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domingo, 30 de junho de 2024

 

Série 

Poemas Contemporâneos

                                                            Paulo Bassani


 Coisas da vida*


A vida é algo fabuloso

De erro, desordem e construção.

Se formos menos do que queremos

Nossa visão cega como um apagão.

 

A vida também é alegria

De sentir  despertar o dia

De tomar um banho de cachoeira

E admirar o crepúsculo  em companhia.

 

A vida também é sofrimento

De cantos e de tormentos,

Estando certo aponto o futuro,

E percebo seus lamentos.

 

Agora entendo a alegria e o choro

E estão presentes a todo instante

Assim contemplo no horizonte

A inscrição resultante.

 

A vida nos ensina

Ternura e sensibilidade,

Começa com a pureza

Finaliza com a diversidade.


Hoje há uma nova possibilidade

De trilhar  um caminho novo

Na escolha de um destino,

De um traçado que promovo.


Se dez passos der

Outros devo seguir

Em busca de novos princípios

Tenho para onde ir.


*Paulo Bassani

 


quinta-feira, 27 de junho de 2024

                                                                          Série

                        Poemas Contemporâneos

                                       

Paulo Bassani



Sombras e realidades*

 

Ao dar inicio a uma trajetória

Dias virão com muitas incertezas, dúvidas

Muitas barreiras objetivas e subjetivas

Mesmo tentando fazer o melhor

Pouco conseguiremos.


Mas não pensamos em desistir,

Pois a vida constitui-se nessa tentativa,

Reiniciar,  recomeçar reconstituir,

Em busca de acertos que jamais atingiremos

Em sua plenitude, sua perfeição

Pois somos seres imperfeitos,

Essa é uma condição que teremos que apreender.


Presente a intenção de uma luta permanente

Em busca de uma realidade iluminada

Onde a escuridão nos absorveu, nos cegou.

Herdamos sombras e ilusões que nos amedrontam.

Retidos na caverna de um tempo,

Onde Platão muito bem retratou.

Imaginávamos uma realidade 

No qual desta feita as sombras

Eram retratos de uma realidade

Distorcida, atrofiada, alienada

Em todas suas dimensões.


Agora fugidios de sombras,

Conscientes, cuidadosos e preparados

A realidade transparece em nossa frente.

Outros desafios brotam nesse tempo

Espaços e construtos concretos emergentes,

Colocando-nos numa orientação

Fortalecidos, empoderados, resilientes,

Sensíveis e humanizados

Com decisões importantes a tomar,

E seguir em frente.

*Paulo Bassani

terça-feira, 25 de junho de 2024

                                          Série 

Poemas Contemporâneos  

    




 

A tristeza ira chegar*

Quando a tristeza chegar

E ela irá chegar!

Diga ao vento que a trouxe

Porque demorou tanto

Hoje forte enfrento o pranto

Não há desgosto

Que não saiba lidar,

Apenas este desconsolo apanho

E ponho a navegar.

*Paulo Bassani

sexta-feira, 21 de junho de 2024

 Série

Poemas Contemporâneos



                                                                                   

VERSOS QUAISQUER*


Se queres sentir a brisa dos ventos 

Sinta os ventos do sul

Sente-se a beira mar

Lá estará o horizonte para contemplar

Os ventos que hão de chegar.

 💥

Mas se um dia teu vacilo for maior

Não hesites em parar e retomar outro rumo,

Há tantos designíos desconhecidos

Que nem a escuridão venha apagar.

 💥

Com força sempre em frente

Com destreza a caminhar

Nas trilhas do horizonte

O amanhã há de chegar.

 💥

Há muitas lutas a enfrentar

E sempre irão chegar

Para embalar os desafios

E os sonhos embaçar.

💥

Compreendo que quase nada sei

Encontro caminhos tortos

Navego mares bravios

E nos atoleiros o conforto.

💥

E agora que cheguei

Contemplei sua imagem

Que a criação reproduziu

Uma imersão, uma miragem.

De um encontro com coragem.

💥

*Paulo Bassani







terça-feira, 18 de junho de 2024

                                                                             Artigo

                                           

Santo Antônio da Platina
18/06/2024



Paulo Bassani**

                                                               Arthur Barbosa Bassani*


Ciência e espiritualidade: diálogos e aproximações*

 

Estamos vivendo um tempo em que a ciência moderna já se demonstrou de forma intensa, presente em nosso cotidiano determinando nosso modo estilo de pensar e de viver. Por outro lado,  a espiritualidade tratada muitas vezes pelas religiões, mas não somente por elas, já está ai  em nosso convívio a  milhares de anos. Talvez seja o momento de buscar vincular estas duas criações humanas e,  descobrir se realmente são duas necessidades de nosso tempo e, como poderemos estabelecer um diálogo, uma aproximação entre elas.

A aliança entre ciência e espiritualidade pode ser vista como um caminho para ampliar nossa compreensão do mundo, quem somos e quais os possíveis sentidos dessa existência como seres humanos. Sem, no entanto, apresentar respostas ou colocações definitivas, mas ampliar possíveis diálogos. Enquanto a ciência busca entender os fenômenos físicos e naturais por meio da observação e experimentação, a espiritualidade busca compreender questões mais profundas, como o sentido e o propósito da vida e a natureza da nossa consciência.

      Com o olhar científico temos uma perspectiva racional e objetivo sobre o mundo, enquanto que com o olhar da  espiritualidade podemos ter uma perspectiva mais reflexiva, subjetiva e introspectiva. Ao unir essas duas abordagens, podemos desenvolver uma visão mais integrada e holística, que conjugue questão objetivas e subjetivas, visíveis e invisíveis.

Ao combinar o rigor científico com a profundidade reflexiva espiritual, podemos abrir novas possibilidades de conhecimento e compreensão e expandir nossa capacidade cerebral e a profundidade de nossa alma. Esta aproximação pode nos ajudar a responder a questões fundamentais, como as origens do universo, do homem, da natureza. Uma proximidade que possibilitará novos diálogos de saberes, de conhecimentos, de potenciais e de nossas limitações. Ao integrar essas duas dimensões do conhecimento humano, podemos nos aproximar de uma leitura mais abrangente e complexa da realidade nesta alta modernidade e de entendimentos maiores de nossa própria existência.

Essa aliança pode nos levar, além das limitações de uma visão puramente material ou espiritual de mundo, permitindo-nos explorar territórios desconhecidos e expandir nossa compreensão de quem somos e qual é nosso lugar no planeta, na vida e até mesmo no universo. Uma compreensão que até o presente pouco temos, pouco sabemos, pouco entenderemos.

À medida que caminhamos na tentativa de explicar é importante manter uma mente aberta e disposta a questionar e aprofundar nossas crenças, valores, concepções e conceitos preestabelecidos. A tentativa de  estabelecermos essas aproximações com a sabedoria surge da integração entre o pensamento racional e a intuição, a objetividade e a subjetividade, a razão e a emoção, presentes e dispersas em nossa existência.

Ao aproximar ciência e espiritualidade, podemos entendermos melhor nossa capacidade no uso  da inteligência, imaginação e criatividade tornando-as mais integrados, mais conscientes e mais articulados com o mundo ao nosso redor. Todo tipo de fundamentação material necessita, a nosso ver, de explicações que vão além da matéria. Este é um grande desafio! Pois toda fundamentação espiritual, se faz necessário uma aproximação com a matéria da qual somos formados. 

Esta aliança não é necessariamente fácil ou linear, mas sem dúvida é um caminho fascinante e enriquecedor, que nos convida a transcender dualidades, pré-conceitos, morais engessadas e ingressar na complexidade e a diversidade da vida de nosso tempo com tantos desafios e perspectivas que o mundo moderno nos fornece e ao mesmo tempo nos embrutece. Cabe, nesse diálogo descobrir, enunciar que há possibilidades de descobertas, encantamento  e significados de mundo na medida em que entendemos melhor nossa condição humana.

* Arthur Barbosa Bassani é agrônomo

**Paulo Bassani é cientista social



segunda-feira, 17 de junho de 2024

 Série 

Poemas Contemporâneos



                                                                        Paulo Bassani


Expressões da alma*

 

A arte e a cultura são expressão da alma.

Sem a arte e cultura

Seríamos pessoas medíocres, pequenas, insignificantes.

Necessitamos da musica, do teatro

Da pintura, da literatura, da poesia.

E de todas as manifestações que nascem 

De forma sensível da alma humana.

 

Não são apenas reduções da razão, do pragmatismo,

Produtivismo  cego, mercado, consumo e acumulação

Todas  expressões que moldam nosso cotidiano.

Há outras formas  que convivem em nós

Formas que melhor nos qualificam como seres humanos.

Em cada letra, cada frase, cada verso, cada nota musical,

Cada textura de cores, cheiro e odores

Carregam um pouco da historia humana nessa versão

De imaginação, contemplação, meditação, reflexão

De seres capazes de trabalhar com ,melhores emoções

E as profundezas, a leveza, a beleza de nossa alma.

 

Nelas estão compostos seus sentidos diversos.

Nelas estão expressas nossa história

Nosso viver, sentido de estar aqui nesse mundo

Do caus, a esperança, da tragédia a ternura

Do distante e do próximo,

Dos beijos e dos carinhos, dos sons e do silêncio.

Todas expressões que sintetizam a vida 

Em seu passado e seu futuro.

Onde muito se revela no presente.

 

Mas há nesse cotidiano manifestações

Que contemporiza uma condição de seres egoístas,

Individualistas, competitivos, alienados.

Por outro lado há um conjunto de expressões 

Que nos situa num cenário de  inspiração,

De sonhos, de utopias, de construções do amanhã.

Solidário, justo, prudente e equilibrado.

 

Nos sonhos mais belos da humanidade

Sentamo-nos frente a frente numa mesa redonda

De mãos dadas, com olhares profundos

Saciamos o alimento para o corpo

E nas conversar poderemos dialogar, sintonizar 

E alimentar nossa alma,

De humanos semelhantes, iguais no respeito às diversidades.

E nesse espaço/tempo leremos e escreveremos poesias

Pois elas nos fazem lembrar e reconhecer nossa espécie

Impregnada de sensibilidade, emoção e paixão.

 

*Paulo Bassani

sexta-feira, 14 de junho de 2024

                                                                         Artigo


                                                                                    
                                                

                                            Folha de Londrina  
                                               Londrina, Pr
                                                          14/06/2024 -pág. 02
Espaço Aberto



Tempo decisivo*

Em nosso tempo, nesta terceira década do século XXI, é fundamental que demonstremos nossa capacidade como seres humanos, conscientes, críticos, imaginativos e criativos de que somos frutos da natureza e dependemos dela. Esta dependência impõe a necessidade urgente de adotar atitudes, comportamentos e hábitos sérios, concretos comprometidos e responsáveis para reverter nossa ação predatória e irresponsável em relação à biodiversidade planetária, tão bela e ao mesmo tempo tão impactada pelos modelos econômicos criados nos últimos séculos.

Apesar de um vasto conjunto de literaturas científicas, academias, pesquisas, institutos protocolos e acordos, parecem que ainda não compreendemos plenamente a gravidade da situação ambiental. A ONU através de suas Ecoconferecias Ambientais, O IPCC através de seus relatórios, as COPs através de suas resoluções, os ODS 2020-30 que enfatizam os modelos sustentáveis necessários a serem implantados. Nós, através de nossos escritos, artigos, ensaios, entrevistas e as análises estabelecidas no Programa Sintonia Verde com a designação “A natureza e os humanos” em 20 episódios  realizamos uma análise consistente da situação sócio ambiental, apontando os desafios que teremos pela frente. Isso tudo tem apresentado, analisado que nossa pisada e pegada ecológica nunca foi tão grande, quanto nas últimas décadas. É hora de combater a ignorância, a inoperância, o negacionismo e a ganância destrutiva de um sistema que ignora nossa dependência natural.

Temos que considerar que ainda há tempo, as próximas décadas duas ou três décadas, serão fundamentais para tomar as atitudes necessárias, no ponto de vista econômico, político e cultural, elas permitirão a implementação de mudanças radicais e significativas para tentar normalizar nossa vivência com a biodiversidade planetária.  A tarefa será árdua, mas a inatividade poderá resultar na perda irreparável do nosso habitat, o planeta Terra a nossa Casa Comum.

Sem outra morada disponível, ainda para os próximos séculos, segundo análises da NASA, a pergunta crucial é: Continuaremos a fingir que nada esta acontecendo e que não temos preocupação alguma como seres humanos conscientes, responsáveis e cuidadosos? Ficaremos acomodados esperando que as coisas melhorem sem mudarmos o rumo da economia? A resposta determinará o futuro das próximas gerações, que enfrentarão anos extremamente difíceis caso não mudemos nosso curso, ditado pela exploração e desrespeito a natureza, que nosso modo de vida orientado por um modelo socioeconômico, sociocultural que não respeita os limites da capacidade de regeneração planetária.

A decisão está em nossas mãos! Cada empresa, instituto, escola, universidade, igreja e espaço público e privado possui um papel crucial na conscientização e implementação de práticas sustentáveis. Estes atores, junto com ações concretas dos Estados/Nações, devem promover e demonstrar concretamente a construção de uma cultura sustentável, reconhecendo que este é um dos poucos caminhos viáveis, tanto teoricamente quanto metodologicamente. Tal postura deve ser estabelecida como um novo paradigma de pensar e de viver, urgente e necessário para a humanidade.

Para assegurar um futuro viável, é fundamental que todas as esferas da sociedade se engajem em um esforço coletivo, de redução de seu consumo, seus confortos, sua alienação em relação aos processos de acumulação e reprodução do capital, para promover uma cultura sustentável. Esta abordagem deve ser adotada de forma consciente, imediata, contínua e responsável, visando à preservação da biodiversidade e a manutenção da vida saudável e de qualidade em cada território planetário, caso contrário as Mudanças Climáticas em curso irão diminuir as possibilidades de vida em inúmeras regiões continentais, fazendo com que milhões de pessoas terão que migrar para outros territórios. A conscientização crítica e a tomada de decisão responsável são imperativos inadiáveis para garantir um ambiente habitável para as futuras gerações.

Por isso acreditamos que o tempo de hoje é importante pensar e conhecer com profundidade nossos desafios, assim como tomar decisões concretas voltadas inteiramente a uma consciência eco social, eco econômica, eco administrativa e eco vivencial para garantirmos o amanhã com vida plena para os seres humanos e todo tipo de vida com que convivemos. E que  “Gaia” reconheça nossa consciência e atitude e, nos permita conviver com ele por mais muitos séculos.

*Paulo Bassani é cientista social e ambientalista


                                                                         Série

Poemas

Contemporâneos




Minha matéria e consciência*

 

Sou muitos e sou ninguém

Se todos sou, nada sou

Ninguém esta em mim

Apenas minha matéria e consciência.

 

Se um dia contemplar o horizonte,

Lá poderá estar o que procuro,

Na infinita distância dos desejos,

Não mensuráveis pela capacidade que antevejo.

 

Sem saber o que me aguarda

Procuro e não encontro

Meu olhar e meu assombro,

No infinito imaginável.

 

Mesmo que falte o pão

Mesmo que falte o vinho

Mesmo que falte a mesa

Há sempre uma colheita possível.

 

Lá no campo, lá distante

Há um conjunto de possibilidades

Há um infinito de questões

Mas nelas se reduzem minhas inspirações.

 

Tento chegar tento me aproximar

Há um vai e vem nesse andar

Sempre em busca de certezas

Que entendo não encontrar.

 

*Paulo Bassani

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