Estamos no percurso sem rumo de um
apocalipse anunciado. Os dados, as informações e análises que nos chegam
indicam estarmos cada vez mais próximos desse apocalipse que imaginávamos não
chegar tão cedo. Porém, por outro lado, também conhecemos uma corrente de
pessoas, de idéias e de proposições que caminham para uma nova gênese humana na
Terra.
1. Crise no custo de vida;
2. Desastres naturais e eventos climáticos extremos;
3. Confronto geoeconômico;
4. Falha em mitigar as mudanças climáticas;
5. Erosão da coesão social e polarização;
6. Danos ambientais em grande escala;
7. Fracasso na adaptação das mudanças climáticas;
8. Crime cibernético generalizado e insegurança cibernética;
9. Crises de recursos naturais;
10. Migração involuntária em grande escala.
As cartas estão na mesa! Qual
mesa? A da história humana neste
planeta. Há correntes e contracorrentes nesse debate. Somente nós, seres
humanos, poderemos acelerar esta chegada do apocalipse ou determinarmos uma
nova gênese pela frente.
Necessitamos curar a cegueira que
nos impede de ver, entender a atuar em função desse conhecimento e desse
entendimento. Durante os dois anos de pandemia do corona vírus (Covid-19) pelo
isolamento, pelo tempo de leitura e reflexão pude organizar melhor minhas
idéias, entendendo e decifrando nosso
tempo e as inúmeras contribuições de cientistas e intelectuais pelo mundo
afora. Sempre voltado à busca de
princípios e valores que possibilitem os humanos a viver bem, em paz, com
preservação da biodiversidade e com alto teor de entendimento da diversidade
cultural existente.
Como afirma, ao se referir as ideias em curso,
Edgar Morin “a simplicidade é a barbárie do pensamento. E a complexidade é a
civilização das ideais” E hoje temos esse conjunto enorme de teorias, de
metodologias, de pensamentos, de ideias que nos explicam e que ao mesmo tempo nos
confunde. Cabe-nos entender o processo amplo da vida que esta em jogo, e,
percebermos, a importância de nos educarmos para uma nova cultura. Sim, isso
exige uma educação para princípios, valores, hábitos, costumes que pouco
desenvolvemos. Podemos chamar essa educação de uma cultura sustentável,
equilibrada, coerente com os melhores valores da vida, atitudes e
comportamentos.
O espírito de nosso tempo, já
observado, analisado, interpretado por muitos cientistas e intelectuais do
campo crítico, observam que estamos dominados pelas tecnologias, pelo mercado e
por um mundo globalizado pelo capital. E mais do que nunca hoje, sabemos que
tudo se relaciona, e que não há uma única maneira de viver, pois há uma
diversidade planetária, um caldo cultural que devemos olhar com maior atenção
para compreender que não é possível estabelecer uma forma universal e sim
compartilhando, aceitando, respeitando as formas multiculturais existentes. Daí
emerge a necessidade de pensarmos numa outra globalização que respeite que
preserve e que dialogue com toda essa imensa rede, tecido de vida existente.
Há forças temerosas que ameaçam a
humanidade. Uma espécie alucinógena que domina um conjunto de pessoas com
ideias e praticas destrutivas. Mas há
também forças e iniciativas inspiradoras e que nos motiva a ver um horizonte
longínquo e com muita vida de qualidade. Talvez um afastamento mental desta
insensatez pela materialidade alienante que nos condiciona, seja um bom inicio
desta nova caminhada. Seguir outras trilhas pouco percorridas, enfrentar,
descobrir os potenciais da vida. Entender melhor porque somos o que somos, pois
se entende que há outras possibilidades de ser e estar no mundo que ainda não
foram nem se quer pensadas e tão pouco exercitadas.
*Paulo Bassani é Cientista
Social, escritor e prof. universitário
Publicado no Site: "tanosite" - Santo Antônio da Platina, 17/01/2023
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