Remar é preciso*
Com quantas águas se faz um João!
Não um João qualquer, um João das Águas.
Que conhecia todas as águas,
Doces e salgadas,
Límpidas e contaminadas.
Águas de rios,
Águas de lagos,
Águas de mares.
Remando percorreu corredeiras,
Percorreu córregos,
Até então desconhecidos.
Percorreu pelas águas
Denunciando a contaminação
Pela estupidez humana,
Lixo e todo tipo de poluição
Visível e invisível.
E chorava com suas lágrimas
Como querendo despoluir
Para que voltassem ao seu estado de origem.
Quantas águas percorridas
Com barcos, canoas, caiaques
E com seu barco fruto de sua criatividade.
Quantas noites, quantos serenos
E quantas luas e estrelas entre
As remadas e os sonhos.
Hoje não há mais João por essas águas,
Foi remar em outras águas.
Criar outros barcos, crie dezenas deles,
Pois necessitamos de novas embarcações para
Navegar por águas desconhecidas,
E como são desconhecidas as águas que percorremos
E esperamos que você, como sempre,
Aponte-nos os caminhos, as trilhas.
Em direção as origens,
Das águas e de nossas vidas.
Navegue rumo ao infinito,
Pela massa escura, pelo éter
Desviando de cometas e asteróides
Sabemos que cruzará tranqüilo pelas nebulosas
Com sua habilidade de remar.
Entre galáxias, estrelas e planetas,
Quantas águas para conhecer,
Para preservar, para navegar.
Ao teu lado rema
A mão divina te orientando
Que o criador te receba para novos desafios
O de remar rumo ao infinito do universo.
*Paulo Bassani Sociólogo, Escritor e amigo de João.
Minha homenagem a João das Águas!
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