TESTE POP

sexta-feira, 6 de junho de 2025

 Série 

Água da fonte

Paulo Bassani

Simples assim*

 

Os problemas aparecem

As dificuldades inúmeras

Poucas saídas apontam

E as feridas acontecem.

 

A dor passa corrida

A decepção ensina

A negação alucina

A desilusão se instala.

 

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Os olhos brilham

Na boca o gosto doce

No olfato o cheiro da mata

E a voz alegra que grita.

 

A tristeza vai embora

Os sonhos reaparecem

O coração bate forte

E a vida acontece.

 

*Paulo Bassani


quinta-feira, 5 de junho de 2025

 

Homenagem ao dia Internacional do Meio Ambiente   

05 de junho de 2025

Paulo Bassani

Santo Antônio da Platina, Paraná
05/06/2025




Hoje natureza, amanhã também*


Se somos a natureza que pensa que imagina que cria  por isso também somos seres éticos, responsáveis, cuidadosos e zelosos com tudo e com todos os seres vivos que coabitam este planeta que chamado de Terra.

Por isso em nosso tempo de Emergência Climática e, de uma crise civilizacional, necessitamos pensar o ser, o ser humano com outros fundamentos, pois estamos destruindo a casa comum que moramos, e, nessa intensidade em alguns anos, não permitirá habitarmos nela. Além do mais devemos criar todos os esforços para acabar com as guerras e com a fome no mundo, pois temos todas as condições técnico-científicas para tanto. Isso é o que dizem os maiores cientistas que se debruçam sobre o assunto.

Nossa condição diante da vida depende, em grande medida, da forma como compreendemos a mesma, depende da maneira em que nos encontramos diante das condições materiais, depende do conjunto de relações sociais, depende de nossa relação com a natureza. Pois, somos seres simbólicos, seres relacionais, seres materiais e imateriais. A compreensão e discernimento num mundo atordoado como de hoje, torna-se fundamental, pois esses pressupostos cognoscíveis garantem a vida minimamente, agora cabe decolarmos rumo em outros fundamentos de nossa singularidade e essência humana.

Nosso é o dever de garantir o futuro e, que o futuro aconteça com toda sua plenitude. Temos o direito de viver o presente com zelo e qualidade, mas não comprometê-lo, essa é nossa responsabilidade ética. Temos pela frente um trabalho enorme um desafio teórico, metodológico, prático, político de edificar deste futuro, em exercitar pensamentos, formas, atitudes e práticas concretas que possam garantir esse formato que chamamos de sustentável, por ser dialógico, solidário, colaborativo, cuidadoso, justo e equilibrado.

Para tanto é fundamental, em nosso tempo, essa compreensão, unirmos a capacidade de pensar com a capacidade de fazer acontecer, em busca da superação das guerras, da miséria, da fome e da destruição da biodiversidade planetária. Isso implica numa compreensão profunda das origens e desdobramentos das mazelas sociais, econômicas e ambientais que estão articuladas em nossa sociedade. Tudo  para que possamos garantir as condições de habitabilidade de tudo e de todos os seres vivos, inclusive os humanos.

Não devemos nos contentar com o que existe, devemos buscar sempre melhorar o mundo ao nosso redor, de forma ética, equilibrada e com entendimento dos potenciais e dos limites de tudo que nos cerca, para que se torne um lugar melhor para viver a tudo e a todos que formam a grande teia da vida. Impedir os sonhos e as utopias significa bloquear o amanhã com a possibilidade de que seus desenhos se transformem nas condições desejáveis e objetivas de encantamento de mundo e que solicitam passagem.

Temos que entender que nesse diálogo civilizatório sobre a vida no planeta, não serão os animais, nem árvores que irão se reunir para dialogar, será nós, os seres humanos. Teremos que sentar frente a frente e num diálogo franco e tratarmos seriamente dos problemas que nos aflige.

 

*Paulo Bassani é cientista social

 


terça-feira, 3 de junho de 2025

terça-feira, 27 de maio de 2025

 Série 

Pensar poético

                                                                    Paulo Bassani




Sonho de uma realidade*

 

Hoje temos consciência de que somos

Seres humanos que vivem

Num planeta finito e limitado,

Porém belo e cheio de vida.

Vive-se em harmonia com todas as outras espécies vivas

Da flora, da fauna, dos rios e dos mares.

Não há guerras, nem conflitos armados,

Não há fome nem necessidades materiais

Todos com suas casas para morar

Com educação, saúde, transporte de alta qualidade.

Cidades seguras e alegres para se viver,

Campos produtivos e floridos para se colher

Natureza exuberante em todos os biomas

Que nutrem e moldam a biodiversidade.

 

As pessoas vivem livres para ir

E retornar de seus territórios.

Não há muros, nem fronteiras,

Não há medos pela insegurança.

Trabalha-se para viver,

Não se vive para trabalhar.

Gestos de generosidade, cuidado,

Solidariedade e cooperação por todos os lados.

Não saber escolher entra a manhã, à tarde e a noite

Em todas há um encantamento pelo viver.

Há muito tempo para o lazer, para arte

Para a cultura.

Ler bons livros, ouvir boa música, escrever poemas.

Sonhar com o brilho nos olhos.

Uma vida plena!

 

Que belo esse nosso tempo!

Esse é o ano mais feliz de todos os tempos.

Bem vindo ao ano de 2125 da era Cristã,

E que seja eterno!

 

*Paulo Bassani

27/05/2125

sexta-feira, 23 de maio de 2025


Homenagem

 Sebastião Salgado

 


Um olhar do Mundo*

 

Sempre na espreita das manifestações

Sempre atento ao mundo real

Sempre com sua forma única de registrar

Sebastião salgou o Sal da Terra.

 

Um fotógrafo inigualável

Na foto preto e branco

Nas cores e olhares profundos

Registrou o movimento humano.

 

Fotografou a Terra mãe

A natureza em movimento

A natureza viva e esperançosa

A natureza para todos.

 

Sua luta pela pelos pobres

Sua luta pelos sem terra

Sua luta pelos oprimidos

Suas imagens desse compromisso.

 

Registrou pela fotografia as injustiças

Dos descasos do poderio econômico

Que não poupou os pobres

E tão pouco a natureza.

 

Do Instituto Terra

Seu exemplo de preservação

De respeito e cuidado

Com a natureza, com a vida.

 

Semeou vida

Semeou esperança

Semeou o hoje

Semeou o amanhã.

 

Agora serão imagens da eternidade

Do legado fotográfico ao mundo

Nas nuvens de brilho e esperança

Dos sonhos da humanidade.

 

*Paulo Bassani


sábado, 17 de maio de 2025

 Série

Água da Fonte

Paulo Bassani


Um inigualável dia *

 

Hoje parei de correr no cotidiano...

Resolvi parar para aprofundar o pensar.

Para aprofundar meu olhar

Para ampliar minha visão

Aguçar minha audição

Expandir meu cérebro

Despertar minha alma

Sangrar meu coração.

Para perceber e entender um pouco mais

Meu intuito, perspectivas, clarividência

De tudo que me cerca

Dos valores ocultos da experiência humana.

E das micro existências vivas da natureza.

 

Não sei se irei encontrar

Não sei o que irei encontrar

Mas devo tentar com todos os esforços

Desenvolver minhas propriedades intelectuais

De meus sentidos, coração, mente e alma

Não posso me conformar sem tentar

Pois a vida é sempre uma tentativa

De buscar algo que agrege diferente do ontem.

Para tanto tento buscar as explicações, entendimentos

Que poderão revelar algo

Que desconheço e que desta maneira

Poderei aguçar minhas percepções

Na medida em que se revelam

Torno-me mais preparado.

 

Esse conhecimento poderá estimular

Novos sentidos, significados, novos horizontes

A minha existência, a nossa existência.

Quando conhecemos melhor,

O que não vemos o que não percebemos

Melhor será nosso amor, nossa forma de amar.

Clareando, impulsionando, abrindo portas,

As dimensões que convive com tudo e com todos

Nessa mesma teia que é a vida.

 

*Paulo Bassani


quarta-feira, 14 de maio de 2025

 Artigo


Publicado em 13/05/2025
Santo Antônio da Platina, Paraná - Brasil
https://www.portaltanosite.com/noticia/168050/nova-geracao-de-educadores-educar-para-a-teia-da-vida#google_vignette


Paulo Bassani


Nova geração de educadores: educar para a teia da vida*

         Não há muitas saídas para enfrentar as crises que estão em curso.   Para tanto necessitamos estudar, compreender com profundidade para que desta compreensão ela seja capaz de modificar nossa consciência e criar um ambiente onde nossa apreensão, compreensão de mundo em crise seja um fundamento essencial para iniciarmos uma nova jornada civilizatória. Porque temos que preservar essa biodiversidade, esse planeta, essa Casa Comum e toda a vida que há nele.

Não se trata ser apenas um educador ambiental, trata-se de ser um educador de vida, de toda a teia que ela compõe. Essa é a grande tarefa, o grande desafio que teremos pela frente, educar indivíduos para viver com sua espécie e com as demais espécies vivas, num planeta que também é vida (GAIA) e que estamos destruindo suas condições reprodutivas e consequentemente comprometendo a vida, todo tipo de vida que há nele, e as condições de habitabilidade.

Por isso proponho uma nova geração de educadores ambientais com uma lente de aumento perante as questões que envolvem os seres humanos e a natureza. Serão educadores de vida, sim, pois necessitamos educar para viver num planeta finito, limitado, belo, porém frágil diante de nossos impactos. Algo se falou pouco se fez, até o momento, as propostas que surgiram, no geral dizem respeito a reformas, a aperfeiçoamentos a minimização dos impactos. Necessitamos nessa Travessia Civilizacional ampliar nossa fala, nossas reflexões, para fortalecer nossas ações urgentes e necessárias de caráter radical, no que diz respeito a ir na raiz dos problemas sem fazer de conta, sem reformas ou adiamentos, sem acobertá-los e tão pouco ignorá-los.

Assim como dizia Peter Burker “A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”, Podemos dizer a história não é mestra da vida, ela nos ensina, sobretudo, a não repetir da mesma forma os equívocos cometidos. A história nos traz lições dos desvios, das barbáries cometidas ao longo dos séculos. Isso vale considerar para todo e qualquer filósofo ou cientista ético, decente e prudente. Conhecer para não repetir, conhecer para reconstruir novos pensamentos e praticas decorrentes que possam agregar e, que sejam qualitativamente superior as anteriores. Por isso necessitamos criar e ampliar uma ciência sustentável que tenha correspondência com o novo a ser constituído. Que descubra entre as frestas do sistema hegemônico as luzes de um modelo que seja alternativo ao que está posto.  Que seja científico e que possa ser ensinado, apreendido e praticado por todos. Este exercício é fundamental para que as construções sustentáveis derivadas possam ganhar força e visibilidade no cotidiano.

Diversos cientistas sugerem que a Terra está desde o pós guerra, em uma nova época geológica, denominada Antropoceno. Esse termo se refere a uma Era em que as atividades humanas se geraram a principal força de transformação do planeta, superando até mesmo as forças naturais que moldaram a Terra ao longo desses 4,7 bilhões de anos de sua formação. As características físicas do nosso planeta, como a composição da atmosfera, a biodiversidade, os ciclos biogeoquímicos e até mesmo a geologia, estão passando por mudanças significativas, muitas delas com tendências degenerativas, em grande medida impulsionadas pelo impacto acumulativo das ações humanas.

Essas alterações incluem as mudanças climáticas com extremos de sua manifestação, o aquecimento global, a acidificação dos oceanos, o desaparecimento acelerado de espécies e a alteração dos padrões de regulamentação, entre outras. No entanto, o conceito de Antropoceno não é unânimidade científica. Alguns pesquisadores, dos quais nos incluímos, propõem que o termo “Capitaloceno” seja mais adequado, argumentando que é o sistema capitalista, com o seu foco no modelo de crescimento econômico incessante e na exploração do patrimônio natural, também designado pelos liberais, de recursos naturais, esteja aí à razão fundamental dessas mudanças globais. Segundo essa perspectiva, a ênfase no capital, na acumulação de riquezas e no consumo, ou seja este modo de pensar e viver, é o que está levando o planeta a um estado crítico, em que os limites naturais estão sendo ultrapassados ​​de maneira insustentável.

Ainda há uma terceira corrente de pensamento que sugere que essas transformações devem ser compreendidas no contexto das lógicas da modernidade e suas contradições inerentes. Esse ponto de vista considera que a modernidade, com sua sobrevalorização do individual, do poder, da racionalidade e controle sobre a natureza, geraram um conjunto de práticas e ideologias que agora estão entrando em choque com as limitações físicas e ecológicas da Terra. Assim, enquanto alguns vêem o Antropoceno como uma nova etapa desenvolvida da evolução da Terra sob a influência humana, outros apontam para as profundas contradições que culturalmente foram estabelecidas por esse tempo histórico, conhecido como modernidade, resultado direto dos sistemas sociais, econômicos e culturais que o moldam.

Para tanto, desta lição, podemos entender que teremos que rejeitar as formas apreendidas ao longo do tempo que nos moldaram em pensamento e práticas insustentáveis. A negação deste formato não será uma tarefa fácil, pois ele se constitui e se manifestou em todas as dimensões da vida moderna. Nas famílias, na escola, na rua, no trabalho e nas redes sociais. Cabe refazermos esse designe propondo outro modelo que siga as trilhas, as pistas, os sinais e as formas sustentáveis existentes e outras que, pela imaginação, inovação e criatividade humana, em breve virão à tona.

Essa nova geração terá duas funções iniciais.  Primeiro não repetir os erros cometidos pelas gerações anteriores. Segundo apreender de forma consistente de que a saída para essa crise esta em adotar um pensamento, uma pratica, um modelo sustentável de viver.  Desta forma poderemos iniciar uma jornada do conhecimento para a vida, não é apenas uma busca por respostas, mas uma trajetória que deve ser apreciada em si mesma. Ser feliz ao longo dessa jornada, explorar novas trilhas, adquirir novas perspectivas, são aspectos fundamentais do processo de aprendizagem. Nem todos os resultados serão imediatamente positivos, especialmente sob a ótica financeira, mas a experiência adquirida e a sabedoria acumulada são inestimáveis.

Quando se trata de comparação, a única comparação válida é com nossa espécie. Refletir sobre quem fomos ontem, quem somos hoje e quem desejamos ser amanhã é um exercício de autoconhecimento, persistência e resiliência. Esta busca contínua não é apenas uma prova de força intelectual, mas também uma exploração das condições humanas e das potencialidades da nossa natureza.

Essa conexão está presente na argumentação de Fritjof Capra em sua obra "A Teia da Vida" e como exemplificado por James Cameron em "Avatar", reflete uma interdependência profunda entre todas as formas de vida. Em Pandora, planeta imaginado por Cameron, os seres estão conectados de maneira intrínseca a todas as formas de vida ao seu redor. Essa visão holística da vida é essencial para reconstruirmos nossa relação com o planeta e entre nós mesmos.

Outro aspecto crucial a ser destacado é a importância da colaboração/cooperação na experiência humana. Entendemos que ao colaborar, não apenas atingimos nossos objetivos de maneira mais eficaz, mas também enriquecemos nossa vida, fortalecendo o senso de pertencimento e propósito comum como espécie. A colaboração/cooperação, juntamente com os diálogos, formam os elementos fundamentais para a reconstrução do humano. Através dela, podemos expandir nossa empatia, cultivar a solidariedade e fortalecer nosso senso de conexão com a vida, tanto dos seres humanos quanto com toda a biosfera e sua biodiversidade.

*Paulo Bassani é cientista social

 


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