TESTE POP

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

 


Problemas e soluções a vista*

 

Estamos no percurso sem rumo de um apocalipse anunciado. Os dados, as informações e análises que nos chegam indicam estarmos cada vez mais próximos desse apocalipse que imaginávamos não chegar tão cedo. Porém, por outro lado, também conhecemos uma corrente de pessoas, de idéias e de proposições que caminham para uma nova gênese humana na Terra. Riscos globais é a leitura do Fórum Mundial Econômico que ocorre em Davos 2023 em sua 53° edição, irá debater os seguintes temas:

1.     Crise no custo de vida; 

2.     Desastres naturais e eventos climáticos extremos;

3.     Confronto geoeconômico;

4.     Falha em mitigar as mudanças climáticas;

5.     Erosão da coesão social e polarização;

6.     Danos ambientais em grande escala;

7.     Fracasso na adaptação das mudanças climáticas;

8.     Crime cibernético generalizado e insegurança cibernética;

9.     Crises de recursos naturais;

10.  Migração involuntária em grande escala.

As cartas estão na mesa! Qual mesa?  A da história humana neste planeta. Há correntes e contracorrentes nesse debate. Somente nós, seres humanos, poderemos acelerar esta chegada do apocalipse ou determinarmos uma nova gênese pela frente.

Necessitamos curar a cegueira que nos impede de ver, entender a atuar em função desse conhecimento e desse entendimento. Durante os dois anos de pandemia do corona vírus (Covid-19) pelo isolamento, pelo tempo de leitura e reflexão pude organizar melhor minhas idéias,  entendendo e decifrando nosso tempo e as inúmeras contribuições de cientistas e intelectuais pelo mundo afora. Sempre voltado à busca de princípios e valores que possibilitem os humanos a viver bem, em paz, com preservação da biodiversidade e com alto teor de entendimento da diversidade cultural existente.

 Como afirma, ao se referir as ideias em curso, Edgar Morin “a simplicidade é a barbárie do pensamento. E a complexidade é a civilização das ideais” E hoje temos esse conjunto enorme de teorias, de metodologias, de pensamentos, de ideias que nos explicam e que ao mesmo tempo nos confunde. Cabe-nos entender o processo amplo da vida que esta em jogo, e, percebermos, a importância de nos educarmos para uma nova cultura. Sim, isso exige uma educação para princípios, valores, hábitos, costumes que pouco desenvolvemos. Podemos chamar essa educação de uma cultura sustentável, equilibrada, coerente com os melhores valores da vida, atitudes e comportamentos.  

O espírito de nosso tempo, já observado, analisado, interpretado por muitos cientistas e intelectuais do campo crítico, observam que estamos dominados pelas tecnologias, pelo mercado e por um mundo globalizado pelo capital. E mais do que nunca hoje, sabemos que tudo se relaciona, e que não há uma única maneira de viver, pois há uma diversidade planetária, um caldo cultural que devemos olhar com maior atenção para compreender que não é possível estabelecer uma forma universal e sim compartilhando, aceitando, respeitando as formas multiculturais existentes. Daí emerge a necessidade de pensarmos numa outra globalização que respeite que preserve e que dialogue com toda essa imensa rede, tecido de vida existente.

Há forças temerosas que ameaçam a humanidade. Uma espécie alucinógena que domina um conjunto de pessoas com ideias e praticas destrutivas.  Mas há também forças e iniciativas inspiradoras e que nos motiva a ver um horizonte longínquo e com muita vida de qualidade. Talvez um afastamento mental desta insensatez pela materialidade alienante que nos condiciona, seja um bom inicio desta nova caminhada. Seguir outras trilhas pouco percorridas, enfrentar, descobrir os potenciais da vida. Entender melhor porque somos o que somos, pois se entende que há outras possibilidades de ser e estar no mundo que ainda não foram nem se quer pensadas e tão pouco exercitadas.

*Paulo Bassani é Cientista Social,  escritor e prof. universitário

Publicado no Site: "tanosite" - Santo Antônio da Platina, 17/01/2023


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