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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Um telescópio, um reflexo de nossa pequenez*

 


Neste momento que o olhar para a Terra nos decepcionamos com tantas coisas que estão acontecendo em todos os continentes, fome, desemprego, inflação, pandemia, guerras, desesperança e outras tantas desilusões



Neste momento que o olhar para a Terra nos decepcionamos com tantas coisas que estão acontecendo em todos os continentes, fome, desemprego, inflação, pandemia, guerras, desesperança e outras tantas desilusões. Deparamos-nos com o recente lançamento do telescópio James Webb pela NASA em 25 dezembro de 2021, ele é o sucessor do telescópio espacial Hubble. Em sua missão já começou a nos enviar imagens espetaculares acerca do Cosmos no qual fazemos parte. E nosso olhar muda de foco, olhamos para o alto em busca de sentidos e significados que perdemos ou daqueles que nunca encontramos.

São impressionantes as informações que as imagens nos revelam, beleza, medo, conhecimento, profundidade destes cerca de 13,8 bilhões de anos que nos separam do Big-Bang. Ao mesmo tempo em que vamos conhecendo através dessas lentes com seus potentes infravermelhos, nossas origens nesse universo, se por um lado nos alegra, por outro nos assusta em ver que somos muito pequenos e irrelevantes em relação a este universo em expansão. Cada imagem que conhecemos, percebemos que somos oriundos de uma beleza estelar inimaginável, pois somos pó das estrelas, de nosso sol do sistema solar e de tantas outras que começam a se revelar e ganhar nomes a partir da Terra, sem ou menos saber se elas já não foram designadas por outra espécie inteligente que a circunda e quem sabe nos precede. 

 Diante de nossa pequenez demonstramos uma pretensão imensa que só não é maior que nossa ignorância. Pois também sabemos que grande parte dessas estrelas e galáxias já estava ai bem antes da formação de nosso planeta que possui apenas 4,7 bilhões de anos. Entretanto o planeta que nos acolhe tem essa idade, nós seres humanos, anatomicamente modernos, somos um produto muito, mas muito recente não mais do que 200 mil anos, segundo que nos diz a ciência. Mesmo com essa pouca idade, se colocada na escala-dimensão do universo, já fizemos tanta besteira que o brilho das estrelas que agora identificamos, apenas tenta ser um resplendor de esperança de novos tempos. Pois antes delas o desconhecimento, estranhamento e a escuridão nos acompanhavam.

Mas qual seria o significado desta aventura humana em busca do conhecimento fora de “nossa” Casa Comum? Não temos respostas definitivas, temos inúmeras perguntas, inúmeras dúvidas, inúmeras incertezas.

O Presidente Joe Biden (EUA) disse ao divulgar algumas imagens inéditas do telescópio: "Podemos ver possibilidades que ninguém jamais viu antes. Podemos ir a lugares que ninguém jamais foi antes". Seria um convite para o abandono da Terra já esgotada, ou seria uma busca de possibilidades ainda não testadas nesse planeta, com descobertas que ninguém jamais viu. Ficam no ar essas dúvidas, essas questões.

O certo é que na profundeza do universo estaremos sempre em busca de respostas, sobre as origens do universo, nossas origens e quem sabe o propósito da vida neste planeta numa galáxia pequena que chamamos de Via Láctea/Caminhos do leite, e num sistema solar pequeníssimo.

Quem sabe esse olhar para o alto seja um indicativo de um fio de esperança, de compreensão de que o universo é indiferente a nós, de que não temos a menor importância nessa constituição, somos apenas uma poeira solta a vagar rumo ao infinito. Mas rogamos a nós uma importância imensa que imersos nessa concepção nos hipnotizamos diante de cada descoberta da imensidão que nos rodeia.

Mas há um fio de esperança nessa luz estelar que se revela vinda de tão grandes distancias. Elas podem ser faróis que iluminem os próximos passos da humanidade em busca de caminhos melhores dos percorridos até então.


*Paulo Bassani, sociólogo, escritor e prof. Universitário

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