados pela humanidade, e os desencontros que hoje se apresentam. Há muito pensadores, intelectuais, cientistas que se debateram sobre essa questão: sobre as falhas civilizatórias! Apenas para citar alguns clássicos, entre o quais, Marx, Nietzsche, Heidegger, Sartre, Zigmund Bauman, Leonado Boff, Boa Ventura de Sousa Santos.

Trata-se por falhas o entendimento que necessitamos fechar portas por onde entra a violência, a estupidez, a morte, a guerra, a fome, o desemprego, a destruição ambiental, entre outras. Vivemos tempos difíceis para os sonhos, para as utopias, pois a brutalidade em voga tem bloqueado as boas perspectivas. As constantes reformas do sistema hegemônico com uso de novas terminologias encaminhamentos como inovação, empreendedorismo, sustentabilidade adjetiva, teologia da prosperidade, governança, são formas que estabelecem prolongamentos que impedem sonhos-utopias críticas. Juntando-se aos pessimistas, os conservadores, os reacionários todos estabelecem bloqueios, engessam em seus tempos, seus espaços, suas instituições, suas crenças, seu moralismo, seus interesses.

Todos fecham as porta para o amanhã, pois entendem este, apenas como um prolongamento do que existe aperfeiçoado. Mantêm abertas as mesmas portas, para os mesmos percursos, para os mesmos passarem, sendo que muitos outros ficarão retidos, assim é a história para eles. 

 Não pensamos dessa forma, tratamos de abrir portas para os sonhos-utopias alternativas, pois há um amanhã a ser construido. Estes somente acontecem com pessoas sensíveis, abertas, solidárias para com a vida e a natureza. Trata-se de pessoas que a creditam em democracias de alto teor, em trilhar passos sustentáveis substantivos já percorridos e, outros tantos, ainda a descobrir.  O que se coloca, neste teor, diz respeito às utopias libertadoras e emancipatórias ao mesmo tempo e, não simplesmente reproduzir idéias econômicas e sociais conservadoras, que simplesmente radicalizam o presente como se referia Boa Ventura de Souza Santos.  O Autor comenta que “uma via nova não é fácil, porque às vezes temos de encontrar o que é semelhante, e o semelhante é um ponto de partida, não de chegada” (P.54, Renovar a teoria...) O que é semelhante na trajetória humana tem demonstrado potencial organizador, articulador de princípios e fundamentos de equilíbrio, equidade, sensatez. Sobre essas bases podemos assentar uma civilização, um novo ponto de partida que todos nós conhecemos de uma forma ou de outra, mas que devido aos processos violentos na dimensão objetiva e subjetiva não possibilitou, até o momento, a humanidade reconhecer ser por aí um trilhar possível.

Vivemos um momento de aprendizagens, de exercícios de ideais libertadores em todas as dimensões. Preparar através do estudo, do ensino do pensar sobre que portas são possíveis ao amanhã ser percorrido com um nível de segurança, prudência, decência e solidariedade.  “É preciso conversar muito mais, dialogar muito mais, buscar outra metodologia de saber, de ensinar, de apreender” (BSS, p.57 Renovar a teoria...) Buscar nos diálogos, trocar ideias e experiências é algo que devemos ir à busca. Sem esquecer que os cientistas sociais tem se preocupado em decifrar as leituras e experiências do passado poucos tem se dedicado a pensar e decifrar o futuro. É necessário ingressarmos nessa fase preparatória para que possamos fertilizar na criatividade e no exercício das utopias críticas identificarmos sinais, pistas por onde passamos trilhar, sem as certezas do passado, mas com angustia conhecedora do futuro.

O que esta em debate é a garantia da continuidade da vida neste planeta em condições minimamente aceitáveis no ponto de vista das relações humanas, de maneira geral e, no ponto de vista da natureza no qual necessitamos. Não parece ser impossível pensar um novo mundo, pois temos essa condição que sempre nos acompanhou desde os primórdios da humanidade, em alguns momentos ela tem se manifestado de forma isolada, em outros tem se resignado diante de tanta insensatez. Mas as oportunidades continuam a existir em nossa frente.

*Paulo Bassani é cientista social, escritor e prof. universitário

 

                              Fórum Desenvolve Londrina

FDL

A reunião aconteceu na ACIL para ouvir o gov. de Minas Gerais Romeu Zema

13/04/2023

 

Diálogo com as sombras*

 

Ao lançar um olhar mais profundo

Sobre nossa condição humana,

Às vezes o pensar e a escrita

Seguem caminhos de desencantamento.

Tudo o quanto percebo ao redor,

Apresenta-se de forma contraditória, escura.

 

Diante de tanta informação, distorção,

Há que se apurar a observação,

O discernimento e o espírito crítico.

Para o intelectual comprometido

Com democracia de alto teor,

Há um árduo trabalho para entender

O quadro, fazer análises.

 

Ampliar os diálogos com as populações,

Perceber nas frestas

Que se abrem e que se fecham,

E delas atentar para possíveis sinais.

Através de ferramentas investigativas,

Tentar construir outras possibilidades

Que permitam um maior alcance.

Para entender a emergência do novo.

 

Entende-se que o novo,

Desta resultante,

Há fortes traços diferenciados ao que está posto,

Não simples aperfeiçoamento,

Mas produtos de novas realidades.

E no olhar das lentes científicas do tempo

Descubro nas sombras

Que há uma veia de esperança

E nesta busco fundamentar-me.

 

*Paulo Bassani é cientista social, escritor e prof. universitário

 

                                           Publicação terça-feira 04/04/2023

                                   Folha de Londrina - Opinião do leitor 

                                                      Londrina - Paraná

A verde travessia pascal*

 

Nesta semana vivemos uma travessia

Uma passagem que se repete a cada ano,

Estamos atentos ao trajeto dessa passagem

O personagem central é

O cristo o filho de Deus vivo entre nós.

Ao se transformar em ser humano

Nessa transfiguração sofre a ação humana.

 

Nesta travessia ele nos inspira

Ensina-nos a compaixão

E nos alerta o momento crítico e delicado

Do quanto nos afastamos da natureza.

 

Talvez seja um tempo final

De compreensão e de mudança

Nessa travessia pascal espiritual.

De uma travessia verde,

Com água pura, com chuvas equilibradas

Com terras cultivadas e árvores de pé.

Com pássaros contando,

Com vento soprando,

Com a temperatura equilibrada.

Com os mares limpos

Com os animais ao nosso lado,

Com o ar puro e o cheiro da mata

No encontro desse equilíbrio

E convívio harmônico com a natureza.

 

Imaginamos Deus pai, filho e espírito santo

Sentados a sombra de uma grande árvore,

E como convidado São Francisco

A nos ensinarem os mandamentos

Da vivência com a natureza.

Das condições humanas de conviver

Neste pequeno planeta

Nesta Casa Comum.

 

E todos nós sentados nessa

Grande mesa a sombra da

Árvore da vida, do conhecimento,

Da sabedoria e da sensibilidade,

Ouvindo e apreendendo as mensagens

De vida, de renascimento.

Assim completamos a travessia Pascal

Verdes e rejuvenescidos

Do espírito da sustentabilidade necessária,

Para a habitabilidade planetária.

 

*Paulo Bassani é cientista social, escritor e prof. universitário